Retrospectiva Botafogo-SP: ano da desforra para torcida, mas novo acesso marcado por polêmica
Gol do Botafogo-SP, Santos x Botafogo-SP, Paulistão — Foto: reprodução/vídeo Premiere
O ano de 2022 serviu para o torcedor do Botafogo-SP lavar a alma. Calejado de uma sequência difícil desde 2023, quando o time lutou contra a queda em todos as edições do Paulistão, foi rebaixado na Série B de 2023 e fora da fase semifinal da Série C de 2023, o botafoguense soltou o grito de festa neste ano perto de acabar.
No Paulistão, o time comandado por Leandro Zago fez uma campanha excelente no estadual, com 18 pontos, mas deu azar de cair no Grupo C, com Palmeiras e Ituano e acabou ficando de fora da fase semifinal por um ponto. Todos os demais segundos colocados das outras chaves avançaram com uma pontuação menor que a do Bota.
Foi a melhor campanha do time nesta modalidade de Paulistão, adotada desde 2017. O time ainda venceu o Santos por 1 a 0, quebrando um tabu de 34 anos sem vencer os grandes fora de casa.
2 de 6 Botafogo-SP x Ituano, Troféu do Interior — Foto: João Victor Menezes/Agência BotafogoBotafogo-SP x Ituano, Troféu do Interior — Foto: João Victor Menezes/Agência Botafogo
No Troféu do Interior, o time acabou ficando com o vice-campeonato ao ser derrotado pelo Ituano. A Série C começou com uma boa campanha, com o time se mantendo nas primeiras posições nas cinco primeiras rodadas.
No entanto, veio uma sequência de lesões e uma queda de rendimento da equipe, que começou a se aproximar da zona de rebaixamento, com três derrotas em quatro jogos. A sequência custou o cargo de Zago. Paulo Baier foi trazido e, após algumas rodadas patinando, o time retomou o caminho das vitórias justamente contra o Vitória, no Barradão.
3 de 6 Fillipe Soutto comemora gol do Botafogo-SP contra Aparecidense — Foto: André Costa/Divulgação/Agência BotafogoFillipe Soutto comemora gol do Botafogo-SP contra Aparecidense — Foto: André Costa/Divulgação/Agência Botafogo
O time conseguiu uma recuperação incrível e, no saldo de gols, desempatou para avançar como quinto colocado. Acabou caindo em um grupo sem tantos adversários de tradição, Mirassol, a eterna “pedra do sapato”, Volta Redonda e Aparecidense-GO.
Após vencer o Voltaço em casa, por 3 a 1, perder para o Mirassol fora e vencer o Aparecidense por 3 a 1 em Goiás, o Pantera terminou o turno como vice-colocado, precisando vencer uma das três partidas restantes. Mas aí os comandados de Baier ativaram o modo “com emoção”.
Uma derrota inexplicável para o time goiano e casa, por 3 a 2, após iniciar a partida vencendo, acendeu o alerta. Na segunda partida, um empate com o Mirassol, no sufoco, com dois jogadores a mais, serviu, ao menos, para deixar o Tricolor dependendo de si na derradeira partida, contra o Voltaço, no Rio de Janeiro.
4 de 6 Paulo Baier observa Gustavo Xuxa em Botafogo-SP x Mirassol — Foto: Luiz Cosenzo/Agência BotafogoPaulo Baier observa Gustavo Xuxa em Botafogo-SP x Mirassol — Foto: Luiz Cosenzo/Agência Botafogo
O time mudou a postura, entrou determinado, abriu 2 a 0 e via o Mirassol vencer o Aparecidense. O gol que sofreu no final pouco importou, o Botafogo sacramentava seu retorno à Série B no estádio Raulino de Oliveira.
A festa durou pouco, pelo menos para uma parte do elenco. Alguns atletas cometeram atos de indisciplina deixando a concentração na zona portuária carioca. Três deles acabaram sendo acusados de crime sexual contra uma mulher levada ao quarto do hotel.
O argentino Lucas Delgado foi indiciado por dissimulação que, de acordo com o delegado titular da 12ª DP, Vinícius Domingos, é uma posse sexual mediante fraude. Já João Diogo deve responder por injúria e por importunação sexual. Dudu, que segundo a denúncia mordeu o seio da vítima e tentou agarrá-la à força, responde por estupro.
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Dudu Hatamoto, jogador do Botafogo-SP, presta depoimento no Rio de Janeiro — Foto: Lívia Torres/TV Globo
Delgado não teve o vínculo renovado. João Diogo acertou com Aparecidense e Dudu, com a Ponte Preta. Outros jogadores que não foram envolvidos na acusação criminal, mas deixaram a concentração, foram dispensados ou não tiveram os vínculos renovados: o zagueiro Diego Guerra e o atacante Bruno Michel.
Foi a terceira vez que o Bota subiu e viu a campanha sofrer um abalo com atos indisciplinares fora de campo, relembre os demais anos.
Mas 2022 marcou, também, o ano em que a empresa que administra o futebol ficou mais perto do que uma convivência pacífica com o Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol Clube.
A relação ainda é difícil, mas foi aprovada a transformação de S/A para SAF. Em outubro, o então presidente do BFC, Alfredo Cristóvão, renunciou ao cargo alegando, entre pares, desgaste com a SAF.
Além disso, o time se aproximou muito dos clubes que pretendem criar a Libra (Liga Brasileira de Futebol). Adalberto Baptista, principal investidor e presidente do Conselho Fiscal da SAF, pediu que os clubes se unissem e ainda não bateu o martelo sobre qual grupo entrar.
6 de 6 Caio Dantas conduz a bola em treino do Botafogo-SP — Foto: João Victor Cristovão/Agência BotafogoCaio Dantas conduz a bola em treino do Botafogo-SP — Foto: João Victor Cristovão/Agência Botafogo
Com 15 reforços contratados e 11 remanescentes da campanha do acesso, a diretoria parece ter encontrado um equilíbrio para um elenco sólido, ao menos no papel. Entre os nomes, o retorno de Caio Dantas, herói do acesso em 2018, e Gustavo Nescau.
A estreia do Bota no estadual acontece no dia 14 de janeiro, às 15h30, no Canindé, contra a Portuguesa.
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