Académica esfrega as mãos: Receita do uso do estádio pelos Coldplay será fundamental
O presidente da Académica confirmou hoje à agência Lusa que o clube de Coimbra irá receber uma contrapartida financeira pelo uso do estádio para os concertos dos Coldplay, “fundamental” para as contas da presente época desportiva.
“Houve uma base de negociação e a Câmara de Coimbra fez tudo para que o processo corresse bem e correu. Chegámos a acordo e a promotora aceitou as condições que lhe foram propostas”, disse à Lusa o presidente da Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF), Miguel Ribeiro.
Segundo o responsável pelo clube que milita no terceiro escalão do futebol português, a Académica irá contar com uma contrapartida financeira pelo uso do estádio a 17, 18, 20 e 21 de maio para os concertos da banda britânica em solo nacional.
Para além de um valor pelo uso daquele equipamento desportivo, a promotora irá também ficar responsável pela colocação de um novo relvado no Estádio Cidade de Coimbra e por algumas obras de melhoria, nomeadamente “a recuperação de algumas zonas do estádio para uma boa realização dos concertos”.
Questionado sobre qual a contrapartida financeira que a Académica irá receber, Miguel Ribeiro escusou-se a avançar com os montantes, porque, apesar de o acordo estar fechado, ainda falta ser “colocado no papel” e assinado.
O acordo, esclareceu, é tripartido, envolvendo a Académica, a Everything is New (promotora dos concertos) e a Câmara de Coimbra, que construiu o estádio (o investimento total foi de 50 milhões de euros), mas que está cedido ao clube de futebol mediante um contrato de cedência e de gestão.
“Este montante é fundamental para a Académica”, salientou o presidente da AAC/OAF, referindo que será também importante para equilibrar as contas da atual época do clube.
Miguel Ribeiro vê com bons olhos a atitude proativa da Câmara Municipal de captação de mais concertos para o Estádio Cidade de Coimbra.
“No lugar em que a Académica está, esta é uma fonte de receita importante, até porque não temos receitas televisivas”, sublinhou, considerando que pode ser importante a AAC/OAF tirar dividendos do aproveitamento daquele estádio para mais espetáculos musicais.
Na segunda-feira, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, tinha afirmado que a receita pela cedência do Estádio Cidade de Coimbra para os quatro concertos dos Coldplay seria para a Académica.
“Há um contrato de cedência do Estádio com a Académica e a gestão é feita pela Académica, em que as rendas das instituições e empresas lá instaladas são recebidas pela Académica”, esclareceu o autarca, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós,Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR/Volt).
O Estádio Cidade de Coimbra, construído para o Euro 2004, custou cerca de 50 milhões de euros, com a grande maioria do investimento a ter sido suportada pela autarquia.
“Nós atraímos os Coldplay para Coimbra, mas, naturalmente, quem cede o estádio em termos formais e legais é a OAF e os eventuais benefícios da cedência são para a Académica/OAF”, referiu, aclarando que o investimento feito pelo município para trazer a banda britânica para a cidade será “divulgado a seu tempo”.
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