Mais de seis meses depois, Ju venceu

Comentei nesta quinta-feira para o Premiére o duelo entre Juventude e Avenida pelo Campeonato Gaúcho. Jogando em casa, no Alfredo Jaconi, o Ju deveria ser considerado favorito. O drama era o peso nos ombros de mais de seis meses sem que o clube vencesse um jogo oficial sequer. Eram 22 jogos sem que em nenhum o time conquistasse seis pontos - sendo apenas 6 empates. O time de Celso Roth estava, inclusive, atrás do até ali invicto Avenida na tabela - o time de Santa Cruz do Sul fora buscar um pontinho em Novo Hamburgo, outro pontinho diante do poderoso Internacional, e ainda vencera o Ypiranga. Mas, e que rufem os tambores, deu Juventude!! Vitória de 1 a 0, que recoloca na cabeça do torcedor - ainda remoendo o rebaixamento à Série B nacional - a esperança de uma semifinal.

Além do peso do jejum de vitórias, o Juventude ainda sofre também porque seu time está em reconstrução. Foram 21 jogadores contratados para a temporada, mas nem todos chegaram ao mesmo tempo e nem todos chegaram nas mesmas condições físicas - desequilíbrio nesse aspecto é claro. Assim, especialmente no primeiro tempo, era nítido que o Juventude tentava ocupar o meio-campo, tentava empurrar o Avenida para seu último terço defensivo... mas não conseguiu trocar três passes - e não porque seu time é ruim, mas porque os jogadores não conhecem bem a movimentação dos colegas. O Avenida não ficou atrás, e o mesmo com um time de baixa qualidade técnica, chegava na entrada da área trocando passes, com um jogo coletivo bem consistente. A única reclamação que o Ju pode fazer foi em relação a um pênalti a seu favor ignorado pela arbitragem - toque no braço aberto de César na área.

Até que aos 44 minutos, surgiu o lance que mudaria os rumos do jogo - em favor do Juventude, e deixando muito desconforto ao Avenida. Na segunda rodada, no mesmo palco, contra o São Luiz, também aos 44 do primeiro tempo, o volante Jean (ex-Vasco e Corinthians) acertara um chutaço de direita, do bico esquerdo da área, na trave. Agora, do mesmo lugar, ele foi cruzar de esquerda mas a bola morreu na rede: Juventude 1 a 0.

Na segunda etapa, os times voltaram sob a influência do gol. O Juventude mais tranquilo, conseguindo criar jogadas de ataque menos por entrosamento e mais porque colocou muita intensidade no jogo, especialmente velocidade pelos lados. O Avenida passou a ficar num cenário extremamente desconfortável - tinha de atacar, não tem setor de criação para isso, e ainda começava a perder fôlego, claramente não conseguiu mais apertar a marcação sobre o anfitrião.

Mas com o Ju ainda em formação nem no dia em que o jejum se quebra é possível não sofrer. O time jogava melhor, mas não chegou nem perto do segundo gol. E aos 38, Garré bateu falta de esquerda na cabeça de Carlos Henrique. Felipe Carvalho não subiu e a bola explodiu na trave. O lance mexeu com o emocional do Juventude e da torcida - o que é até compreensível. Dali até o apito final o Ju colocou os 11 a defender e o Avenida foi à frente na base do abafa. Aos 45, a bola do jogo numa falta a favor do Avenida na meia-lua. O time visitante, em vez de bater direto, tentou imitar a Holanda, que empatou diante da Argentina - nas quartas da Copa do Mundo - a bater uma falta de maneira indireta. A bola até chegou a Carlos Henrique na linha da pequena área. Mas o taco do centroavante espirrou e a bola foi mansa até as mãos do goleiro Pegorari.

Pelo segundo tempo que fez, vitória merecida para o Juventude. Celso Roth, sem pesos, pode agora dar um passo à frente e organizar seu ataque rumo ao G-4. E o Avenida, que tem um time pouco brilhante mas muito organizado e focado, tem também todas as condições de terminar a primeira fase do Gaúcho com a missão cumprida: permanecer na elite gaúcha.

O que você está lendo é [Mais de seis meses depois, Ju venceu].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...