Benfica preocupado com possível quebra de receitas de TV na negociação centralizada dos direito

O Benfica assumiu as dúvidas com a negociação que visa o cumprimento da lei e a centralização dos direitos de transmissão até 2027/28. Benfica preocupado com possível quebra de receitas de TV na negociação centralizada dos direitos audiovisuais Estádio da Luz

O vice-presidente do Benfica Luís Mendes assumiu-se hoje preocupado com a possível quebra de receitas com a negociação centralizada dos direitos audiovisuais, duvidando dos valores apresentados pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

“O Benfica não pode nunca ser prejudicado numa negociação centralizada. Na essência, estou de acordo com ela, mas ainda não consegui entender como aparecem 300 milhões de euros para dividir e como vai ser a matriz de distribuição, e se vai ser representativa da dimensão social do Benfica”, referiu o vice-presidente do Benfica e administrador da SAD ‘encarnada’, durante a conferência Bola Branca - Talento, Ética e Igualdade no Desporto, em Lisboa.

Na iniciativa promovida pela Rádio Renascença, o dirigente ‘encarnado’ assumiu as dúvidas com a negociação que visa o cumprimento da lei e a centralização dos direitos de transmissão até 2027/28, revendo em ‘baixa’ os valores anunciados pelo organismo liderado por Pedro Proença.

“Não me parece [real]. A última negociação centralizada foi a da Liga neerlandesa, que, neste momento, é mais competitiva do que a nossa, com um futebol mais espetacular do que o nosso, e está inserida num contexto socioeconómico mais evoluído. Foi de 80 a 90 milhões de euros, não estou a ver como vamos chegar aos 300 milhões”, reforçou.

No painel que protagonizou, Luís Mendes reiterou a preocupação com esta matéria, pelas repercussões que pode ter na competitividade do clube, e também do futebol português: “Se viermos a perder ou baixar os valores daquele que é uma das principais fontes de receitas, vamos perder competitividade e, obviamente, tenho de me preocupar”, disse, ambicionando que “a negociação centralizada dos direitos de transmissão traga riqueza para competir além-fronteiras”.

O ‘vice’ do Benfica elogiou o presidente Rui Costa, que “está a demonstrar que é um número ‘10’, que não tem medo de fazer passes à distância, tal como fazia no relvado”, rejeitou estar a ser preparada a saída da SAD ‘encarnada’ do co-CEO Domingos Soares de Oliveira e enalteceu o caminho de sucesso da equipa de futebol.

“Se calhar, no início da época, muita gente duvidaria da capacidade do Benfica. Estamos a uma jornada do fim, com dois pontos de vantagem, e todas as condições para podermos ser campeões e acho que é unânime que o Benfica é a equipa que melhor futebol pratica”, vincou.

Luís Mendes classificou ainda de “excelente” o percurso na Liga dos Campeões, na qual o Benfica foi eliminado pelo finalista Inter Milão, dado o orçamento do clube lisboeta face aos restantes emblemas presentes nesta fase da prova.

Sem antever “grandes mudanças para a próxima época”, o dirigente reconheceu a impossibilidade de segurar os jogadores caso sejam asseguradas as cláusulas de rescisão, defendendo a aposta na formação.

“Tem de continuar [esta aposta]. O Seixal é um dos pilares do projeto do Benfica. Com o Portimonense, jogámos com cinco jogadores da formação do Benfica”, sublinhou Luís Mendes, que realçou ainda a aposta no futebol feminino, que também se vai instalar a partir da próxima época no Seixal, depois de várias temporadas sem ‘casa’ fixa.

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