Inflação e o impacto no seu dia-a-dia
O combate à inflação está cada vez mais em pauta na política econômica brasileira. E isso se deve, entre outras coisas, ao temor da população em reviver períodos históricos de dificuldade, quando a inflação atingiu níveis altíssimos e ficou totalmente fora de controle.
Opa, pera lá! Quer dizer que pode acontecer da inflação ficar negativa? A resposta é sim! Em 2017, por exemplo, o principal índice utilizado para o reajuste nos preços dos aluguéis no Brasil ficou negativo, ou seja, sofreu deflação. Mas o que efetivamente seria deflação?
A deflação acontece quando a inflação é negativa, ou seja, quando o preço de produtos e serviços teve queda no período pesquisado. Foi exatamente isso que aconteceu com o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) em 2017, quando a cesta de produtos e serviços sofreu retração nos seus preços. Se você mora de aluguel e o seu contrato é reajustado por esse índice todo início de ano, provavelmente o valor do seu aluguel não sofreu alterações em 2018.
Aprendemos até aqui a definição de inflação e que ela pode ser positiva ou negativa. Mas como a inflação é medida? Essas medições abrangem todos? Posso considerar a inflação oficial como a minha inflação? Vamos as respostas!
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – IBGE
“O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC produz contínua e sistematicamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA que tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias. Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC.
Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet e sua coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência.
Atualmente, a população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.”
Por ser um índice bem democrático – inclui no cálculo famílias com rendimentos totais de 1 até 40 salários mínimos – o IPCA é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Conforme definição do IBGE, os dados são coletados entre os dias 1º e 30 do mês de pesquisa em treze regiões metropolitanas e munícipios brasileiros.
O IPCA é calculado de acordo com a média ponderada dos produtos e serviços mais consumidos pela população abrangida pelo índice. Para saber quais são os produtos e serviços mais consumidos, é feita uma outra pesquisa chamada de POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), que traz informações dos hábitos de consumo dos brasileiros. Os pesos atuais de cada tipo de gasto são os seguintes:
Alimentação e bebidas – 23,12%;
Transportes – 20,54%;
Habitação – 14,62%;
Saúde e cuidados pessoais – 11,09%;
Despesas pessoais – 9,94%;
Vestuário – 6,67%;
Comunicação – 4,96%;
Artigos de residência – 4,69%;
Educação – 4,37%.Os itens que fazem parte do grupo de educação são os que têm menor peso no IPCA, enquanto os grupos de habitação, transportes e alimentação e bebidas são os com maior impacto. Dessa forma, os itens com maior peso percentual são os que mais podem puxar o IPCA tanto para cima quanto para baixo. É importante ratificar que os pesos não refletem a importância de cada item, mas sim os pesos no gasto mensal das famílias.
IPCA 15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – IBGE
“O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor – SNIPC produz contínua e sistematicamente índices de preços ao consumidor e, na sua produção, tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos internet.
Com divulgação na Internet iniciada em maio de 2000, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – IPCA-15 difere do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, apenas no período de coleta que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência e na abrangência geográfica.
Atualmente a população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte. residentes em 11 áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial– IPCA-E foi criado em dezembro de 1991 e, a partir de janeiro de 1995, passou a ser divulgado trimestralmente. Desse modo, o IPCA-E é o acumulado trimestral do IPCA-15.”
Por ser divulgado antes do IPCA, o IPCA 15 é considerado a prévia da inflação oficial brasileira. A diferença para o IPCA “normal” é o período de coleta de dados, que vai do dia 16 do mês anterior até o dia 15 do mês de pesquisa. Além disso, é considerado um número menor de regiões metropolitanas.
Posso considerar o IPCA como a minha própria inflação?
O IPCA deve ser utilizado como uma base para todo habitante saber como está a variação dos preços dos principais produtos e serviços utilizados por toda população. No entanto, cada família tem seus próprios hábitos de consumo e, consequentemente, sua própria cesta de produtos e serviços. Dessa forma, cada família tem sua própria sensibilidade à inflação.
Atenção: É importante frisar que, por mais que os atuais índices de inflação estejam baixos, não significa que os preços tenham baixado, mas sim que os preços estão subindo menos do que em anos anteriores.
O que você está lendo é [Inflação e o impacto no seu dia-a-dia].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
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