Real Madrid chega ao Mundial para confirmar renovação no meio de campo
O Real Madrid que retorna ao Mundial de Clubes é uma equipe bem diferente daquela que venceu três títulos seguidos entre 2015 e 2017. E não é só pela ausência de Cristiano Ronaldo.
O time que encara o Al Ahly pela semifinal do torneio, às 16h desta quarta (08), é uma equipe que, apesar de ser favorita para o título, ainda é vista por Carlo Ancelotti como um time em construção. O clube busca formar uma equipe jovem, que seja tão vencedora quanto o time de Cristiano.
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Vini Jr e Carlo Ancelotti discutem em Real Madrid x Barcelona — Foto: Getty Images
💥️Carlo Ancelotti pensa essa renovação a partir do meio de campo. A saída de Casemiro, uma surpresa entre todos, apenas acelerou o plano de dar mais minutos a jovens como Camavinga e Tchouamení, além de colocar Valverde como titular absoluto - seja no meio, no ataque e, se deixarem, até na defesa.
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Enquanto Kroos ainda é titular absoluto, Modric vem passando por uma mudança em seu jogo. Ele não joga mais como meio campista que busca a bola lá atrás e vem sendo cada vez mais um meia, um camisa 10 que entra na área e troca de posição com Benzema. Ancelotti sabe que o croata, aos 37 anos, já está nos anos finais de seu desfile em campo - e que não é substituível facilmente.
💥️Só que nenhuma mudança acontece de modo suave. O Real Madrid dessa temporada é um time pior do que aquele que venceu o Espanhol, fez Ancelotti fumar charuto com os brasileiros e competiu mais que jogou bem na Liga dos Campeões. É um time muito mais frágil defensivamente, que leva muitos gols.
O problema é mais de ordem tática do que técnica. Em muitos jogos, o meio de campo madridista joga de forma distante. Há uma distância grande entre o pelotão de ataque e a defesa, o que torna os dois jogadores de meio no 4-4-2 de Ancelotti sobrecarregados. Valverde, cada vez mais fundamental na equipe, joga tanto de ponta como por dentro.
Na última função, ele nem sempre se entende com os companheiros e deixa a bola descoberta, o que faz os laterais se posicionarem longe da linha. É espaço que o adversário usa para jogar livre.
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Valverde: sobrecarregado após a saída de Casemiro — Foto: Reprodução
Encontrar o volante ideal - ou a dupla de volantes, porque Kroos também já vive os anos finais de carreira - é um desafio grande. Camavinga e Kroos, quando atuam juntos, conseguem sustentar mais Modric como meia. A solução encontrada por Ancelotti foi colocar Valverde como um ponta que pode fechar por dentro.
Mas se o adversário sabe atacar e colocar mais jogadores por dentro, acontece o mesmo problema: um dos volantes fica sobrecarregado. Como Kroos joga mais na base, nos momentos que ele sobe pressão, nem sempre a cobertura é imediata, como no gol levado contra o Atlético de Madrid.
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Modric como meia: pouca participação defensiva — Foto: Reprodução
Se não acontecem de modo suave, mudanças não precisam ser apenas dolorosas. O Real Madrid tem problemas expostos neste Mundial de Clubes, que ficaram evidentes na derrota parta o Barcelona. Se precisa encontrar seu meio de campo ideal, tem nos jovens brasileiros a solução de tantos problemas: muitos gols e grandes jogadas.
Vinícius Júnior, Rodrygo e futuramnte Endrick fazem parte do mesmo plano de renovação. Ancelotti encontrou no primeiro um ponta driblador ideal, que fez gol de título e grande temporada sendo sustentado por Modric descendo para marcar pela direita. Muitas vezes, Valverde entrava para cobrir aquele setor e deixar Vini mais solto, perto de Benzema.
Cada vez mais maduro e apto a realizar o vai-e-vem, quem ganha espaço é Rodrygo. Numa tendência que Tite adiantou na Copa do Mundo, o ex-Santos é cada vez mais um meia articulador. Um jogador que pega a bola, atrai marcadores, dribla e conduz a bola entre as linhas do adversário, podendo deixar um companheiro na cara do gol ou ele mesmo finalizar.
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Rodrygo: cada vez melhor no Real Madrid, como meia — Foto: Reprodução
Com um orçamento mais de dez vezes maior que o Flamengo e muito mais rico contra o adversário da semifinal, o Real Madrid chega ao Mundial como todo clube europeu chega: com a obrigação de vencer por ser tão favorito, sem dar tanta trela como apenas brasileiros dão para a competição e com a ideia de não fazer tanto esforço para vencer.
Mas há algo a mais em jogo. Um ingrediente especial: coroar uma renovação, ainda que tímida, mas que pode fazer o clube mais vencedor do planeta se tornar ainda mais hegemônico nos próximos anos.
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