Inflação e hiato do produto geram revisão para a taxa Selic
No comunicado divulgado em maio, no cenário com juros e câmbio extraídos da pesquisa Focus, a inflação esperada para 2023 e 2023 ficava em 4,1% e 3,8% (Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)
💥️Por Análise Macro
O 💥️Banco Central divulgou na última quarta-feira a sua decisão sobre a taxa básica de juros. Os membros do Comitê de Política Monetária optaram, nesse momento, por manter a taxa Selic inalterada em 6,5% ao ano. No comunicado, o 💥️COPOM subiu um pouco o tom em relação à abertura do hiato do produto e ao cenário benigno da inflação esperada para 2023 e 2023. Por outro lado, também ressaltou que os riscos de não aprovação da reforma da previdência permanecem preponderantes nesse momento.
No comunicado divulgado em maio, no cenário com juros e câmbio extraídos da pesquisa Focus, a inflação esperada para 2023 e 2023 ficava em 4,1% e 3,8%, respectivamente. Agora, a inflação esperada fica em 3,6% e 3,9%, respectivamente. Já no cenário de juros constantes e câmbio a 3,95 R$/US$, a inflação ficava em maio em 4,3% esse ano e em 4% no próximo ano. Agora, com câmbio a 3,80 R$/US$, a inflação fica em 3,6% e 3,7%.
Houve, ademais, uma revisão importante no Focus, com redução na expectativa da taxa básica para o final do ano. Ao invés de 6,5%, espera-se agora 5,75%. O quadro abaixo resume a expectativa dos agentes para as quatro variáveis macroeconômicas mais importantes.
À exceção do câmbio esperado, que pega a média das instituições, as demais variáveis referem-se à mediana. Destaque para a queda monotônica do crescimento esperado para esse ano, que agora está abaixo de 1%. A inflação esperada também cedeu na ponta, após o repique verificado em abril. A tabela abaixo, a propósito, resume a inflação observada e os núcleos construídos pela autoridade monetária.
A despeito do repique no índice cheio, que permanece acima da meta de 4,25%, os núcleos permanecem bem comportados. O gráfico abaixo ilustra.
A tendência, por suposto, é que os choques recentes sobre o índice cheio se dissipem, de modo que a inflação convirja para valores próximos à meta até o final do ano. É o que indica o comportamento dos núcleos de inflação, que buscam justamente limpar o índice cheio de choques de curto prazo.
Por outro lado, as pesquisas de alta frequência têm indicado que abril também não foi um mês bom, de modo que o segundo trimestre também pode ter um resultado abaixo do esperado. É basicamente o que levou o COPOM a subir o tom em relação ao nível de atividade. O gráfico abaixo ilustra o comportamento da indústria e do comércio ampliado.
A soma de hiato do produto mais negativo do que o esperado a essa altura do ano com inflação subjacente comportada é basicamente o que está levando o mercado a reduzir a expectativa de juros para o final do ano.
O que você está lendo é [Inflação e hiato do produto geram revisão para a taxa Selic].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments