Órgão denuncia auditor do TJD-PR por suposta xenofobia contra o técnico António Oliveira, do Coritiba
A 💥️Cáritas Brasileira Regional Paraná, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), denunciou um suposto caso de xenofobia ao Ministério Público (MP-PR) no julgamento da briga entre jogadores de Athletico e Coritiba. O auditor 💥️Rubens Dobranski é acusado do crime contra o técnico português 💥️António Oliveira, do Coxa.
Dobranski, ao deliberar diante do treinador alviverde, afirmou que "os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão querendo marcar território" e ainda citou 💥️Abel Ferreira, técnico do Palmeiras.
António Oliveira, que foi expulso no clássico e absolvido pela terceira comissão do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), não gostou e pontuou que "não olha as culturas, as raças e as nacionalidades". 💥️(Veja o diálogo completo abaixo)
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António Oliveira, técnico do Coritiba — Foto: Guilherme Griebeler/Coritiba
Em contato com o ge, o auditor Rubens Dobranski não quis se aprofundar e disse que "não houve a intenção de ofender nenhuma nacionalidade".
Já a Cáritas Brasileiras fez a denúncia nesta manhã, pouco depois da sessão do TJD-PR, que terminou na madrugada de quinta-feira. O MP-PR vai analisar se abre uma investigação.
Xenofobia é crime, previsto na Lei nº 9.459 de 1997, que define "os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". Em 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda decidiu que a xenofobia passou a ser considerado crime de racismo. Quem comete xenofobia é passível a reclusão de um a três anos e multa.
- Essa fala foi realmente muito complicada, muito difícil. Uma fala xenofóbica que nós, no futebol, temos que combater ainda mais. O futebol é uma diversidade imensa de pessoas, de outros países que defendem outras bandeiras - afirmou Márcia Ponce, secretária-executiva da Cáritas Brasileira Regional Paraná.
+Veja como foi o julgamento em tempo real
💥️Rubens Dobranski: Já tive a oportunidade de assistir jogos em Portugal, no estádio da Luz. Fui ver jogos do Benfica lá em Portugal algumas vezes e estou preocupado porque os técnicos portugueses, que estão trabalhando atualmente no Brasil, parece que estão querendo marcar território. É o caso do técnico do Palmeiras, que chuta ‘balde d’água’, chuta microfone, sempre é advertido com cartão amarelo. E se não me engano, o senhor aqui quando chegou ao Coritiba, não sei se foi na quarta ou quinta rodada, já cumpriu suspensão por três cartões amarelos. Confere? Confere isso? O senhor foi suspenso por três cartões amarelos?
💥️António Oliveira: Sim, senhor.
💥️Rubens Dobranski: Não sei se foi na quarta ou quinta rodada, o senhor já cumpriu essa pena, correto?
💥️António Oliveira: Correto.
💥️Rubens Dobranski: Então, o senhor veja, um técnico de futebol, na quarta ou quinta rodada, já cumpre uma suspensão de uma partida por três cartões amarelos. O senhor não acha que está sendo, assim, muito reclamão com os árbitros aqui do país?
💥️António Oliveira: Podemos expor o contrário. Eu, na vida, não olho as culturas, as raças as nacionalidades.
💥️Rubens Dobranski: Nós também não. Só estou vendo que tem vários casos.
💥️António Oliveira: O doutor acabou de dizer que os portugueses estão a tentar marcar território.
💥️Rubens Dobranski: Porque está sendo comum isso acontecer.
💥️António Oliveira: Mas isso é uma opinião do doutor. Não é a minha, respeito muito. Cada um é como cada qual. Não olho nacionalidade, não olho religiões, não olho cores. Para mim as pessoas, cada uma tem sua índole, sua educação e sua formação. Eu tenho a minha, a minha forma de viver o jogo.
Presididos por 💥️Leandro Gonçalves da Silva, os auditores 💥️Guilherme Munhoz Burgel Ramidoff, Rubens Dobranski, Mikael Alexandre Mocelin Guajardo Cuevas, Amyr Assaf de Macedo e Paulo Guilherme Giffhon participaram da sessão. Já a Procuradoria do TJD-PR foi representada por 💥️Marcelo Oliveira.
O julgamento durou cerca de oito horas. Em um primeiro momento, a Procuradoria apresentou as denúncias. Em seguida, a defesa dos clubes se posicionaram e mostraram provas.
Na sequência, os denunciados foram ouvidos pelos auditores. Só depois disso a votação foi iniciada. Todos os atletas denunciados foram ouvidos pelos auditores e advogados.
💥️Jogadores do Athletico punidos
💥️Jogadores do 💥️Coritiba💥️ punidos
💥️Dirigentes, técnico e árbitro
💥️Athletico
💥️Coritiba
A Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) denunciou Athletico e Coritiba, jogadores, dirigentes e o árbitro do jogo.
A denúncia manteve os nove expulsos, sendo cinco do Furacão e quatro do Coxa, e ainda adicionou o lateral-esquerdo Victor Luís, do Alviverde, que não foi expulso pela arbitragem.
A novidade no documento protocolado foi a denúncia duplicada de parte dos atletas envolvidos e a citação ao Furacão. O clube rubro-negro corria o risco de perder de um até 10 mandos de campo, pontos no torneio e levar uma multa que pode chegar até R$ 100 mil reais.
O técnico António Oliveira, do Coritiba, também fez parte da denúncia do tribunal. Ainda estão denunciados quatro dirigentes, o árbitro do Atletiba e o Coxa.
Veja quem são: o presidente atleticano, Mario Celso Petraglia, o presidente interino do Coritiba, Glenn Stenger, o vice Jair José de Souza e o head esportivo Lucas Drubscky, e o juiz Jose Mendonça da Silva Junior.
Além deles, foram denunciados os zagueiros Pedro Henrique e Thiago Heleno, o lateral Pedrinho, o volante Christian e o meia-atacante David Terans, do Furacão, e o técnico António Oliveira, o zagueiro Marcio Silva e os atacantes Alef Manga e Fabrício Daniel, do time Alviverde. Esses já estavam relatados na súmula.
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Na reta final do Atletiba, aos 51 minutos, Marcio Silva (Coxa) e David Terans (Furacão) começaram a se estranhar perto da área. Logo depois, o alviverde Alef Manga entrou na confusão com Terans e provocou uma reação de jogadores atleticanos, como Pedro Henrique e Thiago Heleno.
A partir daí, atletas das duas equipes se envolveram em discussões e empurrões espalhadas pelo gramado. O rubro-negro Pedrinho chegou a acertar um chute em Manga e depois foi perseguido por atletas coxa-brancas. Pedro Henrique e Fabrício Daniel também trocaram socos.
Um torcedor do Athletico ainda invadiu o campo e, depois de agredir o goleiro Marcão, do Coritiba, foi contido pelos seguranças particulares. De acordo com a Demafe, ele será punido por um ano de frequentar os estádios. Outros dois torcedores chegaram a entrar no gramado e foram encaminhados a Demafe.
Após 14 minutos, a arbitragem se reuniu com dirigentes e os capitães dos dois clubes. As partes deliberaram, e o árbitro suspendeu o jogo - tinham apenas mais dois minutos para jogar do acréscimo dado.
Vale destacar que o Atletiba 391 foi o quinto seguido de torcida única. Os clubes optaram por essa decisão após a confusão nas arquibancadas no clássico do ano passado, pelo estadual.
O primeiro clássico Atletiba terminou empatado em 1 a 1. O Coxa saiu na frente, com Kaio César, mas o Furacão empatou com Pablo.
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