Incêndio no Ninho do Urubu completa quatro anos, e Mycael relembra Bernardo: "Realizando o sonho dele"

O goleiro 💥️Mycael , do Athletico e da seleção brasileira, relembrou o amigo Bernardo, morto no incêndio no Ninho do Urubu, que completa quatro anos nesta quarta-feira. Ele está na Colômbia para a disputa do Sul-Americano sub-20.

Destaque do Brasil, Mycael utiliza uma camisa do ex-atleta do Flamengo em toda partida para homenageá-lo. De acordo com ele, que tem 18 anos, a tradição será mantida por toda a carreira.

- Foi um momento muito gratificante do sentimento pela família, que eu considero muito. Quando aconteceu a tragédia, eles vieram falar comingo e pediram para eu realizar o sonho dele (Bernardo). Estou realizando o sonho dele, na luta diariamente e pensando que sempre vai ter 12 em campo. Um goleiro aqui embaixo e um goleiro lá em cima.

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Mycael no Sul-Americano sub-20 pelo Brasil — Foto: Rafael Ribeiro/CBF 1 de 2 Mycael no Sul-Americano sub-20 pelo Brasil — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Mycael no Sul-Americano sub-20 pelo Brasil — Foto: Rafael Ribeiro/CBF

A história dos dois amigos se inicia em 2017, quando jogavam no Trieste, time amador de Curitiba que tinha parceria com o Furacão. Vindo de Rondônia, Mycael morou por dois anos com Bernardo e sua família.

Quando a dupla completou 14 anos se mudou para o CT do Caju. Enquanto Mycael segue no Athletico até os dias atuais, Bernardo se transferiu para o Fla na ocasião. No mesmo ano, em 2023, ele faleceu com outros nove meninos, entre 14 e 17 anos, no CT do time carioca.

- Logo que cheguei em Curitiba, na casa do Trieste não tinha espaço e minha família não tinha condição financeira de sair de Rondônia para morar em Curitiba. A família do Bernardo abriu a casa, sem custo, para morar com ele. Isso que disputava a mesma posição com o filho deles - contou.

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Mycael com a camisa de Bernardo — Foto: Thiago Ribeiro/RPC 2 de 2 Mycael com a camisa de Bernardo — Foto: Thiago Ribeiro/RPC

Mycael com a camisa de Bernardo — Foto: Thiago Ribeiro/RPC

💥️Darlei Pisetta, pai de Bernardo, contou que sua família já tinha acolhido outros jovens atletas em sua casa. Contudo, eles não deram certo no Furacão e acabaram dispensados.

- O Mycael veio para cá e pediram para a gente acolher ele também. A conexão com a gente foi desde o início. Ele é muito humilde e ficava fascinado com as coisas de Curitiba. Cinema, pizzaria. A gente tinha ele como da família mesmo.

Pisetta conta que, na época, comprava os mesmo presentes para os dois. Nos dias atuais, apesar da distância, o contato segue mantido com Mycael e sua família.

- Ele e o Bernardo eram coisa de irmão. Uma conexão muito forte. Os dois se ajudavam na escola, no próprio treino. O Bernardo era o titular, mas tinha muito medo de perder a posição para o Mycael, porque considerava ele muito bom e pegador de pênaltis. A relação deles era muito bonita. O Bernardo é um amuleto para o Mycael e está sempre junto com ele.

💥️O incêndio do Ninho do Urubu ainda não teve punições aos supostos responsáveis. Das 10 vítimas, apenas a família do goleiro Christian Esmério não fez acordo e discute judicialmente com o Flamengo.

Em junho do ano passado, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) conseguiu junto ao Tribunal de Justiça estadual (TJRJ) que o caso seja analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As pensões para famílias dos mortos foi extinta em dezembro de 2023, e agora o STF pode retomá-las.

Em campo, três dos 16 sobreviventes seguem no clube: Francisco Dyogo, Ryan Luka e Jhonata Ventura.

Após a vitória contra o Paraguai, equipe de Ramon Menezes manteve o 100% na segunda fase e garantiu vaga na disputa da Copa do Mundo sub-20, entre maio e junho, na Indonésia.

💥A seleção brasileira é a maior vencedora do torneio, com 11 títulos. Por outro lado, o Brasil não levanta a taça desde 2011. O Equador é o atual campeão, em 2023.

Os quatro primeiros colocados do Sul-Americano garantem vaga na Copa do Mundo da categoria. Os três primeiros também conquistam um lugar nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023.

- Eu tive essa experiência no sub-15, no Paraguai, no meu primeiro Sul-Americano. Fui privilegiado com o título. Agora estou tendo a oportunidade de disputar o segundo. O Branco (coordenador da base) mesmo disse que são todos contra o Brasil. Tenho ajudado com grandes defesa e fui o destaque da última partida (contra o Paraguai). O grupo está unido e fechado. Dentro de campo, temos talento e qualidade técnica. Estamos desempenhando bem. Já conseguimos a vaga no Mundial e vamos em busca do título.

- Nós temos uma resenha boa, uma ligação também por sermos mais próximos. O Vitor Roque tive diariamente no profissionalmente. Já passei com Renan Viana nas categorias de base. Estamos representando bem o Estado.

- Passa na minha cabeça. Tenho boas esperanças de disputar uma, já que os últimos foram do Athletico (Weverton e Santos).

- Tive minha primeira peneira em Rondônia com o professor Ferreira, que era observador do Athletico e cuidava do Norte do Brasil. Não consegui passar. Depois tive a segunda peneira e consegui para fazer o teste em Curitiba. Cheguei com 12 anos, vim sozinho, foi difícil. As saudades batiam, mas eu tinha algo maior que é tornar um jogador profissional. Na época, tinha a parceria com o Trieste, fiquei um tempo ali e, com 14 anos, fui morar no CT do Caju. Estar aqui é uma grande conquista.

- É diariamente, jogo a jogo. Ele está em Rondônia assistindo às partidas. O coração bate na boca, ele é fanático por mim.

- Quando vou para lá, pessoal me chama bastante para fazer entrevista, até para motivar as crianças. O futebol não é tão valorizado e sou uma referência para a garotada.

- Fui uma felicidade muito grande (ser promovido para o profissional). No vestiário, o Felipão me chamou de canto e me falou que seria do grupo principal. Foi uma surpresa e uma felicidade muito grande por ser ele, uma referência no futebol. Pessoal queria raspar meu cabelo, mas não deixei. Tenho apego ao meu cabelo, vai que raspa e fica feio. Sou vaidoso. Acredito que essa transição da base para o profissional seja o momento mais difícil. Talvez espere um pouco, mas é se manter focado, treinando diariamente, que a oportunidade vai surgir.

- São relações muito boas. Já tive a experiência de conviver com eles nos treinos. Tenho eles como referência.

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