Estádio do Café terá espaço destinado para autistas nos jogos do Londrina e de outros times
O Estádio do Café, em Londrina, terá um espaço reservado para pessoas diagnosticadas com autismo e aos familiares. Serão disponibilizados inicialmente 20 assentos, na parte superior das cadeiras, no setor coberto.
O local já será utilizado no dia 15 de janeiro, no jogo Londrina x Azuriz, pela primeira rodada do Campeonato Paranaense.
Responsável pelo estádio, a Fundação de Esportes de Londrina (FEL) atendeu uma iniciativa da torcida “Tubautistas”, criada recentemente pelo torcedor Matheus Dantas. Ele foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em 2022, aos 27 anos, e decidiu formar a torcida para trazer inclusão e visibilidade ao tema do autismo.
- Eu sei da importância que tem um espaço como esse que estamos conquistando hoje. Quando a gente fala de um espaço autista no Estádio do Café, a gente está falando de permitir que autistas e seus familiares possam frequentar o estádio e assistir a um jogo do Londrina. É um momento de grande alegria. Fico bastante tocado por saber quantos pais e mães vão realizar o sonho de levar um filho pela primeira vez a um estádio de futebol. Feliz por esse espaço ter saído e por esse assunto ter ganhando repercussão na nossa cidade – disse Matheus Dantas, ao ge.
O espaço no Estádio do Café foi escolhido por ficar em uma área mais tranquila, com facilidade para acesso e saída. As cadeiras serão sinalizadas com um adesivo, indicando a prioridade para pessoas com autismo e seus familiares.
- Vamos inaugurar esse espaço exclusivo para torcedores autistas da nossa cidade. Um projeto que veio da torcida Tubautistas, que nos procurou, e de imediato atendemos esse pedido, vendo a necessidade disso. Inclusão é importante em todos os lados. Teremos um espaço para dar segurança e tranquilidade para os torcedores acompanharem os jogos do Londrina – destacou o presidente da FEL, Marcelo Oguido.
Outros estádios do país também possuem áreas específicas para autistas. No Couto Pereira, do Coritiba, e na Neo Química Arena, do Corinthians, foram instaladas salas sensoriais adequadas especialmente para pessoas com TEA e outras necessidades. No estádio dos Aflitos, do Náutico, não há uma sala, mas na arquibancada há um espaço demarcado, assim como será feito no Estádio do Café.
Além disso, a Copa do Mundo do Catar também teve três estádios com salas sensoriais.
1 de 2 Cadeiras terão adesivos no Estádio do Café — Foto: Divulgação/Fundação de Esportes de LondrinaCadeiras terão adesivos no Estádio do Café — Foto: Divulgação/Fundação de Esportes de Londrina
Assistente de faturamento, Matheus Dantas foi diagnosticado com o grau 1 do TEA no meio de 2022, após dois anos de investigação com acompanhamento de psicólogo e psiquiatra.
A pessoa diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta dificuldades na comunicação e nas interações sociais, alguns comportamentos ditos repetitivos, e o chamado hiperfoco em um assunto ou objeto e alterações sensoriais, entre outros pontos.
Um estudo de 2023, nos Estados Unidos, mostra que um a cada 30 crianças tem autismo. No Brasil, ainda não há um levantamento oficial, mas a estimativa é que cerca de 2 milhões de pessoas têm autismo. Segundo dados do Sistema de Informações Ambulatoriais, do Ministério da Saúde, em 2023 foram realizados 9,6 milhões de atendimentos em ambulatórios a pessoas com autismo no país.
O tema esteve presente no Censo do IBGE, realizado em 2022, o que possibilitará um quadro mais exato. No Paraná, o governo solicitou também um mapeamento do transtorno do espectro autista no estado.
2 de 2 Cadeiras ficam no espaço coberto do Estádio do Café — Foto: Divulgação/CoritibaCadeiras ficam no espaço coberto do Estádio do Café — Foto: Divulgação/Coritiba
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