Ruim pros dois, pior pro São Bento
Comentei neste sábado para o Première o duelo entre o São Bento e o Mirassol, em Sorocaba. Dois times que começaram a temporada surpreendendo. O Bentão positivamente: acaba de subir da A2, não teve muito fôlego para investir, o objetivo principal é se manter na elite... e no entanto o time começou jogando bem, tirando pontos inclusive do Palmeiras. E o Mirassol negativamente: campeão da Série C, status de Série B nacional, elenco com nomes como Camilo, Gabriel, Zé Roberto, Yuri... mas em campo quase sem química, venceu um em cinco jogos, levou gol em todos. No confronto dos dois, deu empate. Na tabela, um pouco pior pro Mirassol, porque o time continua perto da zona de degola; no jogo, gosto mais amargo para o São Bento, porque foi buscar o empate, jogou grande parte do segundo tempo com um homem a mais e ainda perdeu um pênalti.
Na primeira meia hora de jogo os times alternaram o controle do meio-campo. Início melhor do São Bento, que tinha mais gente no meio e dificultava muito a criação do adversário. Depois Marcos Nunes abriu pela esquerda, largou um pouco os volantes Yuri e Danielzinho, e aí o Mirassol ganhou saída de bola. Falei na transmissão: os times estão encaixados, falta a criatividade, o talento, alguém que faça algo diferente para quebrar o oponente. Aos 37, o Mirassol fez e abriu o placar. Camilo atacou o corredor pela esquerda e Luiz Otávio fez um lançamento de craque, de três dedos. A bola quicou e, de primeira, Camilo jogou na área. Léo Silva teve medo de fazer gol contra ou de tocar com a mão na bola e deixou-a passar. Marlon não acompanhou Zé Roberto e este só chapeou para fazer Mirassol 1 a 0. O São Bento se desequilibrou e por pouco não tomou o segundo ainda no primeiro tempo.
Na volta do intervalo, o Mirassol deu azar. Ricardo Catalá tirou Camilo, cansado, e colocou Gabriel. Um jogador leve, talhado para segurar a bola, cadenciar o jogo, fazer o tempo passar. Mas antes do primeiro toque na bola, desabou uma tempestade. Campo pesado, jogo ríspido, o pior cenário para Gabriel. E antes de o primeiro minuto terminar, o São Bento empatou. A zaga falhou e Marcos Nunes deu um biquinho antecipando o goleiro: 1 a 1.
Aí foi a vez do Mirassol se desestabilizar. O time acabou ofensivamente, e o azar que dera nos primeiros minutos do segundo tempo viraram sorte. Porque o caminho do time era ladeira abaixo. No mesmo lance, Luiz Otávio tocou a mão na bola, o árbitro deu pênalti e expulsou o zagueiro do Mirassol. Marlon bateu forte, rasteiro, no canto e... César surpreendentemente foi buscar - a bola ainda tocou na trave. Pouco depois, o árbitro marcou outro pênalti para o São Bento, numa bola que bateu no peito de Thalisson Kelven. Sorte do Mirassol: o VAR alertou (nem sempre o faz) e o pênalti foi "desmarcado".
O São Bento continuou martelando mas o Mirassol voltou para casa com um pontinho importante. A campanha dos dois não configura um drama no contexto de rebaixamento porque por enquanto há outros nomes muito ilustres pedindo para sofrer, casos de Portuguesa, Guarani, Ferroviária e Ituano. Mas é bom acender o alerta...
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