Após erros do sistema defensivo e revés para o Fortaleza, Paiva defende modelo de jogo do Bahia
O Bahia foi presa fácil para o Fortaleza na noite desta terça-feira, na Arena Fonte Nova, e perdeu a partida válida pela terceira rodada da Copa do Nordeste por 3 a 0. O Tricolor baiano esteve mal ofensivamente e, principalmente, no setor defensivo, tanto que levou três gols no primeiro tempo.
Na entrevista coletiva após o jogo, o técnico Renato Paiva analisou a derrota e bancou a manutenção de seu modelo de jogo, com linhas defensivas altas, por exemplo.
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- Eu até entrei com dois jogadores com características defensivas. O Diego Rosa e o Acevedo. O que queríamos era que eles fossem mais ao ataque. O Diego saiu porque não entrou no processo de ataque. Ele só ocupou espaços lá atrás. A linha estava avançada no primeiro gol, mas a gente tinha que estar ali. O que temos que fazer é colocar em prática o que treinamos, e hoje não fizemos. Nós jogamos controlando o espaço do adversário, a profundidade, e hoje fizemos uma linha de fora de jogo. Nós não temos esse "volantão". Não acho que foi por ausência desse jogador. Repito, o Fortaleza foi melhor que nós coletivamente e individualmente - explicou.
1 de 1 Renato Paiva, técnico do Bahia — Foto: Gabrielle GomesRenato Paiva, técnico do Bahia — Foto: Gabrielle Gomes
O treinador mantém a sua convicção de que o trabalho dará certo ao longo do ano. Até agora na temporada 2023, o Bahia levou onze gols em onze jogos no total.
- Não vou tirar jogador só porque a torcida está vaiando. Eu vou seguir o caminho do meu trabalho. É fácil explicar. O Fortaleza foi melhor coletivamente e individualmente que o Bahia. É mérito do Fortaleza. Estão de parabéns. Na maior parte do tempo por mérito deles, em alguns momentos por demérito nosso. São três anos de trabalho com o mesmo treinador e quase que com a mesma equipe. Fizeram o gol no primeiro lance e isso aumenta a tranquilidade - detalhou Renato Paiva.
- Já disse que somos uma equipe jovem, com jogadores novos, que não se conhecem. Vai demorar mais tempo. Não existe milagre. Hoje tivemos um adversário difícil, o melhor que enfrentamos até hoje. A gente tentou remar contra a maré. É um processo normal. O resultado nos deixa tristes porque queríamos ganhar. Mas não entrou em teorias de euforia, nem teorias do caos. Faz parte. Hoje tivemos um número de erros maior que o normal, mas ainda conseguimos gerar quatro ou cinco oportunidades de gol. Portanto, parabéns para o Fortaleza. Nós vamos continuar o nosso caminho. Com correções, mas com convicções - complementou o treinador.
Um dos jogadores mais criticados foi o lateral-direito Cicinho, que jogou a partida inteira, mesmo sob vaias em muitos lances do Esquadrão. Para Renato Paiva, o atleta não foi o pior em campo.
- Não acho. O Cicinho cometeu erros, como cometeram outros jogadores. A torcida colocou o foco em Cicinho, marcou ele e escolheu para vaiar. Se a torcida acha que a vaia é o melhor caminho, tudo bem. Eles têm esse direito. Nunca vi ninguém melhorar com vaias, mas tudo bem. Cicinho vem ganhando ritmo e confiança, era capitão no ex-clube. Não é um jogador qualquer. Tem seu passado e sua história. Vou corrigir o que precisa, ser duro quando precisar, mas ser equilibrado acima de tudo. Ninguém agradou a todos, não vou ser o primeiro, nem o Cicinho. Repito que cometemos erros hoje na organização da linha defensiva. De fato eles não estão fazendo alguns movimentos que treinamos. Vou observar o que se passa e corrigir. Mas não vou jogar com uma linha lá atrás quando estiver com a bola, não vou fazer isso. Se a gente faz o gol na primeira jogada com o Kayky, teríamos tranquilidade. Mas não foi isso que aconteceu. O que aconteceu foi o gol deles no primeiro ataque.
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O Bahia volta a campo nesta sexta-feira, novamente pela Copa do Nordeste. Às 21h (de Brasília), o Tricolor buscará a primeira vitória na competição diante do Atlético de Alagoinhas, no Carneirão.
💥️Quando a equipe vai ganhar liga?
Eu gostaria de te responder, mas na realidade do Brasil eu não sei. Ainda não trabalhei aqui. Precisamos de tempo para treinar. Tivemos tempo pra trabalhar antes desse jogo, mas nem sempre ter tempo significa ganhar o jogo. Tenho que agradecer ao Rogério e à equipe do sub-20. E também aos jogadores do time principal que foram ao jogo. Nos ajudaram muito. Eles fizeram a parte deles, nós não fizemos a nossa. Temos que fazer correções. Não te consigo dizer muito mais. Os jogadores erram, mas não de propósito. Temos que melhorar o processo defensivo que estamos falhando em muitos jogos. Nosso primeiro jogo foi dia 11, há um mês, e já temos 11 jogos realizados. E é uma equipe nova. Quer interpretar como desculpa? Interprete. Temos que fazer os jogadores evoluírem. É o caso do Cicinho, precisa de jogo, de ritmo. Temos que entregar isso para ele. Acredito que quando começar o Brasileirão vamos estar muito mais preparados. O que vai acontecer até lá, eu não sei. Sei que quero trabalhar e fazer os jogadores crescerem. É uma derrota pesada, dura, estamos tristes, queríamos ganhar. Mas não podemos entrar na emoção. Emoção é para torcida. Precisamos ter razão.
💥️Time sai atrás do placar
- Conseguimos três viradas. Hoje não conseguimos, contra o melhor adversário que enfrentamos. O cenário ideal caiu para o Fortaleza. Tenho certeza que se nós marcássemos primeiro, a tranquilidade vinha para cá. Mas não foi isso que aconteceu. Acho que não tem relação com os começos dos jogos. Mesmo não jogando bem, mesmo com uma equipe nervosa, a gente conseguiu chegar várias vezes na área adversária. Erramos cruzamentos e finalizações. Precisamos refletir e continuar com nosso trabalho.
💥️Como virar a chave para um jogo difícil em meio a jogos fáceis?
- Eu concordo com esse favoritismo, mas temos dado uma resposta positiva. Somos os primeiros do Baianão, com só uma derrota. Na Copa do Nordeste temos sido penalizados. Fomos melhores contra o Sampaio Corrêa. Viramos e sofremos gol no fim no outro jogo. Hoje foi um jogo contra um adversário que tem três anos de trabalho. Espero estar aqui daqui a três anos respondendo perguntas com um time equilibrado, acostumado a repetir rotinas. O torcedor sai de casa e quer ganhar seja como for. Não quer saber como treina, se treina. Eu sei o que faço para ganhar, meus jogadores sabem. Mas o torcedor não. Não é a velocidade que as pessoas querem, pessoas que não estão no meio. É preciso tempo. Em um mês temos onze jogos feitos. Pegamos uma equipe que estava na Série B e subiu em quarto. E no meio do caminho entrou um projeto novo que foi buscar a mim para consolidar um projeto. Isso leva tempo. Para uns é desculpa, para mim é processo.
💥️Derrota mais pesada?
- Me sinto triste por um lado. Revoltado porque já vi minha equipe fazer mais e melhor. Me sinto descontente com a situação. Mas não estou no desequilíbrio. Não vão me encontrar desequilibrado. Estou aqui para analisar. Hoje tenho que reconhecer que o adversário foi melhor. Há uma diferença ainda, quer as pessoas entendam ou não. A realidade é um projeto consolidado e um projeto que está começando a andar. Estou triste, acho que meus jogadores poderiam ter feito melhor. Assumo a responsabilidade na forma de ver o jogo. Era muito fácil chegar aqui e jogar recuado. Descer o bloco e jogar em transição. Mas não é isso que quero para meus jogadores. Não contrato jogadores para jogar dessa forma. Doí, custa, já passei por situações dessa, mas me mantive sempre equilibrado. O torcedor vai xingar, mas amanhã vamos continuar a trabalhar. Nesse momento temos sete vitórias em onze jogos. Estamos em primeiro no Baianão, onde já não ganhamos há dois anos. No Nordeste ainda não estamos eliminados. Calma. É jogo a jogo. Só quando estivermos eliminados eu vou assumir. Esse time ainda não morreu. Essa gente sabe reagir.
💥️Derrota reflete a temporada?
- Falta tanto tempo para o resto da temporada. Falta tanto tempo para chegar o Brasileirão. Falta chegar jogadores. É muito tempo e vou repetir isso. Vou pedir o tempo que eu senti que é necessário para consolidar essa equipe. E esse tempo vai aumentar ou diminuir em função de termos o elenco fechado. Queremos fazer uma Série A competitiva, mas teremos que ter paciência. Não faço milagres. Confio no meu trabalho e no caminho que traçamos, mas isso não é imediato.
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