Fagner explica o que faz um técnico ter aceitação no Corinthians: "Ser transparente com você"

Mano Menezes, Tite, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira, Fábio Carille, Jair Ventura, Osmar Loss, Dyego Coelho, Tiago Nunes, Vagner Mancini, Sylvinho, Vítor Pereira e Fernando Lázaro. Desde 2014, quando voltou ao Corinthians, Fagner foi comandado por 13 treinadores diferentes no Timão.

Em entrevista exclusiva ao podcast "Hoje Sim", do narrador Cleber Machado, o lateral-direito do Corinthians falou sobre o que ele considera ser um modelo de sucesso para treinar o Timão:

– O treinador nunca vai agradar aos 30 jogadores. Isso é fato, só podem jogar 11, só tem cinco substituições. É difícil agradar a todos. Mas o que você leva em conta? Um cara que seja direto com você, que seja transparente com você. Por mais que você não esteja jogando, um cara que chega e diz: "Melhora nisso, continua se dedicando, a oportunidade aparece". Um cara que estimula todo mundo a estar em nível de competição.

– No futebol, você não pode dar atenção para 14 e deixar outros 15 de lado. As coisas são dinâmicas. Às vezes o titular absoluto tem lesão, o cara que resolve toma o terceiro amarelo no jogo decisivo (...) O ambiente é isso: um cara que consegue estimular todo mundo e deixar todos no nível de competição para que quando ele precise, todo mundo entenda a situação que é melhor para o time.

O lateral-direito já deixou claro em outras entrevistas que o relacionamento com Vítor Pereira em 2022 não era bom. Desta vez, preferiu não esticar o assunto, dizendo apenas que não sente falta do técnico que, hoje, comanda o Flamengo.

– Vou meio que fugir deste assunto, até recentemente falei, mas não vale a pena ficar voltando. Prefiro não falar. Lá na frente de repente as coisas possam ser ditas. Eu não tenho (saudade), sinceramente falando, não. Algumas coisas que aconteceram comigo, eu não faria para ninguém. Mas é página virada. Estamos muito felizes com o Fernando. Ele tomou a decisão dele, que seja feliz e que a gente seja feliz aqui também – afirmou o jogador.

Fagner citou Tite, que foi técnico dele no Corinthians entre 2015 e 2016 e também na seleção brasileira na Copa da Rússia, como um estilo de comando que dá certo:

– O erro vai acontecer, todo mundo que está em campo está suscetível ao erro. Quando o treinador está te corrigindo, na frente de todo mundo ou no particular, mas para o seu bem e da equipe, é válido. Tite me chamou na sala dele, jogo Corinthians x Santos de 2015, que sou expulso no segundo tempo. Ele me chamou na sala, me mostrou o vídeo do primeiro amarelo, me mostrou o vídeo da expulsão e falou: "Esse lance você poderia evitar. O segundo você deu margem ao árbitro". Ele não me deu esporro, mas me corrigiu de uma forma que me deixou com vergonha. Às vezes, brigar é válido. Mas a forma como você fala é educativo – contou o jogador.

Fagner em treino no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians 1 de 1 Fagner em treino no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Fagner em treino no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

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O camisa 23 afirmou que o tipo de relacionamento com o treinador muda o dia a dia do CT:

– Essas coisas interferem, você não sabe como a pessoa pensa, o que pode mudar da noite para o dia. Não estou dizendo que tem que ser amigo de todo mundo ou pedir opinião para todo mundo, mas quando você é direto, transparente, olha no olho do cara e dá um Norte do que você quer, ele consegue fazer todo mundo ir na mesma direção. Quando fala uma coisa para um, uma para outro, uma para outro, vai cada um para um lado. A corrente fica estranha. Se todo mundo corre na mesma direção, fica mais leve e as coisas começam a acontecer – explicou.

Fernando Lázaro, técnico do Timão em 2023, parece contar com a confiança de todo o elenco:

– A gente quer que o Fernando dê certo. É um cara do bem, tem uma história no clube. A gente quer que ele seja vitorioso, assim todos seremos vitoriosos – destacou.

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Fagner também falou sobre o seu futuro. Aos 33 anos e com passagens frustradas na Europa por PSV Eindhoven, na Holanda, e Wolfsburg, na Alemanha, ele não se vê mais fora do Corinthians.

– A longevidade no Corinthians se deve ao que você faz no clube. Mantenho uma regularidade de jogos por temporada, minha família, hoje com 33 para 34 anos, tenho esposa e dois filhos, não dá para aceitar uma aventura. Você precisa pensar no bem estar de todos. Estou muito feliz aqui, indo para a décima temporada de Corinthians, tenho vontade de conquistar mais títulos, isso te mantém em alto nível. É difícil falar que quero sair para algum desafio, jogar no Corinthians é um desafio diário pela pressão. Me sinto um privilegiado. Espero continuar e, com a idade que estou, encerrar aqui mesmo.

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