Análise: vitória mostra um Altos maduro para vencer jogos difíceis e brigar pelo título

Se por um lado o Altos esteve sempre em posição tranquila em relação à classificação para as semifinais do Piauiense, frequentando o grupo dos quatro primeiros, por outro a falta de resultados positivos contra concorrentes diretos no estadual preocupava diretoria e torcida. Afinal, pouco adiantaria se classificar e cair novamente nas semifinais, a exemplo do que aconteceu em 2022, retirando o time da Copa do Brasil e da fase de grupos da Copa do Nordeste e comprometendo o orçamento para este ano. É justamente aí que mora a importância da vitória por 3 a 1 sobre o River-PI na 10ª rodada. O Jacaré mostrou-se, pela primeira vez no campeonato, realmente no páreo pela conquista do título.

Sob o comando de Jerson Testoni, o Altos havia disputado duas partidas até o jogo desta quinta, com uma vitória sobre o Corisabbá, que nunca esteve no G4, e um empate fora de casa contra o Parnahyba. Até então, desempenho semelhante ao obtido no primeiro turno com Fernando Tonet: vitória sobre adversários considerados mais fracos e dificuldades diante daqueles que brigam por algo maior no campeonato. A diferença veio diante do River-PI, quando o Jacaré devolveu o placar pelo qual havia perdido na primeira metade do torneio.

Como esperado de um clássico entre duas das maiores forças do futebol do estado nos últimos anos, não foi um jogo fácil, e os rumos poderiam ter sido bem diferentes. O River-PI parece ter entrado mais ligado no jogo, diante de um Altos sonolento. Logos nos minutos iniciais, o Galo tinha chegado duas vezes, pela esquerda e pela direita, sem conseguir finalizar. Quando conseguiu, foi em um belo chute de Júnior Mandacarú da entrada da área que abriu o placar.

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Sair atrás no placar parece ter sido o choque de realidade que o Altos precisava. O time passou a atuar no papel que começou com o River-PI, rondando a área adversária, mas sem conseguir vencer as linhas defensivas adversárias e finalizar a gol. E a história se repetiu do lado oposto. Na primeira finalização que conseguiu fazer a gol, o Jacaré empatou em um belo chute de fora da área de Diney.

A atuação do volante neste segundo turno merece destaque. Zagueiro de origem, Diney foi improvisado no meio ainda sob o comando de Tonet, mas foi com Testoni que assumiu a titularidade. Na estreia, diante do Corisabbá, quando o treinador precisou fazer uma substituição para colocar Vinícius no gol após a expulsão de Lucas Ferreira, foi Lucas Bessa que foi o preterido. A titularidade permaneceu contra o Parnahyba e, diante do River-PI, o primeiro gol, mas as habilidades de marcação e construção de jogadas já tinham sido testadas e aprovadas.

Diney conquistou a titularidade no Altos — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos 1 de 3 Diney conquistou a titularidade no Altos — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos

Diney conquistou a titularidade no Altos — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos

E a marcação forte foi o destaque no primeiro tempo. A etapa inicial foi truncada, entre duas equipes que subiam ao ataque com frequência, mas não conseguiam acertar o último passe ou a finalização. Para alterar este cenário, Testoni fez duas alterações no intervalo, sacando Fazendinha e Daelson e colocando Raul e Lucas Bessa em campo. As mudanças surtiram efeito, principalmente no meio.

O Altos passou a ter mais a bola no começo da segunda etapa e a virada veio logo aos 10 minutos. Em jogada iniciada na direita com Dieguinho, Yan só ajeitou dentro da área para Fumaça finalizar cruzado de primeira e marcar seu primeiro gol com a camisa do Altos. O atacante, que chegou para o segundo turno, vinha tendo boas participações, especialmente no 1 contra 1 e com lançamentos em profundidade, mas faltava balançar as redes.

Fumaça comemora primeiro gol com a camisa do Altos — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos 2 de 3 Fumaça comemora primeiro gol com a camisa do Altos — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos

Fumaça comemora primeiro gol com a camisa do Altos — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos

O Altos conseguiu controlar a partida por alguns minutos, mas a reta final da partida foi mais dramático. Uma crítica que pode ser feita está na substituição do atacante Mikael pelo volante Netinho. O Jacaré recuou, e foi alvo de uma verdadeira blitz riverina depois dos 30 minutos. No entanto, a equipe conseguiu se segurar e aproveitou a pressão do adversário para marcar em um contra-ataque rápido puxado por Dieguinho, que terminou com gol de Yan para matar o jogo.

O desempenho dos dois também merece destaque. Dieguinho, que ficou abaixo do esperados nos jogos iniciais do seu retorno ao Altos, hoje parece mais solto e lembra mais o meia que foi destaque da reação do time na Série C em 2022. As jogadas dos dois gols do segundo tempo foram iniciadas em seus pés. E Yan participou dos três gols da equipe, com assistências para Diney e Fumaça e marcando o seu próprio nos acréscimos.

Yan comemora terceiro gol do jogo — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos 3 de 3 Yan comemora terceiro gol do jogo — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos

Yan comemora terceiro gol do jogo — Foto: Samuel Pereira / A.A.Altos

O atacante, um dos artilheiros do Piauiense, é o grande nome do Altos no estadual. Iniciou a competição atuando pelos lados e desde então já brigava pela artilharia. Quando Joel não correspondeu ao papel de homem-gol, foi deslocado para a posição de centroavante e segue correspondendo. Em seu gol, mostrou oportunismo e agilidade para se aproveitar de falha da zaga riverina ao tentar cortar cruzamento da direita, qualidades clássicas de um típico 9.

A vitória sobre o River-PI traz moral para a equipe e reacende a esperança de chegar à final e brigar pelo título. O Altos não dominou, assim como não foi dominado nas partidas em que foi derrotado pelos adversários diretos. Mas mostrou que pode vencer e, para um time com a força que o clube construiu no cenário estadual, o troféu “jogou de igual para igual” não é suficiente. Agora sabemos que pode mais.

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