Vale e parceiros apostam US$ 5 bi em níquel para baterias e aço
Embora as baterias atualmente respondam por uma pequena parte do consumo, a longo prazo a demanda anual por baterias íon-lítio de níquel deve aumentar nove vezes (Imagem: Pixabay)
A unidade da 💥️Vale (💥️VALE3) na Indonésia e parceiros planejam investir cerca de US$ 5 bilhões em projetos de níquel nos próximos anos para aproveitar a crescente demanda do setor de baterias e do mercado de aço na China.
A PT Vale Indonesia e a Sumitomo Metal Mining planejam tomar a decisão final de investimento para a usina de níquel para baterias, orçada em US$ 2,5 bilhões, no primeiro trimestre, disse em entrevista Febriany Eddy, vice-presidente da PT Vale. A unidade, com sede em Jacarta, também planeja investir cerca de US$ 1,8 bilhão em uma fundição de ferro-níquel e várias centenas de milhões de dólares para expandir suas minas de níquel, disse.
O níquel mostra o melhor desempenho na Bolsa de Metais de Londres este ano. Os estoques globais estão em queda e a produção de aço inoxidável mostra forte expansão. Embora as baterias atualmente respondam por uma pequena parte do consumo, a longo prazo a demanda anual por baterias íon-lítio de níquel deve aumentar nove vezes entre 2023 e 2030, segundo a BloombergNEF.
O níquel ganhou destaque por causa das baterias, disse Eddy em entrevista realizada em Jacarta na semana passada. O aço inoxidável continuará sendo o principal mercado para o níquel, mas as baterias consumirão 30% da oferta a longo prazo, disse a executiva. “A Indonésia pode realmente ter um papel muito importante. Sentimos que, se o governo puder aproveitar a oportunidade, será muito bom.”
A Indonésia, que era o principal fornecedor de níquel antes de interromper os embarques em 2014, é fundamental para o desenvolvimento de baterias de veículos elétricos. Em todo o mundo, produtores estão desenvolvendo seis novos projetos com tecnologia HPAL (sigla em inglês para lixiviação sulfúrica sobre pressão), que juntos serão capazes de produzir 220 mil toneladas de níquel refinado para baterias, e 70% desta capacidade está sendo desenvolvida na Indonésia, de acordo com a BloombergNEF.
A usina da Vale em Pomalaa, na província de Sulawesi, sudeste do país, usará a tecnologia HPAL para produzir sulfatos de níquel para baterias com baixos teores e terá capacidade anual de 40 mil toneladas, disse Eddy. A construção deve ser concluída em cinco anos, disse.
Parceiro chinês
A Vale Indonésia fechou uma parceria com a Tsingshan Holding para a construção de uma usina de níquel para baterias na Indonésia. A fábrica da Tsingshan e dos parceiros em Sulawesi terá produção anual de cerca de 50 mil toneladas de compostos de níquel e 4 mil toneladas de compostos de cobalto para serem usados em baterias recarregáveis.
Em breve, a Vale vai revelar seu parceiro chinês para a usina de ferro-níquel, com investimentos de US$ 1,8 bilhão, em Sulawesi Central, com capacidade anual de 70 mil toneladas, disse Eddy. Ela não quis revelar o nome do parceiro, pois as negociações ainda estão em andamento.
A empresa espera produzir cerca de 72 mil toneladas de níquel matte na unidade Sulawesi do Sul este ano, disse.
Desinvestimento
Em um desinvestimento planejado, a empresa vai se reunir com o Ministério de Recursos Minerais e Energia esta semana para discutir a venda de uma participação de 20% na unidade da Indonésia. A Vale, que detém 58,7% da PT Vale, venderá 15% e a Sumitomo, com 20,1%, planeja se desfazer de 5%, disse Eddy.
A PT Indonesia Asahan Aluminium, ou Inalum, está interessada em comprar a participação e a aquisição terá como base o preço atual de mercado da Vale, disse Budi Gunadi Sadikin, diretor-presidente da holding estatal de mineração da Indonésia.
Segundo Eddy, a Inalum é uma parceira estratégica, já que é 100% controlada pelo governo indonésio, disse.
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