João Sousa está no caminho para regressar onde pertence - Ténis

O vimaranense não desiste de regressar ao topo, considerando que não desmotivar “é uma questão de humildade”. João Sousa está no caminho para regressar onde pertence João Sousa AFP

João Sousa encara com humildade o facto de estar a jogar no circuito challenger, no qual espera estar “o menos tempo possível” antes de regressar onde sente que pertence, a elite do ténis mundial.

“Hoje em dia, a diferença não é muito grande. Acho que os challengers já têm condições muito parecidas aos ATP, obviamente não a nível monetário, mas em termos de condições de jogo”, defendeu o melhor tenista português de sempre, em entrevista à agência Lusa, durante o Oeiras Open 3, a decorrer esta semana no Complexo de Ténis do Jamor.

A descida no ranking ‘obrigou’ João Sousa a regressar ao circuito challenger, mas o vimaranense, de 34 anos, ‘descomplica’ o momento que está a viver, notando que jogar esses torneios “não é uma novidade”.

“Já o fiz em 2023. Felizmente, em 2022, só joguei um e depois as coisas correram bem. Mas, lá está, dada a minha posição no ranking, tenho que o fazer. Não são os torneios que eu estou habituado a jogar e que quero jogar, mas passa também por esta fase e, obviamente, espero passar o menos tempo possível [no circuito challenger] e tentar saltar outra vez para os ATP”, reconheceu o 157.º tenista mundial.

Uma lesão grave no pé esquerdo perturbou o caminho sólido (e histórico) de Sousa entre a elite do ténis mundial, mais concretamente o top 100, onde passou oito anos ininterruptos até março de 2023.

“Em 2023, houve uma lesão grave que me impossibilitou bastante de me mexer da maneira que eu me mexia e posicionar-me sempre bem na bola. Isso abalou-me bastante fisicamente e mentalmente. E, depois, custa sempre voltar ao nível a que nós estamos habituados. E, sim, o ano passado foi um ano em que fiz dois grandes resultados e depois tive alguns não tão bons, mas o nível esteve lá. E este ano não comecei tão bem, mas tenho vindo a melhorar e isso é importante”, notou.

O vimaranense não desiste de regressar ao topo, considerando que não desmotivar “é uma questão de humildade”.

“A mim, custou-me bastante depois de 2023, depois da lesão, voltar aos challengers. Custou-me muito a nível mental, porque era algo que eu não tive, se calhar, a humildade suficiente para perceber que faz parte da vida. Era algo a que eu não estava habituado, estava habituado só a jogar ATP, nem sequer pensava no circuito challenger. No entanto, tudo se aprende e, hoje em dia, tenho a humildade suficiente para perceber que o nível challenger é um nível alto, é um nível que obviamente é exigente, tal como o ATP, e é preciso jogar bem, é preciso estar bem para voltar a subir. E o processo é esse”, sustentou.

A carreira do melhor português de sempre no ranking mundial (28.º) tem tido baixos, mas também altos, como a conquista do torneio de Pune (2022) ou a prestação no último Estoril Open, onde jogou a um “nível muito bom” apesar de ter sido derrotado pelo norueguês Casper Ruud, que acabaria por sagrar-se campeão, na segunda ronda.

“Joguei muito bom ténis. E a verdade é que são bons sinais para o futuro. […] Eu sou consciente do nível a que posso jogar. E a verdade é que no Estoril Open eu joguei a um muito bom nível. E isso dá ânimo para o que vem a seguir. Obviamente, não quer dizer nada. No entanto, são bons indícios para se poder fazer bons resultados”, argumentou.

No único torneio ATP disputado em Portugal, Sousa percebeu que continua a conseguir bater-se “com os melhores do mundo”. “Isso dá confiança, independentemente da vitória ou da derrota. Eu costumo dizer que as vitórias vêm com o nível. E se o nível existir, mais tarde ou mais cedo elas vão aparecer. Depois, pode demorar mais tempo ou menos tempo a encontrar os resultados”, completou.

Elogiado por Ruud, atual número três do ranking, que considerou que o português continua a jogar como um top 30 mundial e que merecia ter conquistado o título em Genebra, no ano passado, quando o norueguês o derrotou na final, Sousa disse saber o que é preciso para lá chegar novamente.

“Trabalho. Continuar a trabalhar, continuar fisicamente a tentar recuperar da melhor maneira. Tenho tido alguns problemas físicos, no entanto, não há desculpas. Acho que há semanas boas, há semanas menos boas. E há que continuar a trabalhar na boa linha para me manter no topo”, concluiu o único português a ter títulos ATP no palmarés.

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