Oito anos, cinco títulos mundiais: dez motivos que fizeram Pelé se tornar o Rei do Futebol
Quando foi artilheiro do Campeonato Paulista de 1957 com 17 anos, Pelé, morto nesta quinta-feira, estava apenas começando a mostrar ao mundo todo seu talento dentro das quatro linhas. No ano seguinte, foi protagonista, ao lado de Garrincha e outros craques, do primeiro título mundial da seleção brasileira, na Copa do Mundo da Suécia.
Mas o que aconteceu durante os anos seguintes para que Edson Arantes do Nascimento fosse uma das pessoas mais celebradas em todo o mundo? A morte do Atleta do Século aos 82 anos de idade, repercutiu mundialmente.
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Quase unanimidade como maior jogador de todos os tempos, Pelé também atacou de cantor, ator, garoto-propaganda, foi o primeiro Ministro do Esporte do Brasil. Seu maior talento era fazer gols, mas o ex-jogador também tinha carisma e força política suficiente para interromper uma guerra.
1 de 5 Pelé em 1958 — Foto: Getty ImagesPelé em 1958 — Foto: Getty Images
Pelé sempre foi um defensor das causas sociais, sobretudo dos direitos das crianças. O breve discurso feito após marcar seu milésimo gol, no Maracanã, em 1969, rodou o mundo. Com sua fama e popularidade, também conseguiu, mesmo que temporariamente, promover a paz, adiar conflitos e até cessar fogo em guerras civis de países como Congo, Líbano e Nigéria.
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Mesmo com apenas 17 anos, Pelé já tinha sido artilheiro do Campeonato Paulista de 1957. Mas foi no ano seguinte, na Copa de 58, na Suécia, que começou a encantar o mundo com seu talento. Numa seleção que tinha, entre outros, Garrincha, Didi e Nilton Santos, o craque foi um dos principais jogadores. E fez um golaço que está na galeria dos mais bonitos da carreira. Na decisão em que o Brasil venceu a Suécia por 5 a 2, aplicou um chapéu em um zagueiro e marcou, de pé direito, o terceiro gol brasileiro.
E a fome por títulos mundiais estava apenas começando a ser saciada. Em 62, Pelé foi campeão do mundo com o Santos e com a Seleção. Naquele ano, o Peixe bateu o Benfica no mata-mata e conquistou seu primeiro título mundial. No mesmo ano, defendendo o Brasil – sem o mesmo protagonismo por causa de uma lesão – levou o bi na Copa do Mundo no Chile.
No ano seguinte, mais um título mundial com o Santos, que dessa vez derrotou o Milan, em melhor de três jogos. Oito anos depois, na Copa do México, a consagração total com a seleção brasileira e o Tri. Em oito anos, e com 29 de idade, Pelé chegava a cinco títulos mundiais.
No dia 19 de novembro de 1969, Pelé fez o milésimo gol da carreira na vitória do Santos sobre o Vasco por 2 a 1, no Maracanã. Além da marca histórica, o craque aproveitou para fazer um breve discurso pedindo atenção com as crianças de todo o mundo. Cercado por jornalistas, Pelé disse: “Pensem no Natal. Pensem nas criancinhas”. Um pouco mais tarde, já no vestiário, voltou ao assunto: “Ajudemos as crianças desafortunadas, que precisam do pouco de quem tem muito”.
Entre todas as comparações já feitas entre Pelé e outros craques, a principal característica apontada pelos defensores do Rei como o maior de todos era sua versatilidade. Chutava bem com as duas pernas, era um exímio cabeceador, forte, raçudo, cobrava bem faltas de qualquer distância e pênaltis com maestria. Qual o defeito dele em campo? Talvez nenhum...
A genialidade de Pelé foi tanta, que até alguns gols que ele não fez ficaram famosos. Como, por exemplo, duas vezes contra o Uruguai, e o mais famoso deles, contra a Tchecoslováquia, ao tentar encobrir o goleiro do meio de campo. Todos os três lances ocorreram na Copa de 70. Até hoje, quando algum jogador consegue colocar a bola na rede dessa distância, a primeira coisa que vem à cabeça dos narradores é: “Fulano fez o gol que Pelé não fez”.
Em 1974, Pelé fazia sua primeira despedida do futebol. Contra a Ponte Preta, na Vila Belmiro, o Rei fez a última partida pelo Santos – vitória por 2 a 0. E, no ano seguinte, aceitou a missão de defender o New York Cosmos. Se hoje a liga de futebol profissional nos Estados Unidos tem média de público melhor do que o Campeonato Brasileiro, muito se deve a Pelé. Durante dois anos, ao lado de craques como Beckenbauer, Carlos Alberto Torres, Marinho Chagas e Johan Cruyff, ele conquistou títulos e ainda mais fama internacional. Era apenas o começo do desenvolvimento do futebol nos EUA.
Pelé foi eleito Atleta do Século XX por jornalistas das 20 publicações mais importantes do mundo, e o resultado foi divulgado no dia 12 de julho de 1980, pelo jornal francês “L’Equipe”. O jogador brasileiro teve 178 pontos, nove à frente de Jesse Owens, atleta americano que se tornou mundialmente conhecido pelos feitos nas Olimpíadas de Berlim ao conquistar a medalha de ouro em quatro provas e desmentir o discurso da supremacia ariana do Nazismo do ditador Adolf Hitler, em 1936.
Após encerrar a carreira de vez, em 77, numa partida entre Kosmos e Santos, na qual defendeu cada clube num tempo, Pelé passou a investir na carreira artística, o que ajudou a manter seu nome em evidência, além de aumentar ainda mais sua popularidade. Entre outros filmes, foi astro em “Fuga para a vitória”, em 81, e “Os Trapalhões e o Rei do Futebol”, em 86.
Como sempre gostou de tocar violão e era amigo de muitos cantores, como Wilson Simonal, Pelé também gravou músicas e discos. A música mais famosa é “ABC”, na qual cantava versos pedindo, mais uma vez, pela educação das crianças.
Em 1995, Pelé aceitou aquele que talvez tenha sido o maior desafio de sua vida: ser o primeiro Ministro do Esporte do Brasil. Convidado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, o Rei vestiu terno e gravata e matou no peito a responsabilidade.
Antes dele, Zico havia sido secretário nacional de esportes do Governo Collor. Em 1998, Pelé criou uma lei polêmica, que revogou outra lei, criada por Zico, e mudou a legislação sobre o passe de jogadores de futebol. A Lei Pelé vigora até hoje no Brasil.
Por essas e outras é que Pelé sempre foi ovacionado por todos os cantos em que passou. Saiu do Brasil para ser amado e idolatrado nos Estados Unidos, na Europa, na África e em todo Oriente. Talvez só não seja tão amado na Argentina, terra de seu eterno rival Maradona. Alguns dizem que é mais conhecido que o Papa. Outros, até que Jesus Cristo. Verdade ou não, o fato é que o mundo perdeu o Rei do Futebol.
2 de 5 Números da carreira de Pelé — Foto: InfoesporteNúmeros da carreira de Pelé — Foto: Infoesporte
3 de 5 Números de Pelé pelo Santos — Foto: InfoesporteNúmeros de Pelé pelo Santos — Foto: Infoesporte
4 de 5 Números de Pelé pela seleção brasileira — Foto: InfoesporteNúmeros de Pelé pela seleção brasileira — Foto: Infoesporte
5 de 5 Números de Pelé pelo Cosmos — Foto: InfoesporteNúmeros de Pelé pelo Cosmos — Foto: Infoesporte
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