Remco Evenepoel volta a vestir-se de rosa e ‘bisa’ nos contrarrelógios - Ciclismo
O ciclista belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) venceu hoje o contrarrelógio da nona etapa da Volta a Itália, assumindo a liderança da geral que já havia conquistado no ‘crono’ inaugural.
Evenepoel já tinha vencido o ‘crono’ inaugural e hoje voltou a impor-se no exercício individual, cumprindo 35 quilómetros entre Savignano sur Rubicone e Cesena em 41.24 minutos, à frente de dois britânicos da INEOS.
O campeão do mundo de fundo foi um segundo mais rápido do que Thomas e dois em relação a outro britânico da INEOS, Tao Geoghegan Hart, que foi terceiro, num contrarrelógio afetado pela chuva e piso escorregadio.
Nas contas da geral, o belga assume a liderança que era do norueguês Andreas Leknessund (DSM) e tem 45 segundos de vantagem para Thomas, segundo, e 47 para o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), terceiro, com o português João Almeida (UAE Emirates), hoje nono na tirada, a cair uma posição para quinto, a 1.07 minutos do líder.
O mau tempo terá desencorajado a muitos riscos, seja dos especialistas na disciplina, como o suíço Stefan Küng (Groupama-FDJ), que acabou em quarto, seja dos candidatos à geral final.
Aí, não foi tanto a novidade de Evenepoel vencer mas do quanto se defenderam os rivais, com os dois homens da INEOS em grande plano.
O bom ‘crono’ de Thomas, campeão da Volta a França em 2018, não pode constituir uma surpresa dados os ‘pergaminhos’ do galês na disciplina e em corridas de três semanas, mas hoje voltou a dar mostras de que está na luta pela Volta a Itália, tendo ficado perto do seu primeiro triunfo no Giro.
Depois de voltar ao pódio do Tour em 2022, o veterano de 36 anos tem feito um Giro 'de menos a mais' e quase venceu, como melhor de uma INEOS que, além da dupla do pódio, tem ainda o francês Pavel Sivakov em 10.º e outros dois ciclistas no 'top 20'.
Menos esperado é o terceiro lugar de Hart, que venceu a ‘corsa rosa’ em 2023 mas nas montanhas, não tendo resultados de monta em contrarrelógio que pudessem permitir antecipar esta prestação, depois de anos menos conseguidos, e subir a quarto a 50 segundos.
Os dois ficaram mais perto de Evenepoel, ‘novo velho’ líder, mas também Roglic, campeão olímpico em Tóquio2020, limitou as perdas, no sexto lugar a 17 segundos, mantendo o terceiro lugar.
Mais longe ficou João Almeida, que perdeu uma posição na geral e cedeu 35 segundos para Evenepoel, tendo perdido terreno em relação aos outros candidatos ao pódio, estando a 20 segundos de Roglic e 22 de Thomas.
Apesar da vitória, o próprio belga admitiu que “não foi o melhor exercício”, “mas é mais uma vitória”.
“Não consegui definir um bom ritmo, comecei muito rápido e a segunda parte foi muito má. Depois da parte técnica em Cesena, encontrei pernas melhores. (...) É muito bom levar esta vantagem para as montanhas. [Os rivais] terão planos de me atacar, mas tenho uma boa equipa e muita confiança”, declarou o novo ‘maglia rosa’.
Mais contente com a prestação estava Almeida, que considera que “no global foi muito bom”, também atendendo a que o piso “estava escorregadio” e admitiu ter sentido “algum receio”.
“Senti-me bem na bicicleta. Foi difícil encontrar um bom ritmo com as curvas, era preciso arriscar. Estive melhor na segunda parte em relação à primeira”, afirmou o luso, segundo na classificação da juventude atrás de Evenepoel.
Na segunda-feira, o pelotão goza o primeiro dia de descanso desde o arranque da corrida, regressando à competição na terça-feira.
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