Com RenovaBio no horizonte, agentes se reúnem para definirem prioridades
Congresso reunirá participantes importantes do setor de bioenergia (Imagem: Udop)
Se tudo sair como planejado, a contagem regressiva para uma nova onda de investimentos no setor sucroenergético está para começar entre 2023 e 2030. São estimativas que apontam entre R$ 60 e 70 bilhões, que especialmente as usinas, no topo da cadeia, deverão fazer visando o RenovaBio.
Em 1º de janeiro tem início esse novo marco que deverá acentuar definitivamente o etanol (no caso do biocombustível da cana) na matriz energética automotiva e, espera-se, tornar o produto o primeiro na escala de importância das indústrias – hoje ainda sendo o açúcar, apesar de sua perda de participação no mix e também a saída do Brasil da liderança das exportações mundiais, graças ao derretimento ano a ano dos preços.
O RonovaBio já é recorrente no setor desde o 2017, com a aprovação no Senado e do governo, mas o 12º Congresso Nacional de Bioenergia, organizado pela União dos Produtores de Bioenergia (Udop), que ocorrerá em Araçatuba (SP), nos próximos dias 31 e 1, será praticamente dedicado a esmiuçar todos os pontos que o nortearão, mais ainda alinhados às necessidades e prioridades dos agentes econômicos.
A proposta é eliminar todas as dúvidas.
Já são mais de 30 empresas, entre usinas de cana e indústrias de biodiesel, certificadas para operarem o RenovaBio, além de várias firmas inspetoras aprovadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), que verificarão as condições de produção apontadas pelas processadoras.
A nova Política Nacional de Biocombustíveis premiará, sem subsídios, as empresas que provarem o uso menor de produtos de origem fóssil em seus processos produtivos, como fertilizantes nas lavouras e diesel na movimentação das máquinas e caminhões. Mediante a régua no RenovaCalc, desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente, quanto menor a emissão de gás carbônico haverá um número correspondente de Certificados de Desbiocarbonização (CBios) comprados pelas distribuidoras e negociados na B3.
A roda gira, os investimentos acabarão sendo inerciais, como se espera, e haverá ganho de produção – portanto, o volume maior tirará preço final na bomba e o consumo se expande.
O Brasil está em vias, ainda segundo as estimativas, de gerar até 50 bilhões de litros de etanol até 2030, praticamente dobrando sua produção.
Além desses temas distribuídos em várias salas temáticas, 12 ao todo, o Congresso da Udop discutirá questões paralelas mas que interessam diretamente à cadeia produtiva, como o ponto relativo à mobilidade veicular. Além da melhora da eficiência energética necessária dos carros flex atuais, há o carro elétrico no cenário.
Enquanto se discute o carro elétrico puro no mundo, o Brasil defende, com o apoio de algumas montadoras, o carro elétrico movido a etanol, que não precisa de bateria desenvolvida com materiais minerais, como o lítio.
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