O quintal de Endrick: conheça bairro onde joia do Palmeiras cresceu, brilhou e virou ídolo

Endrick deixou de ser morador do Jardim Céu Azul há quase sete anos, mas mantém marcas em quem ainda vive em um distrito que abrange uma das regiões mais carentes de Valparaíso de Goías, cidade cerca de 30 quilômetros distante de Brasília.

A reportagem do ge esteve no local e ouviu algumas pessoas que viram o franzino garoto dar os primeiros passos no futebol. É quase no "quintal de casa" que Endrick disputará sua primeira final pelo profissional do Palmeiras, neste sábado, contra o Flamengo, às 16h30, no Mané Garrincha, pela Supercopa do Brasil.

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Foi na cidade de pouco mais de 170 mil habitantes que Endrick passou toda a infância. Nas ruas esburacadas do bairro, encarava de igual para igual os mais velhos no futebol improvisado que agitava a rua todo fim de tarde.

Meninos se divertem na rua onde Endrick cresceu em Valparaíso de Goiás — Foto: Emilio Botta 1 de 6 Meninos se divertem na rua onde Endrick cresceu em Valparaíso de Goiás — Foto: Emilio Botta

Meninos se divertem na rua onde Endrick cresceu em Valparaíso de Goiás — Foto: Emilio Botta

Daquele período, são poucas as lembranças ou pessoas que compartilharam com Endrick o sonho de dar uma condição melhor para a família através do futebol. Mas não é difícil encontrar uma referência do seu morador mais famoso.

– Eu quero ser igual o Endrick. Tio, torço para o Flamengo, mas vou torcer para ele [Endrick] sábado. Ele é a gente lá – disse Jean Lucas, de apenas 11 anos, que rapidamente correu para dentro de casa após o calor do asfalto queimar os pés descalços enquanto brincava na rua.

A rua 126 ficou pequena para o talento de Endrick. Douglas Ramos, o pai coruja e primeiro a notar o talento do filho, buscou uma escolinha do bairro buscando melhorar as qualidades evidentes que o menino mostrava jogando na rua com amigos cinco, seis anos mais velhos.

Bairro Céu Azul, em Valparaíso de Goiás, cidade onde Endrick viveu a infância — Foto: Emilio Botta 2 de 6 Bairro Céu Azul, em Valparaíso de Goiás, cidade onde Endrick viveu a infância — Foto: Emilio Botta

Bairro Céu Azul, em Valparaíso de Goiás, cidade onde Endrick viveu a infância — Foto: Emilio Botta

Com cinco anos, Endrick precisou da insistência do pai para ser aceito na escolinha que trabalhava apenas com alunos mais velhos. Mesmo com a diferença de idade, convenceu a todos que poderia seguir frequentando as aulas. Sem condições financeiras para bancar a mensalidade de R$ 25, Endrick ganhou uma bolsa e ficou na escolinha até se transferir para a base do Palmeiras.

Realidade em um dos maiores clubes do Brasil em uma ascensão meteórica, já que deixou o Jardim Céu Azul no início de 2016, Endrick ganhou a torcida da maioria das pessoas que moram no local.

Rua em Valparaíso de Goiás onde Endrick viveu por 10 anos — Foto: Emilio Botta 3 de 6 Rua em Valparaíso de Goiás onde Endrick viveu por 10 anos — Foto: Emilio Botta

Rua em Valparaíso de Goiás onde Endrick viveu por 10 anos — Foto: Emilio Botta

O Flamengo, rival do Verdão na decisão da Supercopa neste fim de semana, em Brasília, é o time com maior número de torcedores na região.

– É um bairro de uma torcida só, corintianos, flamenguistas que agora torcem para o Endrick. Todo mundo tem ele como ídolo aqui. A maioria aqui é flamenguista, mas muitos falam que vão torcer para o Endrick. Os mais fanáticos dizem que vão torcer para ele fazer dois gols, mas o Flamengo três – conta Fábio Rodrigues dos Santos, ex-proprietário da escolinha onde Endrick iniciou a carreira.

Na banca de jornal do bairro, um são-paulino e outro flamenguista declararam torcida para o filho ilustre do bairro. Endrick é usado como exemplo para os mais jovens em qualquer roda em que o assunto seja o futebol e a expectativa de um futuro melhor.

– Com certeza, 100% que Céu Azul vai torcer para o Endrick no sábado. Vai ficar dividido, além de torcer para o Flamengo, cresci com o pai dele. Então vou torcer para ser 2 a 1 para o Flamengo, com gol do Endrick – disse Paulo Nascimento Jr., que foi colega do pai de Endrick no time de várzea do bairro.

Moradores do bairro onde Endrick cresceu não escondem torcida pelo atacante do Palmeiras — Foto: Emilio Botta 4 de 6 Moradores do bairro onde Endrick cresceu não escondem torcida pelo atacante do Palmeiras — Foto: Emilio Botta

Moradores do bairro onde Endrick cresceu não escondem torcida pelo atacante do Palmeiras — Foto: Emilio Botta

– Mesmo sendo são-paulino, vou dar uma força para o Endrick e para o pai dele, sei que joga muita bola desde pequeno. Entre Flamengo e Palmeiras, sou Endrick. Todo mundo quer ver gol do Endrick e vai torcer por ele – disse Bruno Souza.

Endrick mantém vários amigos do período em que viveu em Valparaíso de Goiás. Lucas Rodrigues por muito tempo teve o mesmo sonho de virar jogador de futebol profissional. Ao lado de Endrick, participou de testes no São Paulo, passou pela base do Desportivo Brasil, mas seguiu o caminho da odontologia.

Endrick ao lado do amigo Lucas em teste no CT do São Paulo em Cotia — Foto: Arquivo Pessoal 5 de 6 Endrick ao lado do amigo Lucas em teste no CT do São Paulo em Cotia — Foto: Arquivo Pessoal

Endrick ao lado do amigo Lucas em teste no CT do São Paulo em Cotia — Foto: Arquivo Pessoal

Os laços com Endrick fizeram o estudante deixar de lado a paixão pelo São Paulo, pelo menos até o amigo deixar o Palmeiras e se transferir para o Real Madrid.

– Torço para o São Paulo, mas torço pelo Palmeiras até 2024. Torço para o Endrick, quando ele for para o Real Madrid volto a torcer pelo meu time. Na final da Supercopa vou torcer para o Palmeiras, vai vencer com gol do Endrick.

Amigos de Endrick são-paulinos que agora torcem pelo Palmeiras — Foto: Emilio Botta 6 de 6 Amigos de Endrick são-paulinos que agora torcem pelo Palmeiras — Foto: Emilio Botta

Amigos de Endrick são-paulinos que agora torcem pelo Palmeiras — Foto: Emilio Botta

– Muito gratificante ver ele alcançando os objetivos, a ficha ainda não caiu. Quando vamos no shopping e vejo as pessoas chorando ao virem falar com ele, é impressionante. Conheci ele quando tinha seis anos, eu com nove. Jogamos juntos na escolinha, ia na rabeira dele. Sempre era um nível acima, me falava pra ir com ele que ia dar certo. Mas deu até certo ponto. Eu era lateral, muitas vezes jogamos contra e era difícil marcar ele – disse Lucas.

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