O banho de Água Santa no Ituano
Comentei neste domingo para o Première o duelo pelo Campeonato Paulista entre Ituano e Água Santa. Mais uma chance de eu tentar entender o que levou uma equipe, no caso a de Itu, que no fim de 2022 quase subiu para a elite do futebol nacional, manteve o treinador e uma base, mas completava a quinta rodada como o único time a não vencer no Paulistão, segurando uma incômoda lanterna na classificação geral. A chance de sair dessa teia era boa: em casa, diante dos visitantes de Diadema, que começaram mal a temporada (duas derrotas) e que mesmo sem perder há três jogos (dois empates e uma vitória sobre a Lusa) ainda não dava confiança ao seu torcedor. Mas, ao invés de largar a lanterna, o Ituano atracou-se a ela e se enrolou ainda mais naquela tal teia: tomou um passeio do Água Santa, 3 a 0, e definitivamente muda o foco do início da temporada: da confiança em chegar ao mata-mata, o treinador Carlos Pimentel tem agora de trabalhar o emocional do time para não ser rebaixado no Estadual.
E, mais do que um placar impactante em casa, o que preocupa o torcedor do Ituano é que o resultado foi o retrato exato da superioridade do Água Santa. Sem dúvida o lance ocorrido logo aos seis minutos de jogo foi determinante para o destino da partida. Bruno Mezenga acionou Bruno Xavier na área. Ele foi atropelado por uma desgovernado goleiro Jeferson Paulino e o árbitro apontou para a marca do pênalti. Júnior Todinho bateu bem e fez 1 a 0 para o Água Santa. O Ituano, que no papel tem um time mais encorpado do que o de Tiago Carpini, partiu para o ataque. Teve duas boas chances iniciadas pelo lado direito de ataque, mas não acertou o gol. E viu as coisas se complicarem diante da postura do time de Diadema, que não abriu mão de jogar, não fazia cera, encarava, enfim, o adversário pressionado pela situação alarmante na tabela.
Aos 46 minutos. Luan Dias bateu falta ensaiada com Reginaldo. Este foi ao fundo e cruzou. A zaga ficou olhando e bola chegou na esquerda. Bruno Xavier voltou a mandar na área e o zagueiro Carlão ficou olhando Bruno Mezenga fazer o segundo gol, de cabeça. Eu imaginava que o Ituano voltaria melhor do intervalo, talvez mais centrado, tentando botar a bola no chão, chegando na área para forçar o erro da zaga adversária. Nada disso. Com o Água Santa bem distribuído em campo, os zagueiros do Rubro-Negro, estressados, tentavam bolas longas - e sem direção.
Em pouco tempo era fácil prever como isso ia acabar. Primeiro, porque o Água Santa continuava sendo perigosíssimo nos contra-ataques. Segundo porque Rafael Silva entrou, deu dois toques com a mão na bola de maneira proposital, levou cartão amarelo em cada uma delas e, portanto, foi expulso de maneira inacreditável. Com 11 estava difícil, com um a menos seria impossível quebrar a segurança do time adversário. Até que, aos 45, Carlão também tocou com a mão na bola, na área, foi expulso e o árbitro ainda deu pênalti. Todinho bateu com cavadinha e fechou em 3 a 0 o banho de Água Santa no Ituano.
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