Petrobras e Eletrobras: veja tudo o que aconteceu no evento da Fitch
Aprimoramento da governança corporativa e menor alavancagem são destaques no evento
O painel da Fitch Ratings, durante o 5° Fórum de Corporates Brasil, foi composto nesta quarta-feira (17) por Ricardo Carvalho, head da equipe analítica de ratings corporativos, Rafael Grisolia, diretor de RI e CFO da Petrobras (💥️PETR3; 💥️PETR4) e Wilson Ferreira Junior, diretor-presidente da Eletrobras (💥️ELET3).
Rafael Grisolia inicia sua explanação retomando o ano de 2015, no qual houve destruição de valor pela operação Lava-Jato e as decorrências negativas para a companhia.
“O aprendizado foi no sentido de governança”, declara o CFO. Além da melhoria na governança corporativa, Rafael lista pontos adicionais de diferenças em relação a antiga Petrobras, tais a mudança de postura com menor endividamento, pela empresa participar de setor negociante de commodities, que deve ter baixa alavancagem, e a necessidade de realização de operações estruturadas de hedge para proteção do valor da companhia.
“Competidores como Chevron, Exxon, possuem baixo nível de alavancagem”, afirma Grisolia.
Menores custos, com necessidade de investimentos
Por sua vez, Ferreira Junior avalia que as mesmas dificuldades passadas pela petrolífera ocorreram na elétrica, no sentido da governança corporativa.
Em relação ao endividamento da companhia e a reestruturação, o diretor-presidente ressalta a melhoria na estrutura de custos, com a redução dos cargos: de 26 mil para 13,5 mil.
“Teve uma maior transparência na indicação de pessoas na Eletrobras”, declara Ferreira Junior, em relação ao quadro gerencial da companhia nos últimos anos.
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No entanto, a capitalização ainda preocupa. “A companhia não é capaz de manter o market share no ritmo atual de investimentos”, aponta o executivo, estimando que, para manutenção do market share atual na geração e distribuição, deveria-se investir de R$ 10 bilhões a R$ 14 bilhões. A estatal deve investir aproximadamente R$ 5 bilhões em 2023.
Ferreira Junior ressalta a necessidade de capitalização da elétrica, seja para pagamento de dividendos, seja pela natureza de elevados investimentos no setor.
O executivo analisa a variação positiva do preço da energia muito superior ao da inflação desde 2013, fruto do represamento de preços realizado pelo governo Dilma.
“O risco hidrológico fez a energia aumentar quase três vezes mais que a inflação”, aponta o diretor-presidente.
Por não ter capital em caixa suficiente, o executivo destacou no passado a decisão entre capitalização e a venda das empresas como possibilidades. Diante das duas alternativas, escolheu-se a via da capitalização.
Ferreira Junior destaca positivamente a redução de custos, com diminuição de 40% nas despesas de pessoal. “É natural que continuamos a vender ativos”, avalia, projetando desinvestimentos em maio.
“Até o final do ano praticamente zerarmos o capex”, declara, em meio a reestruturação. “Neste ano temos que ter a iniciativa de investir”.
Decisões gerenciais
Ricardo Carvalho aponta a preocupação dos investidores institucionais por possível ingerência do governo, pela natureza de ambas as companhias serem estatais.
O CFO da Petrobras destaca: “a pergunta é muito pertinente”, ressaltando a Lei das Estatais, como arcabouço jurídico para manutenção do valor da companhia petrolífera.
Adicionalmente, o executivo aponta que o Conselho de Administração da companhia não possui membros do governo e é composto por membros advindos do mercado, exacerbando a nova fase da petrolífera.
“Tem nome a decisão. Nós que decidimos”, aponta, destacando que a decisão agora é tomada pela diretoria, e não por politicagem.
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No entanto, por ser controlada pelo governo, ainda existem riscos de ingerência sobre a companhia, a despeito dos esforços da Petrobras em reduzir a interferência.
“As decisões são empresariais”, destaca Grisolia. “As decisões devem ser dentro da diretoria”, afirma o executivo.
Otimismo com desinvestimentos
“Estou muito otimista com Petrobras. Se pudesse comprar ações, compraria”, dispara o CFO, com base nos seguintes fatores: melhoria na governança corporativa, nível superior no caixa da estatal e maior agilidade na implementação de projetos, saindo do provável para a concretização.
O executivo também destaca positivamente a tecnologia da petrolífera, em nível de igualdade com os pares internacionais, colo Shell, Chevron e Total.
“Seremos cada vez mais disciplinados em relação a gestão de portfólio”, declarou, ressaltando a operação recente da TAG e a utilização realmente efetiva do ativo imobilizado.
Por último, a geração de caixa constante foi destacada pelo CFO, além da finalização da cessão onerosa e da importância da mesma.
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