Texto da Previdência vai a votação na Comissão nesta quinta contrariando agronegócio
Relator do PSDB-SP leva texto da mudança previdenciária à votação sem atender bancada agropecuária (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O lobby do agronegócio na Câmara vai testar sua força para valer logo mais, nesta quinta-feira (4), a partir das 10h (horário de Brasília). Está prevista a votação do relatório da Reforma da Previdência na Comissão Especial sem que os temas relativos à cobrança do Funrural e do fim da isenção de tributação sobre exportações agrícolas fossem retirados do texto.
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), o principal grupo parlamentar organizado, com 257 membros, tentou até o último minuto nesta quarta-feira (3), durante as discussões do texto, que o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) desidratasse mais ainda a proposta original apresentada pelo governo Jair Bolsonaro.
Não adiantou. Nesta madrugada, o relatório foi fechado e vai à votação assim:
& Ficam impedidas a remissão ou prorrogação de dívidas fora da folha de pagamentos, dentre elas o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).
A bancada do agro “entende que a legislação não pode vedar por completo instrumentos necessários para dar continuidade a políticas públicas sociais e econômicas de fomento ao desenvolvimento do Brasil”, diz a nota da FPA expedida.
& As exportações agrícolas passam a ser taxadas da cobrança previdenciária.
“O fim da isenção de cobrança previdenciária sobre as exportações agrícolas. A agropecuária é o esteio da economia brasileira, portanto, qualquer impacto no custo de produção do setor trará consequência direta à competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e no preço do alimento”, completa a nota da bancada de parlamentares.
A FPA deu apoio maciço a Bolsonaro durante às eleições e agora durante os primeiros seis meses, inclusive ganhando o pleito para o porte e posse de arma nas propriedades rurais, mas na mudança do sistema de aposentadorias, com as alterações que tiveram que ser feitas pelo relator para conseguir apoio, o governo espera compensações para não baixar muito do teto de economia previsto pelo ministro Paulo Guedes.
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