Com estádio penhorado e R$ 250 milhões em dívidas, Ponte Preta discute recuperação judicial

O futuro da Ponte Preta estará em discussão na reunião extraordinária do Conselho Deliberativo desta quarta-feira no salão nobre do Estádio Moisés Lucarelli.

Com o Majestoso penhorado pela Justiça e aproximadamente R$ 250 milhões em dívidas, a diretoria executiva vai propor aos conselheiros um plano de recuperação judicial, conforme o item "c" do edital de convocação:

- Apresentação, discussão e votação da Proposta da Diretoria Executiva de formalização de Recuperação Judicial da agremiação.

O encontro está marcado para as 18h30 em primeira chamada (desde que com a presença da maioria absoluta), ou às 19h, independentemente do número de integrantes.

Conselho da Ponte vai se reunir para discutir recuperação judicial — Foto: Diego Almeida/ PontePress 1 de 2 Conselho da Ponte vai se reunir para discutir recuperação judicial — Foto: Diego Almeida/ PontePress

Conselho da Ponte vai se reunir para discutir recuperação judicial — Foto: Diego Almeida/ PontePress

A recuperação judicial é uma tentativa de organizar os pagamentos dos débitos por meio de um plano. Trata-se também de um passo para preparar o clube para uma eventual SAF no futuro.

É preciso, no entanto, que os credores aprovem a proposta do clube. Entram na negociação apenas as dívidas anteriores ao pedido de recuperação. Caso tenha um acordo com os credores, o clube terá de honrar os compromissos firmados para não entrar em processo de falência.

É uma saída momentânea para tentar estancar penhoras, mas também tem o outro lado: pode ser a "cartada final" para a sobrevivência da instituição se o plano não for cumprido. No Brasil, clubes como Cruzeiro, Figueirense, Chapecoense e Coritiba já aderiram ao mecanismo.

A decisão de penhorar o Majestoso faz parte de uma das duas ações movidas por Sérgio Carnielli, ex-presidente e presidente de honra da Macaca.

Na soma dos processos, ele cobra aproximadamente R$ 85 milhões (sem contar correções) por empréstimos realizados ao clube entre 2012 e o fim de 2023 por meio de contratos de mútuo.

Trata-se de uma penhora de garantia de execução a partir de um pedido da defesa de Carnielli, sem impacto no dia a dia financeiro do clube. Na prática, significa que o Majestoso fica como garantia se a Ponte perder a disputa e não conseguir realizar o pagamento. O estádio também não pode ser envolvido em nenhuma transação enquanto valer a penhora.

Estádio Moisés Lucarelli está penhorado pela Justiça — Foto: Júlio César Costa 2 de 2 Estádio Moisés Lucarelli está penhorado pela Justiça — Foto: Júlio César Costa

Estádio Moisés Lucarelli está penhorado pela Justiça — Foto: Júlio César Costa

O último balanço da Ponte (2020) que detalhou a dívida com Carnielli, entre pessoas física e jurídica, apontou o valor de R$ 111.189.212. O documento de 2023 não especificou o passivo com o ex-presidente - e o de 2022 ainda não foi divulgado (o prazo final é abril).

A situação financeira é crítica. Em entrevista recente, o presidente Marco Antonio Eberlin disse o rombo do clube é de aproximadamente R$ 250 milhões. O clube convive com constantes bloqueios de receitas devido a ações por dívidas com ex-jogadores e funcionários desde gestões anteriores.

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Sem recursos, os salários também sofrem atrasos desde a reta final de 2022. O volante Wallisson, por exemplo, conseguiu na Justiça a rescisão de contrato por conta da falta de pagamentos e assinou de graça com o Cruzeiro.

A Macaca tinha comprado, em agosto, 50% dos direitos econômicos dele por R$ 1,2 milhão junto ao Athletic-MG, com vínculo até o fim de 2027 e multas rescisórias de R$ 30 milhões de euros (R$160 milhões) para o exterior e R$30 milhões para o mercado interno.

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