Ancelotti defende "tolerância zero" ao racismo após insultos a Vinicius Junior
Técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti afirmou ser preciso "tolerância zero" com o racismo e a xenofobia. A declaração foi feita nesta segunda-feira, três dias depois de o brasileiro Vinicius Junior ser alvo de insultos racistas durante a vitória dos merengues para o Real Valladolid no Campeonato Espanhol.
1 de 3 Ancelotti, técnico do Real Madrid, em coletiva de imprensa — Foto: EFE/J.J. GuillénAncelotti, técnico do Real Madrid, em coletiva de imprensa — Foto: EFE/J.J. Guillén
- Não tenho essas conversas com Vinicius, isso é muito claro. Não falo de um tema que não tem que existir, o racismo e a xenofobia. Mostrar isso ao Vini seria um erro porque é um problema da sociedade que não deveria existir. Para mim, tolerância zero nesse tema - afirmou.
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Os insultos se deram quando Vinicius Junior foi substituído no fim do segundo tempo. Enquanto caminhava por fora do campo até o banco de reservas, o brasileiro ouviu gritos de "negro de merda" e "macaco", além de sons que imitam o animal. Vários objetos também foram atirados contra o jogador.
- Não é um problema da LaLiga, mas sim geral e cultural. Para mim, a sociedade não tem a educação que deveria ter. Não focarei no Vinicius, na liga ou nas sanções. É preciso pensar em algo além. O racismo e a xenofobia são temas muito sérios - apontou Ancelotti.
2 de 3 Vinicius Junior sofre insultos racistas em Valladolid x Real Madrid — Foto: ReproduçãoVinicius Junior sofre insultos racistas em Valladolid x Real Madrid — Foto: Reprodução
O camisa 20 do Real Madrid criticou a LaLiga por "seguir sem fazer nada", e o presidente da liga espanhola, Javier Tebas, rebateu pedindo-lhe que "se informe melhor" sobre como "a entidade combate o racismo há anos".
Em setembro, quando o clássico entre Real Madrid e Atlético de Madrid ficou envolto por episódios de racismo contra Vinicius Junior, Ancelotti opinou que "não via essa forma de racismo na Espanha", a respeito das ofensas contra as danças do brasileiro nas comemorações de gol.
Os insultos racistas de torcidas rivais têm sido constantes contra Vinicius Junior na Espanha. O caso mais grave e mais recente foi no clássico contra o Atlético de Madrid, em setembro, dias depois que o brasileiro também foi alvo de declarações racistas em um programa de TV do país.
Na ocasião, houve grande mobilização na internet de brasileiros e estrangeiros apoiando o jogador, quando surgiu a hashtag #BailaViniJr. Após o ocorrido, Vinícius fez um comunicado e disse: "Aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar de bailar".
3 de 3 Rodrygo e Vinicius Junior dançam após gol do Real Madrid contra Atlético de Madrid — Foto: Burak Akbulut/Anadolu Agency via Getty ImagesRodrygo e Vinicius Junior dançam após gol do Real Madrid contra Atlético de Madrid — Foto: Burak Akbulut/Anadolu Agency via Getty Images
Em setembro, o Congresso dos Deputados da Espanha condenou os insultos racistas contra Vinicius Junior cometidos pela torcida do Atlético de Madrid no clássico espanhol. Na declaração, os parlamentares exigiram medidas da LaLiga, Uefa, Fifa e as autoridades públicas do esporte no governo espanhol.
– Este episódio não é um caso isolado, mas um novo exemplo de uma realidade que já foi denunciada muitas vezes: Marega, Kameni, Williams, Marcelo, Alves ou Eto'o, entre outros, são alguns dos jogadores que sofreram insultos racistas – afirmou a declaração do Congresso.
Na ocasião, o Atlético de Madrid condenou a atitude de seus torcedores e chegou a suspender três sócios por racismo contra Vinícius Jr. A LaLiga denunciou o caso, mas, três meses depois, o Ministério Público de Madri arquivou o inquérito. A entidade afirmou que as ofensas "duraram alguns segundos" e aconteceram em contexto de "máxima rivalidade".
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