Muita calma com Arielson

Promessa não é só jogador bom da base. Promessa é dívida, e eu prometi um post sobre Arielson, jovem atacante do sub-20 do Cruzeiro que disputou a última Copinha SP, e aqui está ele. Não seria nada de mais que o tema fosse o potencial dele - na eleição dos melhores da competição, promovida pelo GE.Globo entre os comentaristas da casa, votei em Arielson entre os cinco destaques. Mas isso seria de certa maneira chover no molhado, homenagear a temporada de fortes chuvas em São Paulo no mês de janeiro. Prefiro focar no tema sobre o qual também me foi pedida a opinião: a pressão para que Paulo Pezzolano incorpore Arielson ao elenco profissional do Cruzeiro. Talvez por influência da falta de um 9 especialista em cima, percepção agravada pela lembrança do hoje chefão do futebol, Ronaldo Fenômeno, que muito cedo já marcava seus gols no Mineirão.

Entendo o torcedor, mas eu não faria isso. Incursões eventuais, um ou outro treino com os profissionais, participação em alguma palestra do Pezzolano, e até integrar o banco de reservas em algum jogo da temporada... perfeito, nada contra. Mas queimar etapas, levar para prática uma situação que já é legal (Arielson já é profissional, tem contrato assinado nessa condição), e até escalá-lo em jogos mais pesados é um equivoco que o bom momento técnico e corporativo do Cruzeiro não pode se dar ao luxo de cometer.

Arielson é bom, não há dúvida. Numa Copinha em que o Cruzeiro optou por levar uma equipe sub-18, ele foi um dos pilares, o desafogo do meio-campo, a solução para alguns momentos de jogo complicados, e fez cinco gols. É um menino que sabe se colocar na área, não precisa de muito tempo para decidir na área e conclui bem. Mas não está num patamar em que seu talento seja maior do que sua categoria de idade - como Endrick, Vinicius Júnior, Renier. Ainda tem muitos aspectos a serem desenvolvidos.

Arielson tem idade para disputar pelo menos mais um ano no sub-20. E nessa categoria terá um calendário intenso, com jogos mais tranquilos nas fronteiras mineiras, e muitos outros mais difíceis em nível nacional. Jogos que lhe darão experiência, casca, confiança, e uma condição muito mais consolidada para, quem sabe em 2024 e certamente em 2025, vestir a 9 do profissional e até virar ídolo. Se subir agora pode até pegar mais experiência na teoria, mas perderá ritmo de jogo. Vai ficar treinando, sentado no banco, entrando no fim de um jogo ganho... Ou pior, ser chamado para roubadas como ter que resolver um jogo que o Cruzeiro não pode perder.

Na linha do trabalho de Pezzolano e conhecendo Ronaldo com conheço, duvido que o Cruzeiro coloque esse carro adiante dos bois...

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