Em ofício, CBF defende "punição dura" contra racistas em jogo do Atlético-MG na Libertadores
A CBF enviou nesta quinta-feira um ofício para a Conmebol no qual se solidariza com o Atlético-MG e defende punições duras para os responsáveis pelo caso de racismo ocorrido no jogo do clube mineiro contra o Carabobo, da Venezuela, pela Copa Libertadores.
Ao chegar ao estádio Olímpico UCV, em Caracas, a delegação do Galo foi recebida com gritos de "macaco" proferidos por torcedores do Carabobo💥️ (assista no vídeo acima).
A Conmebol anunciou na própria quarta-feira a abertura de uma investigação sobre o caso, e o próprio clube venezuelano divulgou uma nota na qual condena "atos de racismo e xenofobia".
A CBF acaba de incluir em seu Regulamento Geral de Competições penas mais duras para casos de racismo por parte de torcedores, dirigentes, membros de comissões técnicas e jogadores – há previsão até de perda de pontos.
No ano passado, a CBF chegou a sugerir publicamente que a Conmebol deveria adotar punições esportivas para casos assim. A confederação endureceu as penas, mas limitou a perda de mando de campo, fechamento de partes ou do total do estádio e aumento no valor das multas.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, lamentou que jogadores brasileiros continuem a ser vítimas de casos assim – como os de Vinícius Júnior na Espanha e agora do Atlético-MG na Venezuela.
Em vídeo gravado pelo Atlético (assista acima), torcedores venezuelanos chamam os jogadores e demais integrantes do grupo brasileiro de “macacos”. Ainda no estádio, antes da partida, o diretor de futebol do Galo, Rodrigo Caetano, fez a denúncia ao delegado da partida, Oscar Astudillo.
- O Clube informa que o diretor de futebol Rodrigo Caetano já registrou reclamação junto ao delegado da partida, senhor Oscar Astudillo, e lamenta que essas cenas maculem o maior torneio da América Latina - postou o Atlético nas redes sociais.
1 de 3 Chegada dos jogadores do Galo no estádio de Caracas foi marcado por atos racistas — Foto: Pedro Souza/CAMChegada dos jogadores do Galo no estádio de Caracas foi marcado por atos racistas — Foto: Pedro Souza/CAM
A Conmebol também se manifestou em nota publicada nas redes sociais. Na publicação, condenou os atos racistas e qualquer tipo de violência e recordou que as penas previstas pelo Código Disciplinar para atos discriminatórios aumentaram em maio do ano passado, pelo Conselho da entidade.
- A CONMEBOL considera TOTALMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. Em maio de 2022, o Conselho da CONMEBOL modificou o Código Disciplinar, aumentando as penas para atos discriminatórios - publicou a entidade.
O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, repostou a publicação da entidade no Twitter. Como legenda, ele escreveu "Basta de racismo".
2 de 3 Delegação do Atlético-MG sobre ataques racistas no estádio em Caracas — Foto: GaloTVDelegação do Atlético-MG sobre ataques racistas no estádio em Caracas — Foto: GaloTV
O perfil "Observatório da Discriminação Racial no Futebol", que desde 2014 monitora e divulga casos de racismo, informou que, no ano passado, foram 12 denúncias de ataques a brasileiros em competições Sul-Americanas. Desses, em nove houve punições aos clubes envolvidos.
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