A frieza do campeão, coisas do futebol chileno e a nova geração
A semana ainda engatinhava usando fraldas e de repente, pá! Independiente del Valle campeão da Recopa diante de setenta mil pares de olhos arregalados. Essa foi apenas a sétima ocasião em que o vencedor da Sul-Americana bateu o da Libertadores.
E a imagem emoldurada desta conquista é a (não) expressão facial alguma de Landázuri ao bater o pênalti do título. Mesmo com toda a pressão do palco, com o bafo quente da torcida rival no cangote, com vai lá saber quais provocações de Gabigol, ele mais parecia ser o décimo sétimo cristão fazendo fila para comprar 100 gramas de mortadela na manhã de um domingo qualquer:
O Del Valle cola mais uma plaquinha na base de um troféu (sua terceira: além da Recopa 2023, tem também as duas Sul-Americanas 2023/2022). E é sempre legal acompanharmos toda tecnologia deste processo que envolve a eternização da glória:
Também teve time levantando caneco na Argentina. O Boca Juniors fez 3 a 0 no Patronato com assustadora tranquilidade e conquistou seu 52º título local, ultrapassando o River Plate que tem 51º. "Talvez nós somos menos piores que o restante”, disse, certa vez, Riquelme, vice-presidente segundo do clube, ao ser questionado pelo nível técnico do Boca. O homem conduziu o raciocínio em sua resposta de tal maneira que, no final, foi essa a conclusão.
E tem por onde. Em pouco mais de três anos da gestão Riquelme no futebol do Boca já são seis títulos, a mesma quantidade conseguida pelo grupo político anterior em oito anos de controle. Além disso, o também embaralhou novamente as cartas no confronto direto com o rival de toda a vida. Sob administração de Román, são duas vitórias, quatro empates (com duas vitórias nos pênaltis, depois) e apenas uma derrota para o River. Por isso, sempre que tem a chance, o perfil oficial do Boca comemora assim:
No campeonato chileno, alguns lances curiosos. O Colo Colo, jogando em casa, perdendo para o Coquimbo Unido, se lançou todo ao ataque desesperadamente e num cruzamento vadio para a área, o sujeito inventou isso aqui:
E na partida em que a Universidad de Chile empatou com a Unión La Calera, a torcida da U atirou moedas no goleiro Carabalí, da Calera. Quando o árbitro se aproximou para entender o que acontecia, o atacante Leandro Fernández recolheu algumas moedas que encontrou e colocou nos meiões tentando evitar que a autoridade percebesse:
Mas nada disso supera essa entrada ao vivo, que é o desespero silencioso de todo repórter. O jornalista lá, postado, esperando pela chegada do último participante a fechar a edição 2023 do Rutas de América. E lá vem o ciclista, todo trajado de Peñarol, no que se dá a sinceridade em sua máxima expressão (tanta que quase é possível tocá-la):
Pela Copa Libertadores, os clubes avançaram mais uma casinha à fase de grupos. Os dois brasileiros que entraram nesta pré, Atlético-MG e Fortaleza, seguem caminho. E aqui vou destacar alguns golaços que aconteceram por aí, mas talvez tenham passado despercebidos.
Tem esse aqui, do lateral Jhilmar Lora, que fechou a goleada por 5 a 1 do Sporting Cristal sobre o Nacional-PAR. Ele dedicou seu gol ao PSICÓLOGO que o incentivou a arriscar mais, bater no gol. Pra que técnico, né?
Nesse mesmo jogo, o Caballero meteu essa:
O Nacional querido ficou fora, mas a semana foi de lembrança. Como sempre acontece, todo dia primeiro de março, o clube prestou homenagem aos heróis paraguaios na guerra contra a Tríplice Aliança:
E na partida que classificou o Millonarios como próximo rival do Atlético-MG, Daniel Cataño - o agredido (entenda aqui) - também emendou um tirambaço:
Da Colômbia vem, definitivamente, a mais linda camiseta deste ano. Nem procurem mais. O América de Cali lançou um modelo retrô que faz referência ao primeiro título conquistado pelo clube, em 1979. E essa conquista, esse uniforme, tem uma interessante história que faz relação com o CAPIROTO no escudo do clube.
Pra fechar, esta também foi a semana que coroou o grande 2022 dos argentinos. Nos prêmios The Best organizados pela Fifa, eles foram os grandes vencedores. Então, preparem-se. Porque há toda uma nova geração de Dibus Martínez a caminho:
Messi, quem te conhece?
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