Time grande não cai? 17 clubes que disputarão as Séries A, B e C em 2023 nunca foram rebaixados
💥️É esse o argumento utilizado por torcedores de grandes clubes do futebol brasileiro para sustentar uma verdadeira dinastia na 1ª divisão do Campeonato Brasileiro. São os casos de Flamengo, Santos e São Paulo, que, em suas ricas e longas histórias jamais deixaram de figurar na elite do futebol nacional. No entanto, no histórico geral, outras 14 equipes que ainda estão em plena atividade no Brasil jamais conheceram o amargor de um rebaixamento, mesmo algumas destas não estando entre as 20 equipes que compõem a 1ª divisão do Brasileirão.
1 de 4 Jogadores de Santos e São Paulo em um clássico da rica história do San-São — Foto: Fernanda Luz/AGIFJogadores de Santos e São Paulo em um clássico da rica história do San-São — Foto: Fernanda Luz/AGIF
É importante frisar que, para critério de compilação dos dados desta matéria, foram excluídas as equipes que jamais jogaram qualquer divisão do Campeonato Brasileiro e até mesmo aquelas que participaram apenas da Série D do Brasileirão, haja vista que a 4ª divisão não prevê nenhum tipo de rebaixamento. Também não fazem parte da lista quaisquer dados referentes a rebaixamentos em campeonatos estaduais.
A conta hoje é a seguinte: dos 60 clubes que vão disputar as séries A, B ou C em 2023 — e que, portanto, possuem risco de serem rebaixados —, 17 deles nunca caíram de divisão. Destes, quatro estão na Série A, três na Série B e 10 na Série C do Campeonato Brasileiro.
A temporada 2022 do Campeonato Brasileiro, inclusive, marcou duas quedas inéditas. Isso porque Operário-PR e Brusque, que haviam feito a escalada da Série D para a Série B do Brasileirão nos últimos anos, apenas haviam subido de divisão, mas nunca caído. Em 2023 as equipes da região sul do país disputarão juntos a 3ª divisão.
A grande dúvida que permeia a cabeça do torcedor se dá no motivo pelo qual tantas equipes que nunca caíram não estão na elite do futebol nacional, alguns, inclusive, não disputam a Série A há décadas ou até mesmo nunca disputaram. A explicação está nas muitas viradas de mesa e na variedade de fórmulas que classificavam os times para as competições nacionais por meio dos estaduais.
2 de 4 Jogadores do Botafogo-PB perfilados — o clube paraibano também nunca foi rebaixado — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB
Jogadores do Botafogo-PB perfilados — o clube paraibano também nunca foi rebaixado — Foto: Cristiano Santos / Botafogo-PB
O cenário de equipes que chegam longe no Brasileirão, mas acabam ficando de fora da edição seguinte do certame é algo que acontece de forma recorrente na Série D. Muito por isso, o número atual de 17 clubes que nunca foram rebaixados pode aumentar em breve. Isso porque uma série de equipes que disputam recorrentemente a 4ª divisão do Brasileirão jamais disputaram, nos moldes atuais, qualquer uma das três principais divisões do campeonato nacional.
Historicamente, o primeiro campeonato nacional que previu quedas de divisão foi a 💥️Taça de Ouro de 1982. Na época, os últimos colocados de cada grupo — que eram oito no total — acabaram rebaixados no mesmo ano para a 💥️Taça de Prata, que equivalia à 2ª divisão da época, disputando as fases finais da competição naquela mesma temporada. Foi assim que, por exemplo, a Juventus-SP "caiu" em 1983 e no mesmo ano conquistou o título da Série B.
Os números de equipes rebaixadas a preço de hoje, no entanto, poderiam ser diferentes. Isso porque, ao longo da história do Campeonato Brasileiro, muitos rebaixamentos foram cancelados, e as famosas viradas de mesa foram acionadas várias vezes. A mais famosa delas aconteceu em 1996 e acabou salvando Fluminense e Bragantino da queda. O efeito cascata chegou à Série B e evitou os rebaixamentos de Goiatuba, Sergipe e Central.
3 de 4 A equipe do Fluminense em 1996 — Foto: Reprodução / SporTVA equipe do Fluminense em 1996 — Foto: Reprodução / SporTV
Outros que tiveram suas quedas anuladas na Série A foram Náutico e Paysandu (1992) e o Gama (1999). Esta última acabou criando a Copa João Havelange e proporcionando uma verdadeira revolução em todas as séries do Brasileirão. Já na Série B, em 1995, o Barra do Garças, do Mato Grosso, foi excluído após ter acumulado dívidas junto à Federação Mato-Grossense de Futebol. Com isso, o rebaixamento da Ponte Preta, que havia terminado o campeonato na 23ª colocação daquela Segundona, à Série C do ano seguinte foi cancelado.
Em 2013, mais um episódio de virada de mesa. Isso porque ao fim daquela edição do Brasileirão, os rebaixados foram, respectivamente: Fluminense, Vasco, Ponte Preta e Náutico. No entanto, ao término do campeonato, a Portuguesa foi denunciada pela Procuradoria Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva por ter escalado o jogador Héverton contra o Grêmio, na última rodada. O atleta foi punido com dois jogos de suspensão por ter sido expulso na partida contra o Bahia, a 24 de novembro, mas cumpriu apenas uma partida e não poderia atuar na rodada final.
4 de 4 Fluminense, Portuguesa — Foto: Divulgação / PhotocameraFluminense, Portuguesa — Foto: Divulgação / Photocamera
Como consequência a Lusa foi punida em primeira instância pelo STJD com a perda de 4 pontos, caindo da 12ª para a 17ª colocação na tabela de classificação sendo rebaixado para a Série B no lugar do Flamengo, que também foi punido pela escalação irregular do jogador André Santos, perdendo assim 4 pontos e caindo da 11ª para a 16ª posição, uma acima da zona de rebaixamento. O Fluminense, beneficiado indiretamente pelas punições, acabou tendo a sua queda evitada e saiu da 17ª para a 15ª colocação.
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