S.Paulo e Palmeiras que abram o olho
Do São Bernardo eu falei esta semana quando o time deu uma aula de futebol no Ituano - então, a vitória sobre o São Paulo não me surpreende nem um pouco. Eliminar o Palmeiras nas quartas seria, aí sim, um tanto surpreendente, mas pela engrenagem montada por Marcio Zanardi, o time de Abel Ferreira vai ter de encarar como clássico - ou será surpreendido. Agora, embora eu já tenha escrito sobre o Água Santa, volto a esse agradável tema no dia em que o excelente time de Tiago Carpini consegue sua classificação matemática às quartas (pela primeira vez em sua história) na vitória sobre o Botafogo-SP. Vai pegar o São Paulo. E vai ser jogo duro, não porque o time de Rogério Ceni perdeu do Bernô - repito, hoje isso é normal, perguntem também ao Corinthians. Mas porque o Água Santa tem um time bem organizado, um lado direito forte com Reginaldo, um Bruno Mezenga inspirado (brigando pela artilharia) e no meio Luan Dias, com um decisivo pé esquerda, ditando o ritmo no meio.
Comentei para o Première o duelo em Diadema. O Botafogo, ainda na briga pela classificação (entre ele, Santos e Bragantino, dois vão avançar e se enfrentar nas quartas), mas arrumou uma encrenca ao trocar de treinador na reta final. Paulo Baier estava há cerca de dez meses, subiu o time da Série C para a B nacional, tinha apoio do vestiário e deixou o time em primeiro lugar no Grupo A. A diretoria se impacientou com a falta de equilíbrio entre defesa e ataque. Ok, o Botafogo começou a rodada com o quinto melhor ataque (13 gols, atrás do Trio de Ferro da capital e do São Bernardo, tudo normal), mas a quarta pior defesa (13 gols, saldo zero, só levara menos gols do que Guarani, Portuguesa e Ferroviária, todos noivando com o rebaixamento). Podia ser melhor, mas daí a trocar o treinador por isso vai um abismo.
No primeiro tempo, o Água Santa jogou com um certo sono. O Botafogo, muito preocupado em parar o rival e não correr riscos, demorou a perceber que, com o rival naquela lentidão, dava para sair. Começou a fazer isso, teve uma boa situação com Édson Carioca, mas faltava aos visitantes mais força ofensiva - situação explicável com as ausências de Salatiel, Caio Dantas, Osman e Robinho. A melhor chance dessa etapa foi uma recuperação de bola de Lucas Tocantins, que avançou e obrigou Matheus a desviar o chute a escanteio.
A volta do intervalo foi enganosa. O Botafogo se manteve agrupado e bem seguro atrás. Mas nos primeiros dez minutos subiu um pouco a marcação, pressionou a zaga do Água Santa e teve uma grande chance quando Édson Carioca acertou o travessão. Mas, de novo, à medida que o relógio corria o Botafogo ia perdendo força na frente e o Água Santa tratou de ser mais intenso. E conseguiu o que queria aos 21 minutos. Desde o início do jogo, Luan Dias conseguia se desmarcar, dar bons passes, iniciar as jogadas - que não tinham sequência, não por culpa dele. Mas a falta na entrada da área só dependia do talento dele. E o chute saiu certeiro, com efeito e com velocidade. Matheus hesitou um milésimo de segundo e quando pulou... já era. Água Santa 1 a 0 e fazendo a história, devida e justamente classificado.
Assim como com o São Bernardo, o que vier agora para o Água Santa é lucro, e Tiago Carpini vai longe. O Botafogo... pode se classificar. Mas pega o São Paulo na última rodada e precisa secar o Santos. Com Paulo Baier, o time estava na liderança. Sem ele, e antes da estreia do substituto (Adilson Batista), o Pantera pode entrar na última rodada fora do G-2. Parabéns aos envolvidos. Que a diretoria do clube, que se vende como moderna, como empresa, como gestora de excelência, possa refletir...
O que você está lendo é [S.Paulo e Palmeiras que abram o olho].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments