Legados esquecidos da Copinha (Cruzeiro)

Como o Palmeiras, bicampeão da Copinha SP, já tem sido exaltado em prosa e verso por todos, o blog tem reconhecido o trabalho de equipes que, mesmo sem título, algo normal entre 128 participantes, mostraram qualidades e boas perspectivas. Fecho a série com uma equipe que me chamou demais a atenção, mesmo tendo parado nas oitavas de final diante do Sport (outro sobre o qual escrevi aqui): o Cruzeiro, que fez uma opção interessante de levar a São Paulo o grupo sub-18 - porque a maioria do sub-20 já está trabalhando com Paulo Pezzolano, e para dar "casca" aos garotos. O Cruzeiro fez gols em todos os jogos - 20, com média alta de 3,6 gols por partida - embora em seis partidas disputadas só não tenha sido vazado em duas. É uma geração que em pouco tempo estará também entre os profissionais.

Os mais ranzinzas dirão que a primeira fase da Copinha reúne times mais fracos. Verdade, mas muita gente ilustre se enrola, classifica-se na bacia das almas. Não foi o caso do Cruzeiro. A Raposa fez 5 a 0 no Comercial-MS, 6 a 1 no Capivariano e 3 a 0 na Penapolense. E tudo isso com o técnico Fernando Seabra encontrando uma solução criativa para um problema crônico: o time não tinha um lateral-esquerdo de ofício em condições. Seabra puxou Ítalo Isaac para a esquerda, e improvisou o atacante Josefher na direita. E o menino mostrou-se um marcador bastante aceitável, e ainda se tornou uma opção aguda de ataque por aquele lado.

O primeiro tempo foi mais lento, porque o Cruzeiro optou por dosar energias num calendário puxado como é o da Copinha. O time, contudo, voltou do intervalo à toda, e logo aos 2 minutos o zagueiro Rafael lançou Josefher. Ele dominou jogando a bola na frente. Bateu o marcador na corrida e bateu cruzado para fazer 1 a 0 Cruzeiro e desestabilizando o time paraense. Fernando Seabra, que tem uma integração das mais interessantes com o uruguaio Pezzolano, foi mexendo no time para torná-lo ainda mais agressivo. Mas tomou um susto aos 22, numa falha inexplicável de seu goleiro, Otávio. Ele saiu em falso no bico da área para cortar um centro que estava marcado. Perdeu a disputa e Rhuan Indio, sabendo que seu arqueiro estava fora do gol, cometeu um pênalti que seria desnecessário. Patrick empatou.

Apesar da juventude dos mineiros, maior que a dos concorrentes que jogaram com o sub-20, em quatro minutos o Cruzeiro reestabeleceu a verdade do jogo. Denílson recebeu a esquerda, girou sobre o zagueiro e bateu cruzado: 2 a 1. O Parauapebas foi buscar o empate e deixou espaço para a Raposa ainda fazer o terceiro, belo chute de Robert: 3 a 1. O Cruzeiro ainda derrotou o Cuiabá, mas nas oitavas não resistiu à oscilação normal e foi eliminado pelo consistente Sport. E nesse jogo ainda perdeu um pênalti (Josefher) quando estava 0 a 0, e mesmo quando perdia de 2 a 0 quase reagiu - Rhuan Índio descontou.

O destaque principal do Cruzeiro foi o jogo coletivo, um time muito ágil na recomposição e nas transições ofensivas. Individualmente, os nomes que estão mais prontos para brilhar no sub-20 ou até em um ou outro jogo do profissional são: Josefher (como atacante), Denílson, Robert, Arielson (artilheiro do time na Copinha com cinco gols, que será tema de um post à parte) e, principalmente, o volante Japa. Este para mim foi o mais promissor, um jogador que marca bem, tem ótima saída de jogo, e se coloca bem para ser a opção "surpresa" na frente, quebrando as linhas de marcação do adversário.

É um grupo pra mais uma Copinha, se for essa a estratégia. Que chegará com mais experiência para, quem sabe, brigar pelo título.

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