"Back in Black": Mercedes repete a história com carro preto para 2023

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Dizem por aí que o mundo não dá voltas, ele capota. Que a História é cíclica, todos sabemos. Infelizmente, a humanidade costuma, de tempos em tempos, repetir as mesmas atitudes, os mesmos comportamentos, os mesmos erros. É só dar uma olhada para a sociedade atual e fazer a constatação. Não é mesmo? Bem, mas o assunto deste blog é esporte. Automobilismo, para ser mais preciso. Vamos falar, então, de um lado positivo deste fenômeno. E usando o lançamento da Mercedes-AMG F1 W14 E Performance, carro da equipe alemã para a temporada 2023 da Fórmula 1, como mote. A grande novidade do modelo foi o abandono do tradicional prata e o retorno do preto na carenagem, cor que foi adotada em 2023 e 2023 como um protesto antirracista em solidariedade às lutas do heptacampeão Lewis Hamilton. Só que, neste ano, a cor preta tem um toque de volta às origens para a Mercedes. Quem explica é Toto Wolff, chefe da equipe:

- Quando olhamos para a história das Flechas de Prata, as Mercedes eram brancas, mas a pintura foi retirada e o carro ficou mais leve, e em alumínio. E nós realmente tentamos deixar o carro mais leve, deixando-o com mais carbono exposto. De fato, tivemos carros pretos nos últimos dois anos, foi algo que casou. Pareceu certo - disse Toto.

O novo Mercedes-AMG F1 W14 E Performance, carro da equipe alemã para a temporada 2023 da Fórmula 1 — Foto: Mercedes-AMG 2 de 5 O novo Mercedes-AMG F1 W14 E Performance, carro da equipe alemã para a temporada 2023 da Fórmula 1 — Foto: Mercedes-AMG

O novo Mercedes-AMG F1 W14 E Performance, carro da equipe alemã para a temporada 2023 da Fórmula 1 — Foto: Mercedes-AMG

Pois é. A primeira informação: a cor original da Mercedes no automobilismo não foi o prateado, mas sim o branco. Há várias histórias para a mudança, mas a mais famosa delas - aceita inclusive pelo departamento histórico da marca alemã - remete à década de 1930, quando a marca alemã teve de raspar a pintura do Mercedes-Benz W25 porque o carro teria ultrapassado em um quilo o peso máximo de 750 kg permitido pelos regulamentos da época para os famosos Grand Prix. A solução foi deixar o modelo correr com as chapas de alumínio expostas, sem tinta. Nascia aí o apelido das flechas de prata, de acordo com relatos publicados nas memórias de Alfred Neubauer, então chefe da equipe, e do piloto Manfred von Brauchitsch.

O retorno do preto para o W14 em 2023 tem uma história parecida com a adoção do prata na década de 1930. Com a mudança radical do regulamento no ano passado, o retorno do efeito solo e o limite orçamentário, um dos principais problemas que as equipes tiveram de enfrentar na Fórmula 1 foi o excesso de peso. E por causa disso, os times tiveram de adotar soluções pouco usuais para reduzir o peso de seus carros durante a temporada, já que o limite de gastos impedia o desenvolvimento e a produção de peças mais leves a toque de caixa, como em anos anteriores. A solução mais simples: remover a pintura de vários pontos da carenagem. Quem não lembra da Williams, que começou 2022 azul e terminou praticamente preta, na fibra de carbono?

O Mercedes-Benz SSKL de 1932, considerado o Flecha de Prata original, na pista de Avus, na Alemanha — Foto: Reprodução 3 de 5 O Mercedes-Benz SSKL de 1932, considerado o Flecha de Prata original, na pista de Avus, na Alemanha — Foto: Reprodução

O Mercedes-Benz SSKL de 1932, considerado o Flecha de Prata original, na pista de Avus, na Alemanha — Foto: Reprodução

Ironicamente, na semana passada, a Mercedes anunciou uma nova parceria milionária, justamente com uma multinacional da área de tintas - a Sherwin-Williams. E no lançamento do W14, apenas a parte central do carro estava pintada com um preto brilhante - todas as outras áreas da carenagem estavam com a fibra de carbono exposta. Acredita-se, inclusive, que até o GP do Bahrein, no dia 5 de março, abertura da temporada 2023, o carro inteiro da equipe alemã esteja na fibra de carbono. Fala-se em uma economia de até 6 kg com a retirada da tinta da carenagem do carro, que tem peso mínimo de 798 kg neste ano. Em uma F1 em que cada grama é importante, um alívio que faz muita diferença.

Ou seja: quase um século depois, a Mercedes repete a sua história no automobilismo. Por causa do peso dos carros, abandona suas cores e deixa seus carros com o material usado para a construção ao natural. Se nos anos 1930 o prateado do alumínio deu origem às Flechas de Prata, em 2023 o preto da fibra de carbono faz ressurgir as Panteras Negras.

Lewis Hamilton comemora a vitória no GP da Turquia e o heptacampeonato mundial da Fórmula 1 com a Mercedes preta em 2023 — Foto: Clive Mason/Getty Images 4 de 5 Lewis Hamilton comemora a vitória no GP da Turquia e o heptacampeonato mundial da Fórmula 1 com a Mercedes preta em 2023 — Foto: Clive Mason/Getty Images

Lewis Hamilton comemora a vitória no GP da Turquia e o heptacampeonato mundial da Fórmula 1 com a Mercedes preta em 2023 — Foto: Clive Mason/Getty Images

Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com 5 de 5 Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com

Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com

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