Ofensividade e adaptação: Altos de Jerson Testoni mostra sua cara no primeiro jogo
Ao longo da curta mas já significativa carreira de Jerson Testoni, o treinador demonstrou o que espera de seus times. A preferência do técnico catarinense de 42 anos é por um futebol mais ofensivo, mas o atual comandante do Altos sempre deixou claro que é preciso se adaptar ao contexto, seja do elenco, do jogo ou da competição. Na primeira partida no banco do Jacaré, estas características foram mostradas logo de cara. Depois de atacar e abrir o placar nos minutos iniciais, o time precisou se adaptar para segurar o resultado contra um adversário com muito ímpeto e que jogava com um a mais.
1 de 3 Jerson Testoni, Altos — Foto: Pablo CavalcanteJerson Testoni, Altos — Foto: Pablo Cavalcante
Quando Jerson Testoni falou o que pensa sobre a forma que o time deve jogar na sua apresentação oficial no Altos, provavelmente não imaginava que o “saber sofrer” seria colocado em prática logo na estreia. Antes da parte difícil, no entanto, o que se viu foi um time que controlava o jogo em seus domínios.
Os primeiros 15 minutos de jogo mostraram um Altos que buscava o ataque constantemente, utilizando muito as laterais, especialmente no lado direito, onde Daelson e Rodrigo Fumaça fizeram ótima estreia. Foi por lá que o lateral tentou o chute duas vezes, até que a bola sobrou na lateral esquerda. Dieguinho cruzou na cabeça de Yan, que fez o o gol e se manteve na briga pela artilharia. Foi também pela direita que Fumaça invadiu a área, driblou o marcador, mas errou o passe para trás. Em três toques, o Corisabbá organizou um contra-ataque que poderia ter terminado em gol após ótimo lançamento para Kary. Mas Lucas Ferreira parou o lance com falta, após trombar com o meia adversário, e levou o cartão vermelho. Depois daí, o jogo seria outro.
Era hora do Altos mostrar seu poder de adaptação. O volante Lucas Bessa foi sacado para entrada de Vinícius, goleiro reserva, que também teve que provar seu valor. O Corisabbá cresceu na partida e exigiu muito do substituto de Lucas, que aproveitou a oportunidade e mostrou ter condições de ser titular. Aos 34, salvou um peixinho à queima roupa de Bruno Henrique. Depois, espalmou uma bomba de fora de área, e no restante do primeiro tempo não foi vencido.
Mas veio a segunda etapa e, com menos de um minuto, o gol da equipe florianense saiu. Lançamento aéreo lá da intermediária foi direito na cabeça de João Vitor, que em uma falha de marcação da zaga altoense subiu sozinho e empatou. O jogo poderia ter se complicado, mas menos de dez minutos depois, em mais uma boa intervenção de Rodrigo Fumaça.
2 de 3 Altos x Corisabbá - Campeonato Piauiense — Foto: Ângela CarvalhoAltos x Corisabbá - Campeonato Piauiense — Foto: Ângela Carvalho
O atacante estava na defesa ajudando na marcação e recebeu a bola próximo à própria área. Conduziu a bola belo campo de defesa, passou por dois marcadores e lançou Yan na esquerda. O companheiro de ataque partiu com a bola em direção à linha de fundo, até tocar atrás para o próprio Fumaça, que já apareceu dentro da área do Cori para finalizar ao gol. Matheus espalmou, a bola bateu na trave e sobrou para Mikael, com oportunismo, só empurrar para as redes.
Apesar da falha de marcação no gol de empate, é preciso elogiar o sistema defensivo altoense. Depois de retomar a dianteira, a equipe conseguiu controlar o jogo e, apesar do Cori ter chegado á frente em algumas oportunidades, não repetiu a pressão da parte final do primeiro tempo. O Altos, inclusive, teve chances de ampliar, mas Jordan e Fumaça perderam ótimas chances nos minutos finais.
3 de 3 Jerson Testoni, técnico do Altos — Foto: Ângela CarvalhoJerson Testoni, técnico do Altos — Foto: Ângela Carvalho
É cedo ainda para cravar como será o Altos de Jerson Testoni. A própria carreira do treinador tem momentos distintos. Se no Brusque ele avançou com o time da Série D até a Série B, depois da sua saída em 2023 não conseguiu repetir o bom trabalho no Brasil de Pelotas e no Joinville. Mas duas coisas parecem certas. A primeira é que a equipe tem qualidade e pode exibir um bom futebol. A outra é que, parafraseando o clássico de Roberto Carlos, “é preciso saber sofrer”. E o Altos sabe.
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