Avô tricolor de Guga chora de emoção com o neto no Fluminense: "Valeu a pena esperar e estar vivo"
Em sua primeira entrevista coletiva no Fluminense, Guga revelou a história de seu passado ligado ao clube, onde teve uma curta passagem no futsal quando criança e tem essa camisa até hoje. O responsável por guardar a relíquia em sua casa em João Pessoa, na Paraíba, por 17 longos anos foi o Seu Jorge Vianna, pai de criação do Claudio Gomes (pai do lateral-direito) e considerado como se fosse o avô de sangue da família. E, claro, torcedor fanático pelo Tricolor.
Assim que acertou com o Fluminense no fim do ano passado, o lateral logo pegou o telefone e ligou para avisar o avô, que se emocionou. Nesta semana, ele veio ao Rio de Janeiro depois de muito tempo distante e viu do Maracanã o neto jogar pela primeira vez com a camisa de seu time de coração, na vitória por 1 a 0 sobre o Nova Iguaçu na noite de terça-feira. Em entrevista exclusiva ao Globo Esporte 💥️(veja a reportagem exibida no programa deste sábado no vídeo acima), Seu Vianna relembrou ao lado de Guga essa história e não conseguiu segurar as lágrimas de felicidade:
1 de 7 Guga e seu avô, Jorge Vianna, após jogo do Fluminense no Maracanã — Foto: Arquivo PessoalGuga e seu avô, Jorge Vianna, após jogo do Fluminense no Maracanã — Foto: Arquivo Pessoal
– É uma emoção muito grande. Foi vibrante, eu me emociono até hoje (pausa com os olhos marejados). É gratificante, valeu a pena esperar e estar vivo. Porque muitos se foram nessa pandemia, a gente passou por isso e, depois, ter um prêmio desse é maravilhoso. Só tenho a agradecer a Deus. Foi a primeira coisa que ele fez (ligar para contar). Aí eu vibrei, contei para todo mundo, coloquei todas as camisas do Fluminense em cima da cama e bati foto... Bati foto com essa camisa, que estava na minha coleção, e mandei para ele. Ele lembrava, sabia que estava comigo.
– Ele estava jogando (no clube), e eu falava: "Quando você conseguir uma camisa do Fluminense aí me dá que eu quero". Tive a felicidade dele pegar essa camisa (número 11), jogou e depois me deu: "Vô, para você, a camisa do Romário". Para mim foi uma honra e um prazer receber essa camisa, guardei com muito carinho. Eu dava uma vestidinha no meu aniversário, queria perturbar todo mundo (risos). Colocava a camisa, bandeira na mesa... Às vezes vestia para tirar foto, mas ficava guardada com as outras. Tenho várias camisas do Fluminense – contou Seu Vianna.
2 de 7 Guga postou foto com camisa que usou quando criança no Fluminense — Foto: ReproduçãoGuga postou foto com camisa que usou quando criança no Fluminense — Foto: Reprodução
Após assinar com o Fluminense, Guga recebeu a camisa de volta do avô e tirou foto com ela nas redes sociais (a blusa ainda lhe serve porque os uniformes na época vinham do futebol para o futsal, e ficavam enormes nos garotos, que dobravam para dentro do short). Depois da postagem, o lateral disse que recebeu diversas mensagens oferecendo dinheiro e até um "cheque em branco" para comprar a camisa:
– Teve gente que mandou mensagem no direct, um amigo de um amigo meu, muito tricolor, também mandou perguntar se eu não vendia a camisa: "Manda ele botar preço na camisa que eu compro". Falei: "Não, está doido. Essa camisa tem muita história, não tem como vender" (risos).
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3 de 7 Avô, pais e esposa de Guga no Maracanã em Fluminense x Nova Iguaçu — Foto: Arquivo PessoalAvô, pais e esposa de Guga no Maracanã em Fluminense x Nova Iguaçu — Foto: Arquivo Pessoal
E no que depender da vontade do avô, a camisa ficará para sempre com Guga:
– Eu acho que ele estando no Fluminense pode ficar. Um dia, quando ele quiser me devolver, vai ser o maior prazer. A gente não sabe até quando... (pausa para pensar) Acho melhor ficar com ele porque já estou chegando ao final da minha carreira. Prefiro que fique com ele.
Guga também aproveitou a visita do avô para levá-lo na última sexta-feira à sede do Fluminense e mostrar onde começou. O lateral chegou ao clube para o futsal no sub-7, mas ficou apenas dois meses em função da difícil logística. Na época, seu pai saía do trabalho em Cascadura por volta das 17h, precisava ir buscar o filho na Vila Valqueire, na Zona Norte, e levar para Laranjeiras, na Zona Sul. Um trajeto de aproximadamente 33km que no horário do "rush" demorava mais de duas horas.
4 de 7 Guga faz embaixadinha com bola de futsal no Fluminense — Foto: Mailson Santana / Fluminense FCGuga faz embaixadinha com bola de futsal no Fluminense — Foto: Mailson Santana / Fluminense FC
As dificuldades fizeram o lateral-direito, que havia começado a jogar futsal no Clube Esportivo Nogueira, no bairro Quintino Bocaiuva, deixar o Fluminense e ir para o Piedade, onde foi vice-campeão estadual. Depois disso, passou pelo Marã Tenis Clube e pelo Atlas até migrar para o campo no Botafogo. Questionado o que falaria hoje para o pequeno Guga, que nas quadras era ala ou goleiro-linha, ele garantiu que não mudaria nada:
– Acho que dificilmente eu mudaria alguma coisa porque aproveitei bastante essa época de futsal. Fui muito feliz por onde passei. Claro que gostaria de ter aproveitado mais aqui, de ter conseguido vir mais vezes treinar, enfim... Mas o destino preparou as coisas certinhas. Essa vontade que tinha, de ter continuado, estou podendo realizar agora com mais clareza. De ter o sonho já realizado de ser jogador. Naquela época era tudo muito na brincadeira. E agora vindo para cá como profissional, jogando no Maracanã, estou podendo realizar o sonho que eu tinha com sete anos indo para Laranjeiras treinar.
– Assim que entrei aqui e vi a quadra lá de cima já falei com meu pai: "Lembra, pai, a gente treinava lá em cima?" Passa um filme porque é um caminho muito longo a ser trilhado. Acabei rodando, saí do Rio, fui parar em outro estado, e agora retornar ao Fluminense, onde praticamente tudo começou. É a realização de um sonho. O sonho está se realizando, ainda tem muitas coisas para acontecer, mas só de voltar aqui já é algo muito grandioso.
5 de 7 Guga com seu avô e o pai na quadra das Laranjeiras — Foto: Mailson Santana / Fluminense FCGuga com seu avô e o pai na quadra das Laranjeiras — Foto: Mailson Santana / Fluminense FC
Uma coincidência com o avô é que ele também jogou futsal criança no Rio de Janeiro, quando tinha por volta de 10 anos. E inclusive ele conta que virou tricolor por causa das quadras:
– Eu jogava futebol de salão na época no Jacarepaguá Tênis Clube e não torcia para time nenhum. No infanto-juvenil, íamos jogar contra o Fluminense, entrei no intervalo com o time perdendo de 3 a 0 e fiz três gols. Estava feliz da vida, vibrando com aquilo, e no finalzinho do jogo o Fluminense fez o quarto gol e venceu. E eu passei a torcer pelo Fluminense por causa disso. Desde essa idade que sou tricolor – explicou Seu Vianna, que tinha o apelido de "Riva" por sua semelhança física com o Rivellino, naquela época craque da "Máquina Tricolor".
6 de 7 Seu Jorge Vianna, avô de Guga, é torcedor do Fluminense — Foto: Mailson Santana / Fluminense FCSeu Jorge Vianna, avô de Guga, é torcedor do Fluminense — Foto: Mailson Santana / Fluminense FC
Seu Vianna gostou tanto que mais tarde começou a frequentar o Maracanã nos jogos do Fluminense, mesmo sem os pais o levarem. Ele ia com uma torcida organizada tricolor que havia em seu bairro. Mas a paixão deu uma murchada na época do ex-presidente Francisco Horta:
– Ia no Maracanã sempre. Parei um pouco porque fiquei revoltado com o Horta, na época do troca-troca. Isso me matou, fiquei com muita raiva porque a gente tinha duas seleções, e ele desmanchou. Nenhum time hoje troca jogador bom para fortalecer outro time. Eu não aceitava. Depois, casado, com filho, compromisso, ia quando podia. Após me mudar para o Nordeste, onde estou há 33 anos, aí só assisto pela televisão. Sempre torci, sempre sofri muito. Lá tem uma turma grande, os bairros têm bares de cada time, e onde eu moro tem um bar do Fluminense. Todo mundo se reúne para ver jogo, é bom, eu gosto – disse Seu Vianna, que está confiante no Tricolor para 2023:
7 de 7 Guga em entrevista no Fluminense — Foto: Mailson Santana / Fluminense FCGuga em entrevista no Fluminense — Foto: Mailson Santana / Fluminense FC
E o sonho da família é o mesmo da torcida tricolor após bater na trave em 2008: o título da tão almejada Libertadores. E Guga também compartilha desse objetivo. O lateral-direito tem o principal torneio da América do Sul como sua primeira meta vestindo a camisa tricolor.
– Primeiro de tudo é conquistar a Libertadores. Acho que o torcedor está vendo essa oportunidade com mais vontade por tudo que o clube fez ano passado e o caminho que está seguindo. Acho que a partir desse ano esse sonho está mais claro. Não se fala em outra coisa a não ser essa Libertadores lá dentro do clube. Todos os jogadores estão muito motivados para esse ano. Então meu próximo sonho a ser realizado vai ser levantar essa Libertadores com a camisa do Fluminense.
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