Retrospectiva do Botafogo-PB: Belo vai mal nas decisões do 1º semestre e volta a frustrar na Série C

O saldo do Botafogo-PB em 2022 foi negativo. Por mais um ano, as expectativas criadas em todas as competições disputadas ao longo de uma temporada planejada deixaram clube e torcida na esperança que os rumos pudessem ser diferentes do desfecho que tiveram.

Desfecho da temporada foi frustrante para o Botafogo-PB — Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB 1 de 6 Desfecho da temporada foi frustrante para o Botafogo-PB — Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB

Desfecho da temporada foi frustrante para o Botafogo-PB — Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB

Ficaram as lições, um vice-campeonato paraibano com atuações abaixo do que se espera numa final, perdas de peças insubstituíveis em momentos cruciais da temporada e mais uma participação problemática na Série C do Brasileirão.

O aproveitamento total na temporada foi de 54%. Apesar de mais positivo do que negativo, o que ficou nítido foi a ausência de poder de decisão de um time que, em determinado momento do ano, parecia sempre jogar num limite técnico que muito fez custar os grandes feitos que podia conquistar dentro das quatro linhas.

Em 40 jogos, o Belo conquistou 17 vitórias, 14 empates e nove derrotas. Foram 50 gols marcados e 31 sofridos. Ao passo que o setor defensivo deu conta do recado, com menos de um gol sofrido por jogo, o ataque foi dependente de Gustavo Coutinho, artilheiro da equipe na temporada com 19 gols. Com o sucesso com a camisa do Alvinegro da Estrela Vermelha, o atacante, muito cobiçado no mercado, precisou tocar sua carreira no instante mais importante da temporada para o Botafogo-PB.

Com a dobradinha entre Gustavo Coutinho e Anderson Paraíba, o Botafogo-PB parecia ir longe na temporada, mas... — Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB 2 de 6 Com a dobradinha entre Gustavo Coutinho e Anderson Paraíba, o Botafogo-PB parecia ir longe na temporada, mas... — Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB

Com a dobradinha entre Gustavo Coutinho e Anderson Paraíba, o Botafogo-PB parecia ir longe na temporada, mas... — Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB

O Campeonato Paraibano e a Copa do Nordeste foram as primeiras competições disputadas pelo Botafogo-PB em 2022. E a boa campanha feita na primeira fase dos dois torneios, com destaque para os bons resultados e boas atuações na competição regional, deram o otimismo que o torcedor botafoguense precisava para um ano que parecia se desenhar de forma estrelada.

Com a defesa dando a tranquilidade para que o time pudesse produzir ofensivamente sem tanta preocupação com o que poderia acontecer lá atrás — sendo isso uma característica tática do técnico Gerson Gusmão — Anderson Paraíba e Gustavo Coutinho corresponderam às expectativas de criação e de gols marcados.

Pela Copa do Nordeste, o Belo entregou boas atuações contra Fortaleza, Sport, Sampaio Corrêa, entre outros adversários, e conseguiu uma classificação com autoridade. No entanto, nas quartas de final, contra o Náutico, apesar de ter saído à frente no placar e tido o controle das ações, acabou sofrendo um gol perto dos acréscimos do segundo tempo. O Botafogo-PB ainda viu a estrela brilhar do então goleiro do Timbu, Lucas Perri, hoje atuando no Botafogo do Rio, que foi o protagonista da disputa nos pênaltis, eliminando a equipe botafoguense, que teve a classificação nas mãos, em pleno Almeidao.

Restou, então, o Campeonato Paraibano. Apesar da classificação folgada, o Alvinegro da Estrela Vermelha não desempenhou, ao longo da primeira fase, o mesmo futebol visto na Copa do Nordeste. Na fase semifinal, a classificação para a final aconteceu com drama, depois de perder para o Nacional de Patos por 3 a 1, no José Cavalcanti. No Almeidão, a missão era marcar três gols para buscar uma classificação nos 90 minutos. E ela aconteceu.

A decisão do Campeonato foi novamente diante do Campinense, que vinha de uma campanha invicta em todo o torneio. O quarto confronto valendo taças entre o Belo e a Raposa nos últimos 10 anos. E, para além disso, os dois clubes que mais venceram estaduais neste mesmo período. No primeiro duelo, um baque logo de cara para o Botafogo-PB: derrota por 2 a 1, de virada, para o clube Rubro-Negro, em pleno Almeidão lotado, com uma atuação para lá de apática.

O jeito, então, era buscar a reversão do resultado no Amigão, pintado de vermelho e preto, apenas com torcedores do Campinense. Mas não deu. Olávio, carrasco do Belo na temporada, com quatro gols marcados em quatro Clássicos Emoção em 2022, marcou o gol que coroou o título da equipe raposeira, em mais uma partida decisiva em que o time alvinegro ficou devendo em nível de atuação.

Um dos motivos da queda vertiginosa de rendimento do Botafogo-PB, especialmente no segundo semestre, passa pela perda de três peças: o meia Anderson Paraíba, o técnico Gerson Gusmão e o atacante Gustavo Coutinho.

Gerson Gusmão optou por trocar o Botafogo-PB e defender o Remo na sequência da Série C — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press 3 de 6 Gerson Gusmão optou por trocar o Botafogo-PB e defender o Remo na sequência da Série C — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press

Gerson Gusmão optou por trocar o Botafogo-PB e defender o Remo na sequência da Série C — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press

Dentre essas adversidades no mercado, o Remo foi o grande algoz do Belo, apesar de não ter obtido sucesso na reta final da Série C do Brasileiro. Primeiro com Anderson Paraíba, ainda no fluxo da reta final da Copa do Nordeste e do Campeonato Paraibano. Um dos jogadores mais regulares e diferentes do elenco botafoguense, até aquele momento da temporada, o camisa 20 caiu de rendimento, se tornou opção no banco de reservas e, às vezes, nem isso. Após o término do estadual, ele se transferiu em definitivo para o Leão do Norte.

A segunda perda mexeu diretamente na efetividade do time na Terceirona, que fazia uma boa campanha. Na quarta colocação de um G-8, o técnico Gerson Gusmão foi outro que recebeu proposta do Remo. Mas, ao contrário de toda celeuma sobre a saída de Anderson Paraíba, o treinador rapidamente decidiu por sua transferência logo após a rodada #11 e criou um cenário de incertezas acerca do futuro botafoguense em mais uma busca pelo acesso à Série C. E, de fato, a expectativa se confirmou. Com a chegada de Itamar Schülle, o Belo venceu apenas uma partida, empatou outras seis e perdeu no último jogo da primeira fase, o que cessou a chance de classificação para o mata-mata.

Com Gustavo Coutinho, Botafogo-PB seguia com expectativa de gols e do resultado positivo vindo pelo "detalhe" do faro de gol do artilheiro, que se transferiu para o Sport — Foto: Rafael Vieira/AGIF 4 de 6 Com Gustavo Coutinho, Botafogo-PB seguia com expectativa de gols e do resultado positivo vindo pelo "detalhe" do faro de gol do artilheiro, que se transferiu para o Sport — Foto: Rafael Vieira/AGIF

Com Gustavo Coutinho, Botafogo-PB seguia com expectativa de gols e do resultado positivo vindo pelo "detalhe" do faro de gol do artilheiro, que se transferiu para o Sport — Foto: Rafael Vieira/AGIF

Por fim, a saída de Gustavo Coutinho decretou um fim de temporada dramático. Isso porque, sem o seu grande artilheiro na temporada, o Botafogo-PB passou a finalizar menos, a não ter uma referência técnica, a não ser efetivo e, consequentemente, não conquistar vitórias. O atleta pertence ao Fortaleza, que até conseguiu ser flexível ao desejo do clube e do atleta de permanecer no CT da Maravilha do Contorno, mas que não teve como resistir ao desejo e à vitrine do jogador em atuar pelo Sport na Série B do Brasileiro.

O desfecho da temporada do Botafogo-PB, desde 2013, acontece sempre nas disputa de Campeonatos Brasileiros. Desde 2014, após o acesso à Série C e o título da Série D, a luta por um acesso à Série B é o desafio maior de um clube que já bateu na trave em algumas oportunidades e que já poderia ter dados rumos diferentes ao seu destino nas divisões nacionais.

Rendimento da equipe só caiu sob o comando de Itamar Schulle — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB 5 de 6 Rendimento da equipe só caiu sob o comando de Itamar Schulle — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB

Rendimento da equipe só caiu sob o comando de Itamar Schulle — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB

Neste ano, bater na trave é até um tanto generoso com o feito negativo que o clube conseguiu. Depois de estar por 17 rodadas no G-8, o Belo, na última partida, após empatar seis jogos consecutivos, sob o comando do técnico Itamar, perdeu para a Aparecidense e se despediu da principal competição de seu calendário de forma melancólica.

Em 2023, o Alvinegro da Estrela Vermelha vai disputar a terceira divisão pelo 10º ano consecutivo.

Ao término da Série C, o Botafogo-PB precisaria digerir internamente a eliminação na principal disputa do ano, mas, com certa agilidade, se planejar para as eleições que aconteceriam em outubro.

A princípio, o presidente Alexandre Cavalcanti não sinalizou com prontidão que seria candidato, mas que se candidataria caso a oposição política do clube fosse lançar algum nome para assumir a gestão do clube por meio das eleições.

Alexandre Cavalcanti segue na gestão do Botafogo-PB até 2024 — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB 6 de 6 Alexandre Cavalcanti segue na gestão do Botafogo-PB até 2024 — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB

Alexandre Cavalcanti segue na gestão do Botafogo-PB até 2024 — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB

No fim das contas, ninguém do grupo opositor confirmou nome para liderar alguma suposta chapa. Mesmo assim, o então atual presidente confirmou que seria o candidato à reeleição após uma conversa com o Conselho Deliberativo e foi aclamado mandatário do clube para o biênio 2023–2024, agora com Roberto Burity como vice.

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