Análise Money Times: As vítimas da Vale e a hipocrisia do mercado
💥️Por Gustavo Kahil, do Money Times
Eu já trabalhava como repórter no mercado financeiro quando o avião da 💥️Gol (💥️GOLL4), em 2006, afundou no Mato Grosso após bater em um Legacy em uma história muito mal contada, ou quando a aeronave da 💥️Tam, em 2007, atingiu em cheio um prédio da própria companhia aérea.
Lembro com mais clareza do segundo acidente, pois morava perto do aeroporto. Ainda assim, pensei na hora:
& O que pode acontecer com as ações?
Logo percebi que não tinha só imaginado, mas falado alto, pois logo alguém na redação respondeu:
& Nossa. Mas você vai pensar nisso a esta hora?
Ué? Eu, repórter de mercado financeiro, no que mais ia pensar naquele momento? E fiquei observando, oras, e quem me perguntou não é também?
Isso já tem mais de uma década e, para mim, este assunto já estava bem entendido e aceito entre repórteres, editores ou analistas do mercado financeiro. É, sim, nisso que precisamos pensar quando tragédias acometem empresas, países, ou executivos importantes. Se eu fosse bombeiro, com certeza iria pensar no resgate. Um padre, oraria. Um petista, jogaria a culpa no Bolsonaro. E por aí vai…
Por isso a minha surpresa, neste final de semana, quando nas redes sociais alguns analistas, investidores, e entusiastas do mercado, debatiam sobre ser, ou não, “ético” comentar sobre os desdobramentos de mais um estouro de barragem da 💥️Vale (💥️VALE3), que em Brumadinho já superou o número de mortos de Mariana, em 2015.
Em respeito às vítimas, alguns dizem, não se pode analisar a questão. Ora, não me lembro de análises tão católicas quando assistimos pela TV guerras no Oriente Médio, que mexem com os preços do petróleo, ou um Tsunami.
O que posso dizer, agora, é que o 💥️Money Times dará, como sempre, todas as informações e avaliações possíveis para informá-lo do que fazer neste momento.
Já sabe-se que este desastre pode ter implicações mais sérias para o futuro da mineradora às que vimos em Mariana. Investidores estrangeiros que olham para critérios conhecidos como ESGs (Environmental, social and governance) podem dar um basta à mineradora brasileira.
Parte disso pode ter sido culpado pela queda de 8% na sexta-feira em Nova York, quando a B3 estava fechada devido ao aniversário de São Paulo. O peso da Vale no Ibovespa é de 11,39%.
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