Ponte tem estádio penhorado pela Justiça em ação de ex-presidente
Casa da Ponte Preta, o Estádio Moisés Lucarelli está penhorado pela Justiça.
A decisão faz parte de uma das duas ações movidas por Sérgio Carnielli, ex-presidente e presidente de honra da Macaca.
Na soma dos processos, ele cobra aproximadamente R$ 85 milhões (sem contar correções) por empréstimos realizados ao clube entre 2012 e o fim de 2023 por meio de contratos de mútuo.
A penhora foi determinada em novembro de 2022, mas veio a público agora, a partir de um manifesto das torcidas uniformizadas da Ponte.
Trata-se de uma penhora de garantia de execução a partir de um pedido da defesa de Carnielli, sem impacto no dia a dia financeiro do clube. Na prática, significa que o Majestoso fica como garantia se a Ponte perder a disputa e não conseguir realizar o pagamento. O estádio também não pode ser envolvido em nenhuma transação enquanto valer a penhora.
O caso está em andamento na primeira instância, mas com recursos pendentes para que a ação seja julgada. A assessoria da Ponte disse que "a diretoria não vai falar sobre essa ação" no momento.
1 de 2 Estádio Moisés Lucarelli, casa da Ponte Preta — Foto: Marcos RibolliEstádio Moisés Lucarelli, casa da Ponte Preta — Foto: Marcos Ribolli
Já a defesa de Carnielli, em contato com a reportagem, afirmou que "não poderia comentar o assunto por se tratar de um processo que corre em segredo de justiça"
Segundo apurou a 💥️reportagem do ge, o departamento jurídico da Ponte contesta os valores cobrados e também a forma como foram feitos alguns empréstimos.
💥️O último balanço da Ponte (2020) que detalhou a dívida com Carnielli, entre pessoas física e jurídica, apontou o valor de R$ 111.189.212. O documento de 2023 não especificou o passivo com o ex-presidente - e o de 2022 ainda não foi divulgado (o prazo final é abril).
Direta ou indiretamente, Carnielli, empresário do ramo de fábrica de óculos, esteve à frente do grupo político que comandou a Ponte Preta de 1996 ao fim de 2023.
Ficou na presidência de 1996, quando assumiu o clube à beira da falência, até ser afastado, no fim de 2011, por uma decisão da Justiça, 💥️que entendeu que houve irregularidades nas auditorias dos balanços financeiros de 2007 e 2008.
Mesmo durante o período em que ficou com os direitos políticos cassados, Carnielli teve participação ativa nos bastidores da Macaca.
2 de 2 Sérgio Carnielli, presidente de honra da Ponte Preta — Foto: Carlos Velardi/ EPTVSérgio Carnielli, presidente de honra da Ponte Preta — Foto: Carlos Velardi/ EPTV
Além de ser nomeado presidente de honra, ele, como líder de chapa, indicou os nomes de Márcio Della Volpe, Vanderlei Pereira e José Armando Abdalla Júnior para o posto de mandatário do clube.
Della Volpe e Abdalla romperam com Carnielli no meio do caminho - Abdalla renunciou antes de concluir o mandato.
A saída de Abdalla representou o retorno do grupo político de Carnielli ao poder na figura de Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, que, como vice, assumiu a presidência no início de novembro de 2023 e integrou Carnielli ao colegiado responsável pelas decisões no futebol profissional.
Os dois também se afastaram durante a gestão de Tiãozinho. 💥️Nas eleições do fim de 2023, a vitória da chapa "MRP - Movimento Renascer Pontepretano" interrompeu a era Sérgio Carnielli na política alvinegra depois de 25 anos.
Marco Antonio Eberlin, homem de confiança de Carnielli quando entrou na presidência, mas que depois virou oposição, ocupa atualmente o cargo de presidente da Ponte, com mandato até o fim de 2025.
A situação financeira é crítica. O clube convive com constantes bloqueios de receitas devido a ações por dívidas com ex-jogadores e funcionários desde gestões anteriores.
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Sem recursos, os salários também estão atrasados desde a reta final de 2022. O volante Wallisson, por exemplo, conseguiu na Justiça a rescisão de contrato por conta da falta de pagamentos e assinou de graça com o Cruzeiro.
A Macaca tinha comprado, em agosto, 50% dos direitos econômicos dele por R$ 1,2 milhão junto ao Athletic-MG, com vínculo até o fim de 2027 e multas rescisórias de R$ 30 milhões de euros (R$160 milhões) para o exterior e R$30 milhões para o mercado interno.
Em entrevista recente,💥️ Eberlin disse o rombo do clube é de aproximadamente R$ 250 milhões. Os problemas extracampo culminaram, entre outros prejuízos, no rebaixamento da Ponte para a Série A2 do Paulista depois de 23 participações consecutivas na elite estadual.
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