Giro: Roglic ainda não processou as emoções de vitória “para o resto da vi
O ciclista esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) admitiu hoje que ainda estava a processar a vitória na Volta a Itália, que vai “ficar na memória para o resto da vida”.
O esloveno, tricampeão da Vuelta (2019 a 2023), bateu o britânico Geraint Thomas (INEOS), segundo, e o português João Almeida (UAE Emirates), terceiro, para vencer o Giro pela primeira vez na carreira.
“Ainda não [processei]. Desfruto do momento, tento desfrutar das emoções, como ontem [sábado, em que venceu a ‘cronoescalada’ decisiva]. No fim de contas, é bom quando se ganha, mas é importante sentir aquela energia de ontem [sábado], como correr nesta cidade espetacular, neste pelotão”, resumiu.
Aos 33 anos, ‘Rogla’, que destronou Thomas na penúltima etapa, vence uma quarta grande Volta, na qual desfrutou “muito” de cada etapa, afirmou, ainda antes de subir ao pódio, acompanhado do filho mais velho, e fazer a sua celebração famosa vinda dos dias dos saltos de esqui, a posição ‘Telemark’.
Depois de vários azares, lesões e outros contratempos na carreira, este triunfo ‘sabe’ a redenção e o campeão da 106.ª edição foi mesmo questionado sobre se serviria para trazer justiça para a sua carreira, que, exceção feita à Volta a França, inclui quase todas as corridas por etapas do mais alto nível.
“Sim, eu assinaria isso. Cada vitória é especial e estou agradecido por conseguir alcançar este triunfo. Vai ficar na memória para o resto da minha vida”, admitiu.
O esloveno bateu Geraint Thomas na 20.ª e penúltima etapa e garantiu a camisola rosa no dia de hoje, em que o pelotão pedalou em ‘procissão’ pelas ruas de Roma e em que o britânico Mark Cavendish (Astana) ganhou ao sprint.
“Foi uma corrida maravilhosa”, admitiu Thomas, que se deu ao trabalho de ‘puxar’ para Cavendish, de outra equipa, nos últimos quilómetros da tirada, por pura amizade e para “ajudar um irmão”.
Segundo o veterano ciclista britânico, que se sagraria aos 37 anos o mais velho de sempre a vencer a ‘corsa rosa’, esta “foi uma corrida fantástica”, em que liderou grande parte da reta final.
“Gostei muito. Posso ter 37 anos, mas sinto-me com 27”, atirou, bem-humorado, antes de subir ao pódio também acompanhado pelo seu ‘pequeno’.
João Almeida ainda não tem filhos para levar ao pódio, mas estava também feliz com um pódio “muito especial”, por partilhar aquele espaço com “aqueles dois, por serem quem são”.
“O meu objetivo principal é sempre a geral, vejo a juventude como um bónus. [...] Acho que ainda tenho margem para crescer um pouco. Tenho de trabalhar e descobrir”, admitiu.
Um regresso “é certo”, mas não é líquido que seja já em 2024, tendo já expressado a vontade de experimentar a Volta a França nesse ano.
O português agradeceu a toda a equipa, porque “sem eles não estaria no pódio”, e considerou que “leva tempo a aprender como ser líder”, um trabalho que tem estado a fazer e com o qual se sente “feliz”.
"Talvez faça a Vuelta este ano, mas não sei", respondeu, quando questionado sobre próximos objetivos, descartando a Volta à Lombardia e deixando em cima da mesa representar Portugal nos Mundiais de Glasgow, em agosto.
O diretor desportivo da Groupama-FDJ, Sébastien Joly, mostrou-se satisfeito com os resultados da equipa, que colocou o francês Thibaut Pinot no quinto lugar e no primeiro posto da classificação da montanha, além de ter chegado a liderar a prova com Bruno Armirail.
“É uma bela aventura humana que se encerra, também com o ‘staff’ que fez um trabalho exemplar”, analisou.
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