Sub20 não tem Messi. Nem Martinez...
Comentei nesta sexta-feira para o Sportv o empolgante duelo entre Colômbia (anfitriã) e Argentina, pela primeira fase do Sul-Americano sub-20. Um jogo que virou mata-mata porque, embora os dois times estejam entre os melhores do continente, a campanha instável levou-os a brigar pela última vaga do grupo A ao hexagonal final (neste, os quatro primeiros vão à Copa do Mundo da categoria, ainda em 2023) - Brasil e Paraguai se classificaram por antecipação. A Colômbia tinha dois requisitos a favor: jogava com um estádio lotado a dar suporte a seus meninos, e só precisava empatar. Mas tinha um contra: seu melhor jogador, o talentosíssimo volante Puerta, não jogou, suspenso. A Argentina não tinha opções: precisava da vitória. Deu Colômbia, 1 a 0, vitória de um time tecnicamente melhor e também mais equilibrado emocionalmente. A competição ganha porque o interesse do público local está mantido, e perde porque não terá na reta final uma camisa do peso da Argentina, que fracassou sob o comando do agora técnico Javier Mascherano.
O título deste post tem duas justificativas. Começo por Messi. Se a Colômbia chegava a essa decisão invicta (sendo o único time que o líder Brasil não venceu), a Argentina perdera os dois primeiros jogos (Paraguai e Brasil). Isso me remeteu ao time principal, que na Copa do Catar perdera na estreia para a Arábia Saudita, o que levou os demais jogos a serem mata-matas - e a Escaloneta ganhou todos. O Sub-20 vivia a mesma situação, mas... não tinha em campo ninguém sequer parecido com Lionel Messi. Passou aos trancos e barrancos pela primeira "eliminatória", 1 a 0 suado sobre o Peru. Mas na segunda... acabou caindo.
Desde o primeiro tempo era facilmente constatável que a Colômbia, mesmo com a pressão de poder ser eliminada diante de seu povo, tinha mais equilíbrio. O time trocou o craque Puerta por um jogo coletivo consistente e focado. A Colômbia trocava passes, jogava agrupada, e irritava os adversários com dribles e demora na cobrança das faltas. Não teve grandes chances - a Argentina teve uma, chute cruzado do bom atacante Aguirre - mas tinha o controle total do jogo. O time de Mascherano só tinha a conhecida raça. O meia Perrone parecia alheio ao jogo, certamente pensando em seu novo time, o Manchester City, que o contratou esta semana. Nico Paz, do Real Madrid, talentoso, não tinha com quem dialogar.
A Colômbia segurou o rival e manteve a consistência defensiva no segundo tempo. A Argentina melhorou, passou a ter mais posse, mas lidava mal com a correria do ponteiro do relógio. Até que entrou em cena a segunda justificativa do título do post. Aos 39, quando os meninos de Mascherano já jogavam com o desespero, a Colômbia roubou uma bola na entrada de sua área. Manyone conduziu e tocou para o arisco Fuentes. Quase na risca da área argentina, ele cortou para dentro e ajeitou o corpo. A jogada "certa" era servir Cortez, que esta livre, livre, livre, a seu lado. Mas Fuentes bateu em gol. A bola foi na exata direção onde estava o goleiro Herrera. Mas... Como diz o título, não era Emiliano Martinez, o homem que fez a defesa mais decisiva das Copas do Mundo, quem estava no gol. Herrera, jovem goleiro do Newell's Old Boys, agachou-se para encaixar. Era uma defesa simples. Mas ele deixou a bola passar, ela morreu mansamente no fundo gol... Colômbia merecidamente avança.
Agora a Argentina tem que curar as feridas e entender porque o time foi tão mal, já que essa não é nem de longe a pior de suas gerações sub-20. Vai ser duro para esses jovens ver o Mundial da Indonésia pela TV. E Mascherano teve um duro aprendizado, que leva a todos a certeza de que hoje ele ainda seria um jogador muito melhor do que é treinador...
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