Após ameaças, presidente do Vitória, Fábio Mota, decide renunciar; vice tenta contornar situação

Eliminado na primeira fase do Campeonato Baiano, da Copa do Brasil, em perigo na Copa do Nordeste e quase sem presidente. Esta é a situação do Vitória no terceiro mês da temporada 2023. Em entrevista ao ge, o vice-presidente do clube, Djalma Abreu, revelou que o presidente, Fábio Mota, decidiu renunciar ao cargo.

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- Ele falou que iria renunciar, mas estou conversando com ele. Tive uma conversa com ele hoje de manhã, boa, mas ele está conversando com a família. Vou ter uma conversa com ele agora, daqui a pouco vou estar no clube - contou.

Fábio Mota, presidente do Vitória — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória 1 de 1 Fábio Mota, presidente do Vitória — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

Fábio Mota, presidente do Vitória — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

Mota tomou a decisão em razão das ameaças de morte recebidas por ele e por sua família. Na última quinta-feira, o Vitória e a Associação de Clubes do Nordeste divulgaram uma nota de apoio ao presidente. O ge tentou contato com Mota, mas não obteve sucesso.

- Tudo que mexe com a família fica complicado. Ele ficou muito chocado, tivemos que trazê-lo de volta imediatamente do Rio de Janeiro para ver a família. Estamos conversando, tentando segurá-lo para que ele não renuncie - afirma Djalma.

Por outro lado, o vice-presidente está otimista em convencer o presidente a seguir no Vitória e afirma que também deixa o clube caso Mota decida, de fato, renunciar.

- Estamos evoluindo. Esperança de que ele aceite. Fizemos muito no clube, muitas obras. E ele é importante nessa recuperação do clube, ajudou muito e pode ajudar mais. A gente teme um fracasso maior. Eu acho que a gente não pode jogar fora. Estamos tentando convencê-lo. E ele está pensando na família dele. Estou pedindo para ter calma. Ninguém tem pressa. É ter calma, tranquilidade, fazer sem pressão, ter paciência - completa.

De acordo com o estatuto do clube, em caso de renúncia do presidente antes de 4/6 do mandato ser cumprido, o vice deve assumir e convocar novas eleições. Se o vice também renunciar, quem assume é o presidente do Conselho Deliberativo, que também convoca novas eleições.

Na última quinta-feira, o Conselho Deliberativo do Vitória convocou uma reunião extraordinária para a próxima segunda-feira. A pauta do encontro tem como prioridade "discussão e deliberação sobre a atual situação do clube".

A presidência do Vitória era ocupada por Fábio Mota desde outubro de 2023, quando assumiu de forma interina após o afastamento de Paulo Carneiro. Em maio do ano passado, Mota foi efetivado no cargo e, em setembro, foi eleito pelos sócios do clube para o triênio 2023 a 2025.

💥️Os passos de Fábio Mota na presidência do Vitória:

Fábio Mota assumiu um Vitória em crise institucional e com graves problemas financeiros, que geraram punições da Fifa por conta do não pagamento de dívidas. Ele assumiu o time em outubro de 2023 e, com 14 rodadas até o fim da Série B daquele ano, não conseguiu evitar o rebaixamento do time para a Terceira Divisão.

No ano seguinte, Mota encarou novas turbulências, com a eliminação precoce no Campeonato Baiano e o início ruim na Série C do Campeonato Brasileiro. Depois de trocar de treinador três vezes em 2022, ele contratou o técnico João Burse, que conseguiu fazer o time reagir e confirmar o acesso para a Série B. Os meses após o acesso foram os únicos em que o ex-presidente viveu um período de paz à frente do Vitória.

Contudo, as turbulências retornaram no início da temporada 2023, com resultados negativos e eliminações precoces no Campeonato Baiano e na Copa do Brasil. O dirigente chegou a convocar entrevista coletiva para se explicar a situação e defender o trabalho de João Burse, demitido 13 dias depois.

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Para o lugar de João Burse, o Vitória decidiu pela contratação de Léo Condé, que ainda não conseguiu vencer com o time e soma 17% de aproveitamento em seis jogos. Na última partida, a derrota por 2 a 0 para o Nova Iguaçu e eliminação na Copa do Brasil resultou em nova mudança no Rubro-Negro, desta vez com a demissão de Edgar Montemor, diretor de futebol.

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