Monumental, Bombonera e as notícias do futebol sul-americano
A Libertadores já começou, o campeonato peruano finalmente parece que deixará de ser boicotado pelos clubes desalinhados com a atual gestão da (FPF) na questão dos direitos de transmissão, tem muito assunto pelo continente, mas antes é preciso deixar claro que este espaço se dedica e defende o futebol sul-americano sobre todas as coisas.
Por aqui, a ideia é abordar o que foi notícia durante a semana e o que será nos próximos dias. A escolha por fazer isso é através de uma pegada leve e, principalmente, que tente contextualizar, explicar ao visitante as particularidades, as entrelinhas, os detalhes de cada "causo" porque o futebol sul-americano é isso, vive disso, uma grande Macondo de campos irregulares e cachorros à espreita para invadir o gramado.
Por exemplo, onde mais Walter LA MOTA Gargano, aos 38 anos, ex-capitão do Peñarol, receberia uma apresentação desse tipo?
Aliás, urge a criação de uma premiação para a melhor apresentação de reforço da janela. O que temos visto por aí, como o anúncio de Carlos LA ROCA Sánchez no San Lorenzo, ou a de Léo Coelho no Peñarol, não podem cair no esquecimento.
E se de apresentações uruguaias se trata, mergulhe no metaverso onde um jovem Lugano é anunciado pelo Tacuary.
Numa sorte de "De Volta para o Futuro" que ainda não aconteceu, Nicolás Lugano, que é a cara do pai, foi anunciado pelo clube paraguaio.
Ainda no , já que estamos, Facu Torres (atualmente no Orlando City) passou de visita no para assistir o Peñarol. Uma dos grandes talentos recentemente revelado pelo futebol uruguaio, o veloz atacante acompanhou a vitória do time do coração e o clube tocou aquela playlist do ex:
O jogo que Facu assistiu foi contra o simpático Cerro, que tem a melhor arte para divulgar seus jogos na condição de visitante e eu posso provar:
E nesta semana também rolou estreia na Libertadores. O Boston River, time do coração do presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, venceu bem o Zamora por 3 a 1 na partida de ida desta fase prévia e eliminatória. Por isso segue esse Homer Simpson com garrafa térmica e mate na mão:
O Huancayo, pese a incerteza no futebol peruano, venceu o Nacional do Paraguai por 2 a 1, e numa outra partida do mata-mata inicial de La Copa, num clássico entre NACIONAIS, o El Nacional do Equador foi até La Paz e tornou desnecessária a volta ao golear o Nacional de Potosí por 6 a 1.
O clube boliviano também fez seu primeiro jogo na história da Libertadores e foi impedido de jogar no estádio de sua cidade, a quase 4.000 metros de altitude, porque a Conmebol não aprovou o sistema de iluminação. Nos "apenas" 3.600 metros da capital boliviana, ficou provado que a diferença quem faz são os times e nem tanto o nível do mar.
Na Argentina, todo jogo do Belgrano é uma loucura. O que a torcida do faz para receber o time na entrada de campo é o que torna o futebol, futebol. A festa é tão bonita que nem era necessário acontecer o jogo depois. Mas como teve, o time bateu o River Plate por 2 a 1.
E como citamos o River Plate, neste fim de semana o time voltará a jogar no reformado Monumental. Semana passada, aqui, neste blog, alguns leitores tiveram dúvidas sobre o aumento da capacidade e as obras que o clube fez no estádio. Vamos lá: não foi só o aumento da capacidade com a instalação de uma "geral", por assim dizer.
Há alguns meses o River está trabalhando na remodelação para aumentar o número possível de torcedores e também modernizar o Monumental. Ainda durante a pandemia, todo o gramado foi trocado: agora é uma mescla entre grama sintética e natural, do estilo que é muito utilizado nas modernas arenas brasileiras. O sistema de drenagem também foi trocado.
Além disso, a pista de atletismo foi retirada e o campo rebaixado, 10.000 novos lugares foram criados nessa mudança que dá um ar de alçapão ao estádio que por muito tempo foi criticado pela distância que impunha entre torcida e gramado. Então, pra curtir mais um pouco da nova cara da casa do River Plate, vale esse passeio vertiginoso de drone por lá:
Nessa história de estádios, reformas e aumento da capacidade, o Boca está - mais uma vez - vivendo um problema antigo. Você deve ter acompanhado que na última semana, poucas horas antes de o time receber o Central Córdoba pela segunda rodada do campeonato argentino, a Justiça ordenou a interdição de um setor da Bombonera por conta de vídeos que circularam e mostraram rachaduras no cimento.
Pois bem, 2023 é ano eleitoral no clube e a ampliação da capacidade do estádio sempre é tema das campanhas políticas por parte das chapas que disputam o poder no Boca. Foi assim com a atual gestão, foi assim com a anterior e vai ser assim até que o clube consiga destravar a celeuma com os vizinhos das casas próximas para a compra dos terrenos que permita uma reforma parcial ou, quem sabe, completa da Bombonera.
Atualmente o Boca tem 315.000 sócios ativos para um estádio que comporta apenas 57.000, ou seja, é muita gente que fica de fora aguardando o ranking de frequência para tentar comprar um ingresso. Então, sempre que pode, os torcedores que vão ao jogo, em determinado momento, se viram para os vizinhos e cantam um carinhoso .
O problema de uma reforma completa na Bombonera é o risco de se perder toda a mística que está nos rejuntes de cada azulejo e também que escorre pelo concreto, essa mesma mística que faz a cancha defender pênaltis independentemente de o goleiro estar na baliza ou não. Aconteceu no último domingo, como vimos acima.
Pelos lados de Avellaneda, na parte Celeste, a semana foi festiva porque marcou três anos do dia em que o Racing, com dois jogadores a menos e com Díaz comendo uma banana, ganhou do Independiente por 1 a 0, no finalzinho da partida, com gol do chileno AINDA MASTIGANDO A FRUTA. Imperdível, foi assunto do blog na época dos acontecimentos…
E de homenagem para homenagem, fica essa sugestão para uma nova cédula porque o homem fez por onde:
Para encerrar, essa história do futebol chileno. Há dez anos, um ônibus com torcedores do O’Higgins caiu numa ribanceira de 150 metros quando voltava de um jogo diante do Huachipato. Dezesseis torcedores morreram na tragédia e outros 21 ficaram gravemente feridos.
A data do acidente, 9 de fevereiro, se tornou no Chile e o O’Higgins bordou um laço em sinal de luta logo abaixo do escudo e de lá nunca mais saiu.
Como nos momentos de maior tristeza e dor inconsolável é que os amigos aparecem, desse desastre surgiu uma ligação profunda com o Huachipato, rival naquela fatídica noite.
Em memória às 16 estrelas do O’Higgins, que o futebol nunca abandone sua solidariedade.
Mais em @leo_lepri
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