Paiva explica mudanças e critica atuação do Bahia após vitória de virada: "Ganhamos jogando mal"
O Bahia contou com gols de Biel e Ricardo Goulart para vencer o Barcelona de Ilhéus por 2 a 1, de virada, na noite desta quarta-feira, pela sexta rodada do Campeonato Baiano. Mas para além das bolas que os atacantes colocaram na rede no Estádio Mário Pessoa, em Ilhéus, o técnico Renato Paiva teve participação direta na vitória Tricolor.
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Renato Paiva, técnico do Bahia, em Barcelona de Ilhéus x Bahia — Foto: EC Bahia / Divulgação
O Bahia não fez um bom primeiro tempo e perdia por 1 a 0 até os 20 minutos da etapa final. Foi a partir daí que o português fez mais mudanças no time e sacou Cicinho, Acevedo e Kayky para as entradas de Jacaré, Mugni e Ricardo Goulart. O Tricolor reagiu e, em dez minutos, virou o confronto.
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- Espero acertar mais vezes que errar. Significa que sou bom profissional. O caminho é esse. Nem sempre é assim. É o meu trabalho. Não vou fazer uma coisa que empolgue. Vou hoje para casa mais insatisfeito que quando perdemos para o Sampaio Corrêa. Não jogamos. Jogamos dez minutos, entramos bem. criamos situações de chegar na área. Ao fim, começamos a jogar cada um por si e deixamos de ser equipe. Obviamente jogamos com uma equipe que era a melhor defesa, no G-4, bem organizada. Quando nós deixamos de ser uma equipe nos expomos a esse tipo de situação. O que fizemos no intervalo foi dizer que os jogadores estavam fora dos lugares, horrível o jogo posicional da equipe. Vários jogadores queriam decidir sozinhos. Disse a eles que ou corrigiam ou perdíamos por mais. Senti uma entrada um pouco melhor, mas não muito melhor. A partir daí fiz meu trabalho de analisar o jogo. Precisámos de mais gente na frente, entrelinhas e na largura. Jacaré fez a lateral direita sem nunca ser lateral e foi fundamental por dar largura por esse lado. Vou para casa feliz porque ganhamos. Obviamente, tenho certeza que nossos torcedores estarão como eu insatisfeitos com exibição. Hoje ganhamos jogando muito mal.
Depois das mudanças, Diego Rosa recuou para formar uma linha de três jogadores ao lado dos zagueiros Kanu e Raul Gustavo. A nova formação deu mais espaço para os laterais participarem das jogadas no campo de ataque, como explicou o Renato Paiva.
- Quando tínhamos uma linha de três criamos amplitude. As pessoas têm ideia de que linha de três e depois de cinco pode ser defensiva. Hoje eu criei mais gente na frente, com Goulart e Everaldo perto dos centrais. O Everaldo não fez gol, mas trabalhou muito. E ter mais gente para criação, não mexer no meio-campo. O Ryan entrou bem. Com a entrada do Jacaré, eu tinha que dar largura. Nós fomos instruindo e eu fiz questão de dar um abraço a ele - disse.
Apesar do resultado positivo em Ilhéus, Renato Paiva fez questão de demonstrar a insatisfação com o futebol apresentado pelo Bahia.
- Trabalhamos, tivemos treino. Há uma ideia e hoje ela não foi respeitada. Eles têm que respeitar a ideia do treinador. Se não der certo, a culpa é do treinador. Sou o líder dele, mas eles vão ter que respeitar uma ideia. É o jogo que mais me desagradou. Valorizo quem entrou porque ajudou bastante, interpretou muito bem as mudanças táticas. Foi contra um bom adversário em termo de organização. Fizemos bons dez minutos e depois desaparecemos do jogo. Se queremos ser competitivos, isso não pode acontecer. - completou o treinador.
Renato Paiva não citou nomes, mas criticou a postura de alguns jogadores no primeiro tempo.
Durante a entrevista coletiva, o treinador tricolor também mostrou descontentamento com falta de paciência com o processo de reconstrução da equipe. Ele até sugeriu assistir a uma série sobre o Arsenal, da Inglaterra, clube que atualmente lidera o Campeonato Inglês após período de desconfiança com o técnico Arteta.
- Torcedor impaciente tem que respirar fundo e perceber a realidade. Não sou milagreiro, não sou santo, não faço milagres. Faço trabalho dia a dia. Eu preciso do treino para a equipe evoluir e ter processo. Preciso para que jogadores que não se conheciam joguem juntos. Mas isso não justifica a exibição de hoje. Hoje foi falta de atitude e muito egocentrismo dos jogadores. Cada um queria brilhar. Disse a eles ao intervalo. Eles não são perfeitos, como eu também não sou. Agora, o torcedor, se quiser acreditar no projeto e perceber que não se faz de um dia para o outro, aconselho que assista a série do Arsenal. Quando o Arteta chegou, todas as pessoas queriam demitir. Hoje o Arteta é líder da Premier League. As pessoas querem pressa no futebol. Não é só no Brasil. É perceber o que fez mal e o que fez bem
Agora, o Bahia volta suas atenções para a Copa do Nordeste. Neste sábado, o Tricolor receberá o Ferroviário, às 20h30 (de Brasília), na Arena Fonte Nova, pela segunda rodada do torneio regional.
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