Abel se irrita com pergunta sobre Endrick após vitória do Palmeiras: "Deixa o garoto em paz"

O Palmeiras venceu a Inter de Limeira por 2 a 0, nesta quinta-feira, no Allianz Parque, em um jogo marcado por boas defesas de Weverton e também por dois pênaltis desperdiçados pelo Verdão, em cobranças de Dudu e Raphael Veiga.

O resultado manteve o Palmeiras na liderança isolada do Grupo D e também como único time invicto após sete rodadas do estadual. Apesar disso, Abel Ferreira analisou os espaços cedidos para a Inter de Limeira em um jogo que, segundo ele, deveria ter tido mais gols.

Mas se irritou quando o assunto virou Endrick.

O técnico dedicou a vitória para o médico do clube, Gustavo Magliocca, que completou 42 anos de idade e trava uma batalha contra uma doença grave.

– Acho que foi a primeira vez em casa que demos muitas transições ao adversário. Era jogo para fazermos mais três ou quatro, e o adversário mais dois ou três. Ainda bem que as duas equipes tinham bons goleiros. Na segunda etapa equilibramos mais a equipe. Algumas dessas transições foram de erros não forçados, de passes não forçados.

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– Na segunda corrigimos com o Rocha um pouquinho mais por dentro, dando mais proteção sem a bola e dando liberdade ao Menino chegar na área, como chegou. Quando tínhamos o Rony aberto e o Menino subindo, o Rocha fica por dentro. Mas ele tem essa liberdade de perceber o jogo e dar apoio e equilíbrio, mas quando sente o espaço, toca e aparece para cruzar – disse Abel Ferreira.

Abel Ferreira em Palmeiras x Inter de Limeira — Foto: Marcos Ribolli 1 de 1 Abel Ferreira em Palmeiras x Inter de Limeira — Foto: Marcos Ribolli

Abel Ferreira em Palmeiras x Inter de Limeira — Foto: Marcos Ribolli

O técnico do Palmeiras não gostou de uma pergunta sobre o desempenho individual de Endrick e a busca do primeiro gol na temporada pelo atacante de 16 anos.

– As pessoas dizem que não gosto da imprensa, mas vou te dar a oportunidade de fazer outra pergunta. Se quiser fazer outra... Não quer? Pronto. O agente dele liga para vocês para perguntar individualmente em toda a coletiva? Estou dizendo, não faça pergunta individual. Não há uma santa coletiva de imprensa que não falem desse grande jogador. Todos temos que ser criativos. É a mesma pergunta toda coletiva de imprensa. Deixa o garoto estar em paz.

Abel comentou a eliminação do Flamengo na semifinal do Mundial de Clubes. O técnico disse que explicar a derrota envolve muito mais coisas que uma simples análise sobre o desempenho do time carioca na partida contra o Al Hilal.

– O Flamengo ficou sem um jogador cedo, isso condiciona toda a história do jogo. Não vou me alongar nisso, já tenho tanto problema aqui. O que posso dizer é que o futebol brasileiro foi considerado o mais competitivo. Faço uma pergunta. Não estou defendendo ninguém. Os campeonatos europeus vão do meio do ano, nós começamos a treinar em janeiro e pegamos logo o Mundial, como aconteceu com o Flamengo. Eles (Europa) já estão em velocidade de cruzeiro. É desigual. Nós estamos decolando ainda. É uma dificuldade que nós temos, seja Flamengo, Corinthians, São Paulo ou Palmeiras. Seja quem for. Eu gostava de ver as coisas por outro lado. Gramados bons, tempo de descanso...

– Há muitas coisas para melhorar em termos de organização. Vamos tentar melhorar. Depois que estivermos bem organizados, calendários como devem ser, tempos de recuperação como devem ser... Eu venho de um "micro-ciclo" de jogar às 19h30, 20h30, agora, passando dois dias, me metem para jogar às 11h. Esse é o problema. Você está habituado ao mesmo ritmo, e aí vem uma quebra, fazendo o jogo às 11h30, em um campo que, segundo me disseram, está uma vergonha. Isso tem que ser cuidado.

– Temos que ter a preocupação de ter todas as condições de proporcionar um espetáculo. Se o gramado está uma vergonha, que foi o que me disseram, troca. Não pode jogar ali. Na Europa, se a grama estiver dois centímetros a mais, é multado, não pode jogar lá. É muito sério. Aqui ainda há espaço... Há muito espaço para melhorar internamente.

Na liderança geral e do Grupo D, com 17 pontos, o Palmeiras entra em campo novamente no próximo domingo, às 11h (de Brasília), contra o Água Santa, no estádio Distrital do Inamar, em Diadema.

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– É a diferença entre estar e aparecer. Quando você está lá, também leva adversários contigo. Quando você aparece, é surpresa. Tem a ver com a dinâmica e crescimento da equipe, a maturidade competitiva. No Mundial que disputamos o último, que fomos na final, o Piquerez jogou com a saída de três pela esquerda. Temos que convencer os jogadores que têm posições que podem tirar mais frutos disso. E ter um jogador construindo, canhoto, pelo lado esquerdo, é dar uma amplitude diferente ao jogo. Bendita a hora que trouxemos o Murilo. O Murilo era para ser um zagueiro canhoto. O destino é assim, por isso digo que sou abençoado. Nós tínhamos aqui um zagueiro esquerdo que vinha da Católica, o Huerta, e, fruto do destino, reprovou esse jogador, e o clube trouxe o Murilo.

– Optamos por não ter um zagueiro, mas um lateral de trás para frente, que sabe que é possível fazer gol mesmo não estando lá na frente espetado. "Eu sou o lateral". Eu sei, você pode atacar por dentro ou por fora, tu depois decide. Quando chegamos na zona três, você decide. Fico contente por ele estar aberto a esse tipo de iniciativa. Hoje tivemos mais de 30 finalizações. Merecíamos fazer mais gols. Giovani duas embaixo do gol, dois pênaltis perdidos, o Menino... Mas futebol é isso. É chegarmos lá e fazer, temos que melhorar nesse foco e concentração, pois isso depois faz diferença. Eficácia é o elemento mais importante do futebol.

– O Kuscevic chegou ao clube no mesmo tempo que eu, mais ou menos. Ele sempre foi o nosso quarto zagueiro. Tem muita qualidade. Ele colocava muita intensidade nos treinos. Mas ele sempre percebeu que os jogadores que tinha na frente têm muita qualidade, e ele sempre respeitou isso, trabalhando sempre. Já tinha pedido para sair no ano passado, mas eu disse que não podia, pois era meio de temporada.

– Eu penso igual ao Guardiola nessa questão. Nós apostamos na formação há muito tempo, não é de hoje. Ele quis sair, vamos dar uma oportunidade ao Naves agora, que era a nossa quinta opção. Vamos ver como vai reagir quando chegar a oportunidade. Eu gostaria muito de ter continuado com o Kuscevic, mas em função de todo o negócio, da vontade do jogador em querer sair, com o clube vendo uma boa oportunidade, acabamos decidindo dessa forma – disse Abel.

– Há jogadores que pensam assim: o que posso fazer para me destacar? Esse é o espírito egoísta, que não quero na minha equipe. E há aqueles que dizem: o que é preciso fazer pela equipe? Esse é o espírito coletivo. Eu digo isso para os meus jogadores, todos têm que fazer essa pergunta. O que tenho que fazer para me destacar? E a resposta continua: fazer o que for preciso para ajudar a equipe a cada jogo. Quando juntamos as duas, dá um espírito coletivo.

– Mas o exemplo maior não é esse. O que explica o espírito desse time é ver um pênalti, onde o nosso batedor podia fazer mais um gol, e passou para o Dudu. Isso mostra o espírito dessa equipe. Para ganhar jogos, podemos ganhar jogos a qualquer altura, mas para ganhar títulos é preciso do sacrifício de todos, sobretudo dos que jogam mais para frente. Se esses jogadores ajudarem a defender, vamos estar muito mais pertos de ganhar – disse Abel.

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