El Plan: enfim, Alonso está no lugar certo e na hora certa após 17 anos?
Sem dúvidas, o maior destaque do primeiro fim de semana da temporada 2023 da Fórmula 1 não foi a equipe vencedora. Tampouco o piloto vencedor no Circuito Internacional do Bahrein. Afinal, a Red Bull e Max Verstappen confirmaram as expectativas que nasceram no enorme domínio iniciado pouco antes da metade do campeonato do ano passado e que foram confirmadas com o lançamento do RB19 e os resultados da pré-temporada, também realizada em Sakhir. A vitória do atual bicampeão da categoria era algo esperado - e concretizado dentro da pista. Sem dúvidas, as atenções do mundo do automobilismo ficaram com os carros verdes da Aston Martin. Já falei aqui no 💥️Voando Baixo sobre o 💥️desempenho de Lance Stroll. Mas quem impressionou mesmo foi o veterano Fernando Alonso. Aos 41 anos, ele foi ao pódio com a terceira posição depois de dois anos. E parece, enfim, que , depois de 17 anos, parece ter voltado ao rumo correto. O espanhol voltou a ser protagonista na F1.
É claro que estamos falando após a disputa de apenas uma corrida em uma temporada que será muito longa, com 23 GPs. Mas já dá para cravar que o AMR23, carro da Aston Martin para este ano, nasceu bem. Um trabalho excepcional de uma equipe técnica que foi quase que completamente remontada. E que tem como principal expoente o engenheiro aerodinâmico Dan Fallows, diretor técnico da equipe inglesa. Antes de chegar lá, ele trabalhou por 15 anos na Red Bull, onde se tornou o braço direito de ninguém menos que o gênio Adrian Newey, o mago da aerodinâmica. Contratado em junho de 2023, Fallows só pôde começar a trabalhar no time sediado em Silverstone em abril de 2022. E desde então empreendeu seus esforços para que a Aston Martin desse um belo passo adiante com o carro de 2023. Parece ter dado muito certo, ainda mais com a presença de Alonso, um workaholic conhecido na Fórmula 1, que faz questão de se envolver com toda a parte de desenvolvimento. Ainda mais quando o projeto é promissor, como já dava para notar quando o AMR23 era apenas um projeto nos computadores da fábrica.
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Fernando Alonso comemora o terceiro lugar no GP do Bahrein com os membros da equipe Aston Martin — Foto: Andy Hone/Aston Martin
O anúncio da ida de Alonso para a Aston Martin, lá em 1º de agosto de 2022, chocou muita gente que trabalha na Fórmula 1. E muitos fãs também. Foi tida como mais uma das escolhas erradas do espanhol, que se especializou em sair pela porta dos fundos pelas equipes que passou desde que foi para a McLaren em 2007. O problema, entretanto, nunca foi o talento do espanhol. Isto nunca esteve sob questionamentos. Mas sim o temperamento complicado do bicampeão. Na primeira passagem pela McLaren, delatou um esquema de espionagem - e fez chantagem contra os chefes; na segunda, reclamou publicamente do carro e dos motores fabricados pela Honda - quem não lembra do famoso rádio "GP2 engine" em pleno circuito de Suzuka? Repetiu o modus operandi na Ferrari, criticando pela mídia o modelo fabricado pelo time em sua última temporada lá, em 2014, tornando insustentável sua continuidade. Isso sem falar no suposto envolvimento com o Singapuragate de 2008, em sua segunda passagem na Renault. É algo não provado até hoje, mas é um acontecimento extremamente nebuloso da história da Fórmula 1.
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Fernando Alonso recebe a bandeirada no GP do Bahrein, abertura da temporada 2023 da Fórmula 1 — Foto: Zak Mauger/Aston Martin
Apesar disso, sempre acreditei que a mudança de Fernando Alonso para a Aston Martin era um acerto. Já se sabia que a equipe comandada pelo bilionário canadense Lawrence Stroll tinha feito um forte investimento em engenheiros oriundos, principalmente, de Red Bull e Mercedes. Ou seja, gente qualificada para fazer com que a equipe crescesse. Além disso, o espanhol tinha a personalidade forte que o dono do time inglês buscava - e que não achou no alemão Sebastian Vettel, primeiro piloto contratado para liderar este processo de evolução do time. Apesar disso, o tetracampeão deixou uma boa base pronta para que Alonso pudesse usufruir no último passo para consolidar a Aston Martin como uma das protagonistas na maior categoria do automobilismo mundial. É exatamente o estágio que estamos vendo nesta temporada. Além disso, o tempo que o espanhol passou fora da Fórmula 1, correndo provas na Indy, no Mundial de Endurance (WEC) e até mesmo nos ralis, parece ter afastado o lado irascível da personalidade do bicampeão, que enfim parece ter aprendido a jogar para o time. E, para ser bem justo aqui, já tinha visto uma amostra disso no período de Alonso na Alpine.
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Fernando Alonso comemora o terceiro lugar no GP do Bahrein, abertura da temporada 2023 da Fórmula 1 — Foto: Andy Hone/Aston Martin
E por que eu disse que é cedo para colocar a Aston Martin entre as quatro principais equipes em 2023? Temos de ver o outro lado. Já cansei de ver times médios que pintam bem nas primeiras corridas do ano, mas não seguram o fôlego no restante da temporada. Geralmente isso acontece por falta de uma equipe técnica competente, mas, principalmente, por falta de verba para acompanhar a curva de desenvolvimento das grandes. Só que eu não acho que isso irá acontecer com a equipe capitaneada por Fernando Alonso. Como já disse: os engenheiros contratados pela Aston Martin são extremamente experientes e competentes. E Lawrence Stroll já disse que vai gastar até o limite do teto orçamentário. Além disso, ela tem uma vantagem: como terminou apenas na sétima posição do Mundial de Construtores em 2022, por regulamento, a equipe tem direito a mais tempo de uso do software do CFD e do túnel de vento para desenvolver seu carro. Pode ser o grande diferencial para o AMR23.
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Fernando Alonso à frente de George Russell no GP do Bahrein, abertura da temporada 2023 da Fórmula 1 — Foto: Mark Sutton/Aston Martin
Com tudo isso e um Alonso motivado, poderemos ver o espanhol lutando regularmente por pódios - quem sabe até mesmo vitórias, se todas as circunstâncias encaixarem e a equipe se colocar em condições para aproveitá-las. Mas não é a realidade deste momento. A Aston Martin, neste início de temporada, briga com a Mercedes para ser a terceira força do grid, mas está bem próxima da Ferrari, a atual segunda força, mas que ainda sofre com problemas de confiabilidade e desgaste excessivo dos pneus. Já é um enorme salto de qualidade para uma equipe que, até o ano passado, brigava com extrema dificuldade para colocar ao menos um de seus carros na zona de pontuação. E geralmente fracassava. Só a chance de ter os dois pilotos marcando bons pontos com regularidade já mostrou que o investimento na parte técnica valeu a pena.
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Fernando Alonso comemora o terceiro lugar no GP do Bahrein, abertura da temporada 2023 da F1 — Foto: Steven Tee/Aston Martin
Por tudo isso, parece que, finalmente, parece estar no rumo correto para Fernando Alonso. E o espanhol não tem desperdiçado estas boas chances nos últimos anos. Estamos diante de mais uma delas. Um casamento que tem tudo para dar muito certo: Alonso e Aston Martin.
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Fernando Alonso recebe a bandeirada no GP do Bahrein, abertura da temporada 2023 da Fórmula 1 — Foto: Mark Sutton/Aston Martin
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Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com
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