Deivid Silva revela drama pessoal que o fez 'abandonar' as disputas da elite do Surfe Mundial em 2022: "
Um dos representantes brasileiros no CT (Championship Tour) em 2022, o surfista Deivid Silva viveu a temporada ‘mais doida’ de sua vida. Após realizar o sonho de surfar com os melhores do Mundo, o atleta de Guarujá, no litoral de SP, precisou ‘abandonar’ a competição na metade do ano.
Em conversa com o 💥️ge, o atleta de 27 anos revela o drama pessoal vivido no ano passado, quando sua filha mais nova quase perdeu a vida, o aprendizado adquirido com toda a situação, além do planejamento para 2023.
1 de 3 Deivid Silva com a esposa Beatriz e as filhas Isabela e Júlia — Foto: Arquivo pessoalDeivid Silva com a esposa Beatriz e as filhas Isabela e Júlia — Foto: Arquivo pessoal
– Foi uma temporada muito doida, de muito aprendizado. Acabei saindo do Tour (CT) no meio do ano, quase perdi milha filha. Mas tudo tem um porquê e Deus sabe das coisas – disse Deivid, que correu a etapa de Portugal preocupado com a saúde da filha Julia, que na época tinha entre 5 e 6 meses de vida.
– Julia pegou broncopneumonia e ficou bem mal. Foram oito internações – sendo três na UTI. Eu estava em Portugal quando fui para a bateria e fiquei sabendo que ela foi internada. Não tinha cabeça para competir em Bells Beach, na Austrália, e optei por cuidar delas [esposa Beatriz e as filhas Isabela e Júlia].
A internação da filha – hoje com 1 ano e três meses – fez Deivid voltar para o Brasil às pressas. O amor paterno, que o surfista descobriu há quatro anos com o nascimento da filha mais velha, superou qualquer objetivo e desejo profissional.
– Família é tudo. Hoje ela está bem e eu consigo dar o meu máximo nos treinos. Na época, se eu optasse em competir e tivesse perdido minha filha... Não sei se voltaria a surfar um dia, ou se teria cabeça para qualquer coisa.
Com a filha curada e toda a família saudável, Deivid voltou aos treinos com tudo e promete retornar à elite do surfe mundial já no próximo ano. Segundo ele, o foco principal está no Challenger Series (CS) – divisão de acesso à elite do surfe –, que começa em maio, na Austrália.
2 de 3 Deivid Silva competiu entre os melhores do mundo nas últimas temporadas — Foto: Cait Miers/World Surf LeagueDeivid Silva competiu entre os melhores do mundo nas últimas temporadas — Foto: Cait Miers/World Surf League
– Pretendo ir bem na competição e se Deus quiser voltar para o CT em 2024. Devo competir algumas etapas aqui no Brasil, já estou inscrito na de Fernando de Noronha, Pernambuco. Também irei disputar, se confirmada, a etapa de Praia Mole, Santa Catarina. Preciso correr esses eventos para manter o ritmo de competição – conta Deivid, que tem como plano disputar algumas etapas do Qualifying Series (QS) 5000 e 3000, antes de ir para o Challenger Series na Austrália e competir o ano inteiro.
Fã dos campeões mundiais Filipe Toledo e Gabriel Medina, Deivid fala da identificação e carinho pelo surfe do litoral paulista. Local da Prainha Branca, em Guarujá, ele revela orgulho da sua ‘casa de treinos’.
– É muito gratificante levar o nome da Baixada Santista mundo a fora. Ainda mais de onde venho, a Prainha Branca, que é um lugar bem caiçara. Ouvi de algumas pessoas que deveria sair de lá para virar alguma coisa, mas provei que não precisamos sair do lugar que estamos para ser alguém na vida. Isso é muito maneiro!
3 de 3 Deivid Silva irá correr as etapas do Challenger Series (CS) - divisão de acesso à elite (CT) - nesta temporada — Foto: Thiago Diz/World Surf League via Getty ImagesDeivid Silva irá correr as etapas do Challenger Series (CS) - divisão de acesso à elite (CT) - nesta temporada — Foto: Thiago Diz/World Surf League via Getty Images
O domínio do surfe brasileiro no mundo encanta quem assiste e mais ainda quem compete. Deivid fala com orgulho de sua geração e avisa que tem mais gente boa chegando em breve, tanto no feminino quanto no masculino.
– O surfe brasileiro tem se mostrado incrível há alguns anos. E o mais legal é que está vindo uma molecada e umas meninas muito boas, que logo irão dominar o circuito feminino também. Mas para isso acontecer é necessário incentivo do governo e estrutura para que mais jovens possam iniciar no esporte.
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