Análise: goleado, Bahia tem choque de realidade ao enfrentar primeiro adversário de Série A em 2023

A expectativa criada pelo torcedor do Bahia para assistir ao primeiro encontro da equipe com outro time de Série A em 2023 se transformou em frustração e preocupação depois que o Fortaleza, sem fazer muito esforço, venceu o Esquadrão por 3 a 0 em plena Arena Fonte Nova, na noite da última terça-feira, em encontro válido pela terceira rodada da Copa do Nordeste.

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Bahia x Fortaleza na Arena Fonte Nova — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia 1 de 2 Bahia x Fortaleza na Arena Fonte Nova — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Bahia x Fortaleza na Arena Fonte Nova — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

O Fortaleza só precisou de dois minutos para explorar um dos mais destacados problemas do Bahia neste início de trabalho. Thiago Galhardo recebeu passe nas costas da defesa, ganhou na velocidade e saiu na cara de Marcos Felipe. O goleiro até tentou se antecipar, mas terminou driblado pelo atacante.

Renato Paiva já deixou claro em entrevista que seu plano de jogo inclui uma linha defensiva alta, mas o comportamento em campo ainda está longe do ideal. O Tricolor já havia sido vazado em lance parecido contra o Atlético de Alagoinhas, no Campeonato Baiano, por exemplo.

É preciso questionar também se os atletas à disposição são os ideais para desempenhar o plano de jogo. Raul Gustavo e David Duarte ficaram na saudade quando Thiago Galhardo arrancou para fazer o gol aos dois minutos, e foram deixados para trás também aos nove, quando o atacante do Fortaleza teve mais uma boa oportunidade de finalização.

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E a partida contra o Fortaleza mostrou que o problema defensivo do Bahia não está apenas na conta dos zagueiros, mas de todo o comportamento do time sem a bola. Aos 25 minutos, o Tricolor sofreu o segundo gol em um lance marcado por uma péssima transição defensiva dos comandados de Renato Paiva.

Na jogada, Raul Gustavo até conseguiu segurar Thiago Galhardo, mas o atacante teve espaço suficiente para trabalhar a bola com Romarinho, que sem ser incomodado por Cicinho ou David Duarte pela direita, acertou um chutaço no ângulo de Marcos Felipe. Vale destacar que Diego Rosa e Acevedo também demoraram para reocupar os espaços no campo de defesa.

Acevedo em ação pelo Bahia contra o Forteleza na Arena Fonte Nova — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia 2 de 2 Acevedo em ação pelo Bahia contra o Forteleza na Arena Fonte Nova — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Acevedo em ação pelo Bahia contra o Forteleza na Arena Fonte Nova — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

A primeira etapa ainda teve tempo para um terceiro gol sofrido pelo Bahia, mas dessa vez sem culpa dos sistema defensivo. Os marcadores do Tricolor acertaram a linha de impedimento, mas o auxiliar da partida não viu Marcelo Benevenuto em posição irregular na cobrança de falta do Leão do Pici.

No lance que originou a falta, no entanto, foi possível ver um novo buraco no lado direito da defesa. Sem Cicinho por ali, David Duarte chegou atrasado para ocupar o espaço do lateral e fazer falta no atacante adversário que tinha a posse da bola com liberdade no setor.

E se a arbitragem validou um gol ilegal do Fortaleza, também teve uma bola na rede legal invalidada do Leão do Pici. Esse, já na reta final da partida, aos 51 minutos do segundo tempo. Os visitantes marcaram pela quarta vez em ótima trama ofensiva, mas a jogada foi anulada e não entrou na conta da, ainda assim, goleada.

O Esquadrão só terminou o jogo com a "baliza zerada" contra Jacuipense, Vitória e Doce Mel. Vale lembrar que, neste último, o Bahia foi representado por uma equipe alternativa, que sequer tinha Renato Paiva na beira do gramado.

A outra parte do plano de jogo de Renato Paiva é ser o time propositivo da partida. Ter a posse de bola. Jogar no campo de defesa do adversário. Até a partida desta terça-feira, esse de fato era o cenário visto nos compromissos do Tricolor, sempre diante de adversários bem menos qualificados.

Contra o Fortaleza, o Bahia até teve mais posse de bola, mas os comandados de Paiva estiveram longe de cumprir o citado cenário de se instalar no campo adversário e propor jogo por ali. O Tricolor ficou com a bola a maior parte do tempo porque o Fortaleza abriu o placar cedo e assim entendeu que seria melhor para conduzir a partida.

O Tricolor, na prática, pouco agrediu a defesa do Fortaleza. E, quando, enfim, conseguiu criar alguma boa trama ofensiva, o time esbarrou em erros já repetidos em 2023, como a falta de pontaria de Everaldo, que desperdiçou a melhor chance do time na reta final do primeiro tempo 💥

Contra o Fortaleza, Renato Paiva não foi muito criativo para buscar soluções. O treinador, que em outras oportunidades foi elogiado ao colocar Jacaré como lateral para ganhar poder ofensivo, desta vez apostou em substituições mais naturais, as famosas "seis por meia dúzia".

Já na volta do intervalo Jacaré assumiu a vaga de Kayky, e Mugni entrou no lugar de Diego Rosa. No decorrer do segundo tempo, Matheus Bahia e Patrick Vehron ganharam as posições de Chávez e Daniel. Por fim, Miqueias entrou no lugar de Acevedo.

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Mais do que a preocupação com o futuro do Bahia na Série A do Campeonato Brasileiro, que só começa em abril, o Tricolor precisa resolver os problemas para se classificar na Copa do Nordeste. Até agora, o time tem apenas um ponto somado em nove possíveis, sendo que atuou duas vezes em casa e uma como visitante.

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A próxima chance para modificar esse cenário será na sexta-feira. Às 21h (de Brasília), o Tricolor enfrenta o Atlético de Alagoinhas, no Estádio Carneirão, em Alagoinhas. Talvez um adversário local seja o que time precisa para entrar nos trilhos na Copa do Nordeste.

Vale lembrar que o Bahia tem sobrado no Campeonato Baiano, onde venceu sete dos oito jogos disputados e já assegurou a liderança da primeira fase.

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