SAF do Atlético-MG: novo estádio e CT terão "peso" de R$ 860 milhões; partes discutem divisão de cotas
O Atlético-MG apresentou ao mercado a sua dívida de R$ 1,57 bilhão ao fim do ano de 2022. Um problema grandioso, em meio à discussão para se transformar em Sociedade Anônima do Futebol. O Galo já tem conversa avançada com investidor para assinar a proposta vinculante. Nela, a tendência maior é de a Arena MRV e a Cidade do Galo entrarem.
A "valuation" da SAF do Atlético também não foi fechada, mas é possível ter uma ideia. A Arena MRV vale R$ 1,1 bilhão, mas fez operações de antecipação de recebíveis na ordem de R$ 440 milhões, que viraram dívidas. Assim, sobram R$ 660 milhões "líquidos" na balança. Já a Cidade do Galo tem um valor estimado, de forma otimista, em R$ 200 milhões. Arredondando, se o "tijolo" entrar na SAF (e deve), terão um peso de R$ 860 milhões, proporcional à porcentagem das cotas.
1 de 1 Arena MRV tem valor de R$ 1,1 bilhão, mas com dívida de R$ 440 milhões — Foto: Fred RibeiroArena MRV tem valor de R$ 1,1 bilhão, mas com dívida de R$ 440 milhões — Foto: Fred Ribeiro
Ou seja, se o sócio majoritário comprar 51% da SAF do Atlético, também terá "metade mais um" da Arena MRV e também da Cidade do Galo. As famílias Menin e Guimarães irão trocar o dinheiro aportado nos últimos anos por cotas do clube-empresa. Elas têm R$ 270 milhões injetados no clube.
No início do ano, o 💥️ge apurou que em uma das negociações entre Grieve e Galo, o valor de 51% da SAF do clube estaria na casa dos R$ 800 milhões. Esse percentual de aquisição de cotas não está totalmente definido. O Atlético/Associação pretende ficar com um percentual considerável da sua própria SAF. A lei federal obriga os clubes a manterem 10%. Ou seja, só podem vender no máximo 90%.
As duas partes - Atlético e o empresário norte-americano Peter Grieve - caminham para selar o acordo que será apresentado ao Conselho Deliberativo. Outro tema em aberto é o modelo de captação de recursos: equity x dívida (debêntures).
O primeiro jeito é trazer "dinheiro novo" para o negócio, participando ativamente na empresa. O equity é o valor da empresa, tendo em vista toda a sua capacidade de faturamento. A segunda é emissão de títulos no mercado. Seria um empréstimo a longo prazo, mas sem participação nas cotas da sociedade.
Peter Grieve tem um representante brasileiro que faz as diligências com o Atlético, que é liderado pelo CEO Bruno Muzzi, além de Rafael Menin, ex-VP do Conselho, e membro do órgão colegiado. O americano pretende captar recursos no mercado para aportar na SAF do Galo, criando um fundo de investimento que será o sócio majoritário do Atlético.
Enquanto traçam a proposta vinculante, Peter Grieve e Atlético também desenham o Acordo de Acionistas e também o Acordo de Compra e Venda. Vale lembrar que o norte-americano não tem mais a carta de exclusividade da sua proposta não-vinculante, e o Galo acionou o mercado, e tem planos B e C de investidores externos. No plano D, seria virar SAF com a associação tendo 100% das ações, e depois procurar investidores locais para venda de cotas.
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