Análise: coadjuvante até no Paulista, Santos faz o básico parecer difícil em eliminação

O Santos terminou o Campeonato Paulista pelo terceiro ano seguido sem se classificar para o mata-mata. Em 2023, pelo menos, não brigou contra o rebaixamento. Mas ainda é muito, mas muito mesmo, pouco para um gigante como o Peixe.

"Olé" e "o Ituano vai golear" eram os gritos da torcida mandante no estádio Novelli Júnior nos minutos finais da vitória do Ituano por 3 a 0 sobre o Santos, no último domingo, pela última e decisiva rodada da fase de grupos do Campeonato Paulista.

O Peixe só precisava empatar, já que o Botafogo-SP foi derrotado pelo São Paulo, mas não chegou nem perto disso.

Mas a ausência no mata-mata do estadual não é por causa da derrota do último domingo. A dificuldade para fazer o básico e o excesso de erros dos jogadores dentro de campo durante todo o Campeonato Paulista explicam melhor.

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1 de 1 Time do Santos antes de jogo contra o Ituano — Foto: Raul Baretta/Santos FC

Time do Santos antes de jogo contra o Ituano — Foto: Raul Baretta/Santos FC

Ao contrário do que aconteceu em 2022, em 2023 o Santos não trocou de técnico no início do ano. Nesta temporada, Odair Hellmann começou e terminou o Paulistão – na passada, Fábio Carille começou, mas Fabián Bustos terminou.

O trabalho, portanto, teve sequência. Odair Hellmann, é bom destacar, teve problemas com desfalques, não teve semanas livres para treinar o time depois do início do Campeonato Paulista, mas, mesmo assim, poderia e deveria ter apresentado mais criatividade tática, mais repertório e mais correções de rota para resolver os problemas do Santos.

Em campo, os jogadores também têm muita culpa – a maior parcela, inclusive. O futebol apresentado na tarde de domingo contra o Ituano foi atípico, sim, mas o nível durante quase todo o Campeonato Paulista foi muito inferior ao que poderia ser.

O Santos fez poucos incontestáveis bons jogos no estadual: contra Ferroviária, Portuguesa e São Bento. Nos demais, teve muitas dificuldades. Até no clássico contra o Corinthians, que terminou empatado em 2 a 2, a oscilação foi enorme.

O Santos ficou fora do mata-mata do Campeonato Paulista não pelos 3 a 0 para o Ituano, mas por causa de toda uma fase de grupos muito abaixo do esperado. Foram só 14 pontos conquistados em 12 partidas: três vitórias, cinco empates e quatro derrotas. É muito aquém do que um clube desse tamanho pede.

Como disse o próprio técnico Odair Hellmann logo depois do jogo em Itu, não ter brigado contra o rebaixamento é muito pouco para um clube gigante como o Santos. É preciso olhar para os próprios erros e entender o que aconteceu, mais uma vez, no Paulistão.

Durante as 12 rodadas da fase de grupos, o Santos teve muitas dificuldades para vencer times frágeis, sem divisão no Campeonato Brasileiro e claramente com elencos inferiores. O básico parece ser muito difícil para o Peixe.

Ouvir gritos de provocação da torcida do Ituano na derrota do último domingo é só a ponta do iceberg em que, abraçado, se afunda o Santos.

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