Cronologia: mundial virou as costas à Rússia, mas COI começa a dar a mão a Moscovo -
Desde o início da guerra na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia foram excluídos da grande maioria das competições internacionais, embora na terça-feira o Comité Olímpico Internacional (COI) tenha recomendado a reintegração dos atletas desses países, deixando para mais tarde uma decisão sobre a sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
💥️Fevereiro de 2022: final da Champions é transferida para Paris
Inicialmente prevista para São Petersburgo, a final da Liga dos Campeões de 2022 foi transferida para Paris pela UEFA, apenas dois dias após o início da invasão do exército russo à Ucrânia. Na sequência da invasão russa, a federação europeia decidiu também romper o seu contrato com a gigante petrolífera Gazprom, uma das suas principais patrocinadoras desde 2012.
💥️Russos são excluídos das competições
Após a mudança na final da Champions, a FIFA e a UEFA anunciaram no dia 28 de fevereiro a exclusão da Rússia da fase de apuramento para o Mundial2022, assim como de todas as competições de seleções e clubes até nova decisão.
A Rússia, que quatro anos antes tinha realizado o Mundial2018, criticou a decisão por entender que era "discriminatória". A Rússia ficou também fora da qualificação para o Euro2024. A Bielorrússia, por sua vez, foi obrigada a fazer os seus jogos caseiros em campo neutro.
💥️Wimbledon diz não a russos e bielorrussos
Já excluídos da Taça Davis e da Billie Jean King Cup, duas competições por equipas, os tenistas russos e bielorrussos foram impedidos de também participarem no Wimbledon. O tradicional torneio londrino foi o primeiro a deixar de fora grandes figuras do circuito como Daniil Medvedev e Aryna Sabalenka.
No entanto, os jogadores desses dois países podem continuar a participar em torneios ATP e WTA sob bandeira neutra. Muitos deles já se posicionaram a favor da paz entre Ucrânia e Rússia. Por outro lado, nas últimas semanas a tensão nos balneários aumentou entre ucranianas, russas e bielorrussas, principalmente depois de a russa Anastasia Potapova ter entrado em campo em Indian Wells vestida com uma camisa do clube de futebol Spartak Moscovo.
💥️COI abre portas para regresso de russos e bielorrussos em 2023
No final de fevereiro, o COI elaborou um conjunto de recomendações para as federações internacionais para reintegrar Rússia e Bielorrússia no movimento olímpico. Segundo o COI, baseando-se na opiniões dos especialistas da ONU, "nenhum atleta deveria ser proibido de competir somente com base no seu passaporte".
As condições para a cumprir seriam as de fazer isso sob bandeira neutra, não ter apoiado de maneira ativa a guerra na Ucrânia e cumprir com o código mundial antidoping. Uma abertura denunciada principalmente por Kiev, que ameaça boicotar os Jogos de Paris 2024.
Vários países, entre eles a Polónia, apoiam a Ucrânia e outros 30, como Grã-Bretanha, Estados Unidos da América e Canadá, pedem esclarecimentos ao COI. Os comités olímpicos asiático e africano, por sua vez, apoiam o movimento do COI no sentido de admitir a participação de russos e bielorrussos
💥️Esgrima é o primeiro desporte olímpico a reintegrar atletas
A 10 de março, a Federação Internacional de Esgrima (FIE) pronuncia-se a favor do regresso dos russos e bielorrussos nas suas competições, uma decisão tomada a um ano dos Jogos Olímpicos e que entrará em prática a partir de abril, "sob ressalva de eventuais recomendações/decisões futuras do COI".
A federação ucraniana mostrou-se "profundamente consternada" com esta medida e a federação alemã desistiu de organizar uma das provas da Taça do Mundo de florete feminino programada para o início de maio na cidade de Tauberbischofsheim.
💥️Atletismo mantém veto
Principal desporto olímpico, o atletismo decidiu no dia 23 de março manter a exclusão dos atletas russos e bielorrussos "num futuro próximo, como consequência da invasão à Ucrânia", explicou o presidente da World Athletics, Sebastian Coe. Os atletas dessas nacionalidades não participam nas competições internacionais há um ano.
💥️Boicote no Mundial de boxe
Enquanto algumas federações internacionais, como as de ginástica e patinagem, nas quais os russos estão entre os melhores, decidiram pela sua exclusão desde o início do conflito, a de boxe (IBA), presidida pelo russo Umar Kremlev, deu sinal verde para atletas de Rússia e Bielorrússia participarem do Mundial feminino em Nova Délhi (Índia).
Vários países, como Ucrânia, Estados Unidos da América, Canadá e Grã-Bretanha boicotaram o evento em sinal de protesto. Russos e bielorrussos também vão participar do Mundial masculino, em Tashkent (Uzbequistão), de 1º a 14 de maio.
💥️COI recomenda reintegração
O COI esclareceu a sua posição na última terça-feira, 28 de março de 2023, através do seu presidente, Thomas Bach, recomendando a reintegração dos atletas russos e bielorrussos nas competições internacionais, sob bandeira neutra a competir a nível individual, desde que não tenham apoiado ativamente a guerra na Ucrânia.
No entanto, o COI não se pronunciou sobre a participação de representantes desses países nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, deixando esta decisão "para o momento apropriado".
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