Especialista disseca gestão de crise em recuperação judicial: "O Santa vai ter que se readequar"

Sem fluxo de caixa e com débitos orçados em mais de R$ 195 milhões, o Santa Cruz entrou em processo de recuperação judicial e tem até 20 de janeiro, fim do recesso do judiciário, para apresentar um plano de pagamento aos seus credores. Está na fase final do processo, portanto. Mas, do ponto de vista de gestão administrativa, o que mudou na condução do clube até aqui? E o que pensa o comitê estratégico tricolor que toca a reestruturação da sua dívida sobre o assunto?

Estádio do Arruda — Foto: Reprodução 1 de 1 Estádio do Arruda — Foto: Reprodução

Estádio do Arruda — Foto: Reprodução

Primeiro ponto: em função da baixa capacidade financeira, 💥o Santa Cruz, hoje, não vê possibilidade de provocar grandes mudanças de gestão, de profissionalizá-la como se deveria. É o diagnóstico levantado pelo advogado Eduardo Paurá Filho, responsável por gerenciar a recuperação judicial tricolor, e que traz um panorama de governança para conter a crise vivida no Arruda.

- Qualquer empresa em crise sofre influência de vários fatores, seja externa, econômica e mercadológica.💥️ Da estrutura de gestão da empresa que não é capaz de superar essa crise de forma mais fácil, e nos clubes em geral, a sistemática de gestão é bastante questionável. A lei da SAF, inclusive, ela faculta, se propõe a criar órgãos de gestão que apresentam resultados que permitem uma governança mais estruturada, mais eficaz - diz.

+ Datas, lista de credores e confecção do plano: o estágio da recuperação judicial do Santa Cruz

Seguindo pela mesma tônica de refinamento de gestão, inclusive projetando uma possível constituição de SAF, já apontada como alternativa, o advogado lança: seja a longo ou a curto prazo, o Santa Cruz terá que melhorar a sua governança - e precisa dar o primeiro passo.

💥️- O Santa Cruz vai ter que se readequar. Não é fácil, porque isso também exige recursos para você contratar profissional de mercado, consultorias, fazer diagnósticos, e a crise dificulta uma mudança radical nesse primeiro momento - destaca.

A partir do momento que for superada a fase do "arrocho" - em passivo, por exemplo, o Santa Cruz soma mais de R$ 222 milhões de débitos -, o clube, garante Paurá, terá aporte minimamente adequado para aperfeiçoar processos internos de administração, com a contratação de profissionais especializados para cada função.

💥️- Então, pode ser que o departamento de futebol seja transformado em uma SAF e junto com isso já vem um modelo de governança que necessariamente tem que ser implantado. M💥️as não adianta fazer uma revolução agora num sistema de gestão porque os recursos são escassos, eles têm que ser canalizados para pagar despesas correntes. O corpo de dirigentes, executivos, de profissionais está sacrificado também, não tem estrutura - acrescenta Paurá.

- Então, o foco é, primeiro, equalizar a dívida. E, segundo, definindo a estratégia, o modelo disso, se a SAF fizer parte dessa reestruturação, esse modelo já virar, e aí pode vir já gerido, se ele mantiver o controle da SAF, ou pelo investidor. Uma coisa é certa: a gestão vai ser mais cada vez aprimorada, seja na velocidade da SAF, seja nos mecanismos tradicionais que clubes utilizam. Alguns saíram de crises semelhantes sem necessariamente aderir ao modelo de SAF, e utilizaram formas de gestão exitosas e que se encaixaram bem com sua realidade - conclui.

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